sexta-feira, 30 de março de 2012

Gil Vicente solidário com jovens do Lusitano de Évora


Menos de meio ano depois de ter decidido suspender todo o futebol sénior, o centenário Lusitano de Évora - mergulhado numa profunda crise financeira, com uma dívida superior a 800 mil euros - continua a alimentar a esperança de recuperar o lugar que já ocupou no panorama futebolístico nacional, com 14 presenças na I Divisão.

O clube alentejano mantém, a custo, a formação, dependendo em grande medida da boa vontade de dirigentes e técnicos... que procuram driblar problemas aparentemente simples como a falta de bolas. Com efeito, o coordenador e treinador Rui Carvalho enviou 60 mails a clubes - inclusivamente à própria Liga Portuguesa de Futebol Profissional - pedindo uma pequena contribuição, em géneros, que tanto pode ser um par de bolas ou equipamentos. Coisas supostamente banais para muitos, mas absolutamente vitais para os miúdos do Lusitano. 

 A expectativa de Rui Carvalho não era muito elevada, embora acreditasse que uma dezena dos clubes contactados respondessem e se disponibilizassem a ajudar. Mas a indiferença e o distanciamento fizeram-se sentir. A exceção veio do Norte, de Barcelos... juntamente com algumas bolas por estrear. Bolas que podem fazer toda a diferença no futuro de alguns dos jovens que os principais emblemas nacionais já começaram a observar para alimentarem as equipas B, embora continue a ser o Juventude de Évora o destino da maioria que ascende a seniores. «Por incrível que pareça, só o Gil Vicente se dispôs a ajudar-nos, respondendo ao mail e enviando-nos material. 

As pessoas só precisavam ver os olhos dos miúdos ao pegarem nas bolas novas», lamenta Rui Carvalho, que esta semana acompanhará os treinos da formação gilista, tendo já assistido ao jogo com o SC Braga. Ontem, enquanto o plantel do Gil Vicente treinava, António Fiusa conversou com Rui Carvalho e prometeu mais bolas, equipamentos para treino e outras ajudas, até de sensibilização da opinião pública. «Não somos um clube abastado, mas somos sensíveis a estes problemas e sempre que possível somos solidários», disse o líder do Gil Vicente.

A Bola / Augusto Bernardino

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