sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Uma mulher furacão...


Janete Ferreira, 32 anos, antiga atleta da Juventude Desportiva das Neves, distinguiu-se no desporto nacional pela superior capacidade com que disputava provas de combinadas. Hoje é a super mulher do crossfit.

Texto Firmino Paixão
Foto Kett Club

A execução de um programa de força e condicionamento físico através do treino funcional, com exercícios de elevada intensidade, constantemente variados, é o que agora se chama de crossfit. Mais do que um desafio é uma crença à aptidão do indivíduo. Ou será uma filosofia de vida? Um apelo à superação das capacidades individuais!
O crossfit foi uma criação de dois antigos ginastas norte-americanos, de apelidos Grassmam, tem cerca de 14 anos de antiguidade e chegou há pouco tempo a Portugal. O tempo suficiente para ganhar uma praticante exemplar, a atleta bejense Janete Ferreira, que voltou a competir ao mais nível na modalidade de crossfit, porque o desporto está-lhe “na massa do sangue”: “Completamente, acho que sem desporto não conseguiria viver. Gosto muito de chegar ao meu limite todos os dias, o meu principal objetivo é melhorar em cada dia, para mim cada treino é um desafio e quero ter conquistas, quero ver resultados. Cada treino é uma pequena prova onde me testo, admito a derrota, mas não gosto de perder”.
Tudo começou pelo atletismo na Juventude Desportiva das Neves: “Um tempo que ainda recordo e que ficou gravado na minha memória e no meu coração. Foram os melhores anos da minha vida. Deixei a modalidade ainda muito nova, se calhar no auge da carreira, às vezes nós cometemos alguns erros na nossa adolescência, pensamos que sabemos tudo e acabamos por não dar valor às coisas, tive muitas portas abertas e não aproveitei. Mas ganhei muitas provas nacionais. A minha especialidade eram as combinadas, 100 metros barreiras, comprimento, era uma atleta completa, mas por motivos pessoais deixei de praticar, estive 15 anos parada e, entretanto, fui mãe, só que faltava-me qualquer coisa…”.
Hoje, redescoberta pelo treinador João Caçoila, começou a frequentar o seu ginásio: “Regressei à atividade física com maior intensidade, fiquei apaixonada pelos treinos do João, é muito inovador, cada treino é diferente, impressiona-me a sua capacidade e acho que foi ele a pessoa que me redescobriu, porque consegue diariamente que eu chegue ao meu limite, dá-me força, encoraja-me e diz-me ‘tu és uma máquina, consegues tudo’, para além de um grande treinador é um grande amigo”.
Mas a Janete gosta de desafiar os seus próprios limites: “Completamente, supero todos os desafios que me proponho, gosto de treinar com uma intensidade que defino como ‘sangue, suor e lágrimas’, posso estar a fazer um treino e a sangrar das mãos, mas não paro enquanto não terminar o desafio. É muito estimulante treinar assim”.
Por isso, o crossfit foi a sua última descoberta: “Começámos por um treino funcional no Kett Club, entretanto o João Caçoila foi adquirindo algum equipamento que permite treinar essa vertente. O crossfit é um treino de alta intensidade, adaptámos ao treino funcional alguns equipamentos e derivámos um pouco para essa área. Depois descobrimos algumas provas. O João Pires, que é treinador da disciplina, pesquisou algumas matérias, até que me inscrevi, na brincadeira, e fui apurada para uma prova onde fiquei em 5.º lugar, estava lá a Sónia Alves, que é a melhor atleta portuguesa de crossfit, e a luso-americana Ana Caldas, e fiquei surpreendida, porque não me achei tão distante delas, apesar de não estar a treinar, nem estar afiliada numa box (ginásio) de crossfit”.
Crença na sua própria capacidade não falta a Janete: “Luto todos os dias como se aquela prova fosse a minha última oportunidade para alguma coisa importante na minha vida”. E assegurou: “O crossfit é uma paixão, gosto de desafiar os meus limites, não sou muito de modas, gosto de treino duro, treino pesado e de me desafiar todos os dias, não gosto de nadar sempre no mesmo registo, gosto de variar, nunca sabemos os exercícios que nos vão ser propostos numa prova, temos que estar preparados para todo o tipo de desafios”.
Mas existem objetivos e o mais comum é o apuramento para os Crossfit Games, prova que se realiza nos Estados Unidos. “Mas se eu conseguisse ser a melhor atleta portuguesa já seria um sonho”, confessou, sabendo que ainda tem algo a percorrer. Em remate da conversa lançámos o nosso desafio: como se define como atleta? “Tenho muita garra e determinação, sou uma guerreira, os meus colegas de ginásio motivam-me muito e chamam--me a mulher furacão, a máquina, a força da natureza, e eu gosto de ser tratada assim, dou sempre tudo, tenho muito espírito de sacrifício e uma força interior enorme”, concluiu Janete Ferreira.

Fonte: http://da.ambaal.pt

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