sexta-feira, 24 de março de 2017

“Unidos, somos esperança”


Uma dezena de clubes organizadores de maratonas de BTT, unidos mais uma vez, na vontade de ajudar uma causa. A melhoria de condições que o Centro de Paralisia Cerebral de Beja oferece a todos os seus utentes.

Texto e foto Firmino Paixão

O sucesso obtido com a primeira Taça de Maratonas de BTT do Centro de Paralisia Cerebral de Beja (CPCB), idealizada pela empresa Beja Bike Store, foi impulso bastante para que a organização se lançasse para uma segunda edição. São duas mãos cheias de associações desta modalidade unidas pela vontade de darem mais esperança a pessoas portadoras de deficiência, tuteladas pelo Centro de Paralisia Cerebral de Beja (CPCB).
São 10 provas, de lês a lês neste distrito, muitos milhares de pedaladas que rasgam sorrisos e geram felicidade. Por isso, a presidente do centro, a psicóloga Francisca Guerreiro, deseja que esta iniciativa “seja uma competição que se prolongue por muitos anos, porque será muito bom para o Centro de Paralisia e para a cidade de Beja”. Uma nova missão em 2017, com mais parceiros e mais compromissos: “Alguns dos parceiros são realmente novos, outros são repetentes, não temos logística para mais do que 10 provas, porque esta não é a nossa missão, vale-nos a fantástica parceria que temos com a Beja Bike Store. É a eles, e aos clubes que se associam à iniciativa, que devemos esta taça de maratonas, que se revelou numa grande oportunidade de unir os clubes num gesto de solidariedade, e é aqui, exatamente, que entra o Centro de Paralisia Cerebral de Beja”.
A solidariedade através do desporto, o que nem sempre é fácil de levar para o terreno, mas estes laços de união e de solidariedade, afirmou Francisca Guerreiro, “têm contribuído imenso para a felicidade dos nossos utentes, eles têm uma expectativa muito positiva, têm uma grande perceção do contributo que esta vivência lhes oferece, uma delas é o convívio que lhes proporciona, porque eles estão sempre no final das provas. Vivenciam experiências que nunca tinham tido e, só por isso, já valia a pena”. Mas sentirão eles este abraço que a sociedade lhe dá, através destas 10 organizações desportivas? “Totalmente, eles estão conscientes disso, gostam muito e interpretam a taça como uma oportunidade de convívio e de conhecimento de novas pessoas, de fazerem novos amigos”, adiantou a dirigente.
Em 35 anos de existência, rapidamente o CPCB se tornou uma referência: “Há muitos anos que o somos”, assegurou Francisca Guerreiro, adiantando: “Formámo-nos como centro especializado em patologias neuro motoras e afins e, a muito custo, estamos a conseguir afirmar-nos, não a nível técnico, porque o temos, mas sim pelas tutelas, que nos veem um pouco, apenas, como mais uma instituição de deficiência, e nós somos muito mais do que isso, porque temos a especialização”. E explicou: “Deveríamos apoiar tudo o que é neuro motor e afim no distrito e temos alguma dificuldade, porque todos sabemos qual é a conjuntura económica e a forma como o Estado está a apertar as IPSS [instituições particulares de solidariedade social], e nós não somos exceção”.
Afinal, uma missão que os técnicos não esgotam no horário laboral, os problemas levam-nos todos os dias para casa: “E é essa a nossa missão enquanto direção do Centro de Paralisia, transmitir esses valores aos nossos trabalhadores. Assumirmos essa missão 24 horas por dia, porque acredito que grande parte de todos nós interioriza os problemas dos nossos utentes. Os seus sentimentos, as suas dificuldades e os seus sorrisos vão todos os dias connosco para casa”. Por isso, os valores que defendem não têm limites, habilitam e reabilitam pessoas, prepararam as famílias, mas todos os dias ficarão com o sentimento de que poderiam ter feito algo mais, que não foi feito, para que eles sejam mais felizes. “Está tudo dito! Realmente, todos os dias ficamos com esse sentimento, porque a nossa missão é fazermos mais e melhor, promovermos e apelarmos para a maior qualidade de vida possível dos nossos utentes”.
Os desejos são muitos, os sonhos infindáveis, mas alguns cabem nestas páginas, onde alguém os irá ler e, quiçá, contribuir para a sua materialização: “O nosso sonho é sermos a melhor instituição possível, é darmos cada vez mais qualidade de vida aos nossos utentes, termos uma melhor frota automóvel, estamos a lutar para adquirir uma nova viatura de passageiros. Precisamos de reabilitar o telhado do nosso edifício e queremos fazer-nos soar na comunidade, nas empresas, queremos implementar uma cultura de responsabilidade social na nossa comunidade”. Como? “Unidos, somos esperança”, o lema do CPC Beja.


2.ª Taça de Maratonas de BTT do Centro de Paralisia Cerebral de Beja 9/4 – BTT Trilhos do Pão (Salvada); 25/4 – Passeio BTT de Olhas (Olhas); 30/4 – BTT Trilhos da Figueira (Figueira dos Cavaleiros); 7/5 – BTT Trilhos do Pisão (Trigaches); 14/5 – BTT Rota do Mel e do Medronho (Almodôvar); 11/6 – BTT Rota da Água (Ferreira do Alentejo); 16/6 – Maratona BTT Cuba; 25/6 – Raide BTT Cidade de Beja; 3/9 – BTT Trilhos de Mombeja; 10/9 – BTT Entre Vinhas e Olivais.

Fonte;  http://da.ambaal.pt

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