sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Cabeça Gorda: Somos poucos a fazer muito...


O Clube Desportivo e Recreativo da Cabeça Gorda, popularizado por “Ferróbico” é outro dos bons exemplos de amadorismo que existem no futebol do distrito de Beja. O clube ganha estatuto no primeiro escalão.
Texto e foto Firmino Paixão

Celso Ramos, antigo atleta, está à frente da equipa principal há quatro épocas. Assumiu um projeto de estabilização do clube neste patamar, trabalho bem-sucedido, apesar das dificuldades e da escassez de apoios. O treinador quer que a equipa suba na classificação e assegura que a velha mística do Ferróbico está bem viva e sempre presente no clube.


O campeonato está de acordo com as vossas expetativas iniciais?Sim, talvez até um pouco acima das nossas expetativas. Sabíamos que seria uma prova muito difícil, face à presença do castrense, do Vasco da Gama, do Aljustrelense, todos vindos do escalão nacional. Conhecíamos as dificuldades, mas propusemo-nos fazer melhor do que na época passada, que foi o 9.º lugar, estamos nessa zona, mas ainda vamos tentar melhorar, sabendo quanto é difícil.


A nove jornadas do final as metas estão atingidas?O objetivo prioritário foi assegurado. A meta principal é manter o “Ferróbico” por muitos anos na 1.ª divisão. Sabemos que o clube andava constantemente no sobe e desce, há muitos anos que não fazia duas épocas seguidas neste escalão, por isso o grande objetivo teria que ser a fixação neste patamar e foi isso que exigimos de nós próprios e do nosso plantel.


O Cabeça Gorda, pela tradição que tem, faz falta no primeiro escalão do futebol distrital...É sempre um histórico, por isso faz falta, mas as pessoas da Cabeça Gorda têm que ajudar o clube. Não é fácil trabalhar com poucos diretores, com poucos jogadores, tem sido uma época muito cansativa para todos nós. Somos poucos a fazer muito.


As três equipas vindas da 3.ª divisão tornaram a prova mais difícil do que no ano passado?O campeonato está um bocado assimétrico, veem-se grandes jogadores em certos clubes, mantendo-se a mesma bitola entre as equipas cá de baixo. Nota-se um ritmo mais elevado e maior competitividade. Temos por aí jogadores de outro calibre, o que acaba por ser bom para a evolução e para a melhoria do ritmo competitivo de todos os outros.


Ocupam o 8.º lugar a oito pontos dos 29 com que terminaram a época passada. Significa que a manutenção está assegurada?Penso que sim, só se houvesse uma hecatombe muito grande é que desceríamos de divisão. Mas não acredito, tenho a certeza de que nos vamos manter.


O campeonato está decidido a favor do Aljustrelense?Tenho poucas dúvidas que o Mineiro Aljustrelense não seja o campeão. Praticamente já podem encomendar as faixas.


Mas o Cabeça Gorda quer subir mais alguns lugares na tabela?No início no campeonato este 8.º lugar satisfazia-nos. Mas como já estivemos na sexta posição, o objetivo, dentro do balneário, é, no mínimo, regressar a esse lugar, porque já provámos que temos valor para isso, mesmo lutando contra equipas mais poderosas do que nós.


O próximo jogo será em São Marcos, uma equipa que venceu recentemente na Vidigueira. Esperam dificuldades?É um jogo fundamental. Fechámos agora um ciclo de quatro jogos difíceis, na primeira volta, com estas equipas, fizemos um ponto, agora conseguimos três. Para pensarmos no tal 6.º lugar teremos que vencer em São Marcos.

Que condições oferecem aos atletas?Oferecemos o bem-estar do atleta, ninguém ganha nada, existe muita amizade entre todos, dirigentes, equipa técnica e jogadores, somos uma família, e é esse sentimento de amizade que existe entre todos nós, e o amor pelo clube, que nos permitem manter os jogadores.

Resta alguma coisa da velha mística que notabilizou o “Ferróbico”?Naturalmente. Mesmo as pessoas que não são da Cabeça Gorda integram-se claramente naquela família e na sua mística. Não sou da terra, joguei aqui duas épocas, vou na quarta como treinador, e sinto-me perfeitamente integrado no espírito do “Ferróbico”. No último jogo, com o Milfontes, o sacrifício e a determinação com que que os atletas chegaram à vitória, provaram em absoluto que essa mística está bem viva.


Está há quatro anos no Cabeça Gorda, não o assusta essa longevidade no mesmo clube? Não sonha com outros projetos?Não sinto dificuldades, e se temos tido sucesso foi graças a um programa de estabilidade que a direção nos propôs e que eu próprio assumi. O meu lugar nunca esteve em causa, a minha permanência é uma bandeira da estabilidade do clube e da sua afirmação na primeira divisão distrital. No dia em que me sentir a mais decidirei se está na hora de fechar este ciclo. Sou ambicioso, todos sonhamos com patamares mais elevados, espero ter a minha oportunidade, na Cabeça Gorda, com um projeto mais ambicioso, ou noutro lado qualquer.

Fonte: http://da.ambaal.pt/

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