quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Voleibol para todos


O almodovarense António Espírito Santo, ex-presidente da Associação de Voleibol do Alentejo, e que, atualmente, integra os órgãos sociais da Federação da modalidade, foi o autor do projeto Voleibol Inclusivo.

Texto e foto Firmino Paixão


O projeto pretende implementar a prática do “voleibol inclusivo” adaptado à deficiência motora e de “involei” adaptado à deficiência mental e já foi distinguido pelo Prémio BPI Capacitar, que promove o empreendedorismo na vertente da responsabilidade social, junto de entidades sem fins lucrativos que apoiam cidadãos portadores de deficiência ou incapacidade permanente. Ou seja, tal como o sol, que quando nasce é para todos, o voleibol também o deve ser. “Essa foi sempre uma marca nossa enquanto dirigente da Associação de Voleibol do Alentejo (AVAL) e agora da Federação Portuguesa de Voleibol (FPV) ”, assumiu António Espírito Santo, licenciado em Ciências Sociais e autor do projeto, dizendo ainda que “a minha entrada para o movimento desportivo teve sempre este cunho especial, com um carisma e um cariz muito social, para defender um desporto de todos para todos, e o voleibol tem essa preocupação e hoje ainda muito mais vincada. É isso que queremos, acreditando que o desporto é, sem dúvida alguma, a maior arma que existe contra a exclusão social. Vamos aproveitá-la para promovermos aqui a inclusão social”.
Em linha com esta predisposição do dirigente surgiu então o Voleibol Inclusivo. “Sim, um voleibol de todos para todos, um projeto que não estava implementado no Alentejo e no Algarve, então surgiu a ideia de nos candidatarmos ao Prémio BPI Capacitar, do qual fomos um dos contemplados, o que nos permitirá criar condições para promovermos o voleibol de todos para todos”. O projeto terá uma abrangência coincidente com a área de intervenção da Associação de Voleibol do Alentejo e Algarve, ou seja, uma cobertura em mais de 60 municípios, e o seu mentor acredita que “vamos implementá-lo e crescer em qualidade, antes existia uma vontade, mas não existiam os meios que agora existem, fruto deste prémio conseguido com o BPI Capacitar, um prémio monetário que permitirá apetrechar todas as instituições de apoio à deficiência da região que abrangemos”.
Os destinatários, referiu, adquirirão competências como o espírito de equipa e todos os valores possíveis de transmitir através do desporto”. Quanto ao universo de pessoas que podem ser abrangidas, o promotor referiu que foi feito “um levantamento, mas é difícil quantificar. Quando discutimos a exequibilidade do projeto com alguns parceiros, como a Cercibeja e a Cercicoa (castro Verde, Ourique e Almodôvar), constatámos que há pessoas que hoje podem estar capazes de praticar a modalidade e daqui a uma semana já não estarão, dependerá da situação no dia e do grau de deficiência, mas se nesse grau não for realizado, vamos para o segundo passo que será perceber, em cada instituição, com quantas pessoas podemos contar, mas fica a certeza de que todos irão ingressar neste projeto”.
O Voleibol Inclusivo estará no terreno pelo impulso da AVAL, mas terá o acompanhamento das instituições parceiras e da Federação Portuguesa de Voleibol. “Sim, até porque eu agora fiquei numa posição de grande cumplicidade. O projeto nasceu comigo, enquanto presidente da AVAL, o atual presidente abraçou-o com grande vontade de o implementar, mas é uma coisa muito minha, muito pessoal, porque esta questão da inclusão social é algo que tem que se sentir de uma forma muito profunda, com muita entrega e, então, representarei a federação naquilo que sejam as suas competências e estarei sempre presente para dar aqui o aval à AVAL, para construirmos e caminharmos para uma verdadeira inclusão social”. Finalmente, fica também a certeza de que o percurso e o sucesso do projeto estarão sujeitos a uma permanente monitorização e avaliação de resultados. “Vamos estar muito em cima de tudo aquilo que vai ser feito e do que poderemos fazer. Vamos estar presentes. Obviamente, será um projeto que vai ter que contar com muitas parcerias. Vamos reunir-nos com a Segurança Social, com os municípios da região, com as instituições sociais, precisamos de um apoio que, às vezes, não é monetário, é logístico, é a presença, é um abraço, o receber, é dizer eu estou aqui, porque nós vamos juntos, muitas vezes basta este simples apoio para as coisas serem mais consistentes e é isso que queremos”, sublinhou António Espírito Santo. “Foi esse o meu marco enquanto presidente da AVAL nestes últimos dois anos e é isso que agora quero seguir enquanto membro da direção da FPV e cúmplice deste grande projeto que, tenho a certeza, não irá só ser falado hoje e aqui, vai dar frutos e vai continuar a ser falado como mentor de outras modalidades, para se implementarem da mesma forma no Alentejo e no Algarve, com um trabalho de inclusão social”, concluiu o técnico em Educação de Adultos e Desenvolvimento Social.

Fonte:  http://da.ambaal.pt

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