quinta-feira, 27 de abril de 2017

Um tempo de desafios


O Fórum Arbitragem 2017 trouxe ao Baixo Alentejo os dirigentes de topo da arbitragem nacional. Uma jornada de reflexão em torno das principais preocupações sentidas pelos árbitros de futebol em Portugal.

Texto e foto Firmino Paixão

O Conselho Nacional de Arbitragem, representado ao mais alto nível pelo seu presidente, José Fontanelas Gomes, e vice-presidentes Lucílio Batista, Paulo Costa e João Ferreira, reuniu-se em Odivelas (Ferreira do Alentejo) com os presidentes dos 20 conselhos regionais das associações distritais de futebol do continente e ilhas.
O presidente da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF), Luciano Gonçalves, e o líder do Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol, Joaquim Evangelista, associaram-se ao debate, que versou temas como “O desenvolvimento da arbitragem no futebol feminino e no futsal”, a “Proteção da arbitragem”, a apresentação e discussão de “Quotas nos quadros de árbitros” e a “Apresentação de propostas de alteração ao regulamento de arbitragem da federação portuguesa de futebol”.
Na sessão de abertura do evento participaram José Gomes (presidente do CA da FPF), Aníbal Reis Costa (presidente do município de Ferreira do Alentejo) e Pedro Xavier (presidente da Associação de Futebol de Beja). Oportunidade para José Gomes referir que a organização teve um inexcedível contributo da AF Beja e do município de Ferreira do Alentejo, antes de se dirigir aos representantes dos conselhos regionais referindo: “O vosso envolvimento é fundamental para continuarmos a percorrer o nosso caminho de uma forma coerente, convicta e objetiva. Somos privilegiados por fazer o que nos apaixona, trabalhamos todos os dias para levarmos o setor da arbitragem a patamares de credibilidade e prestígio cada vez mais elevados”. Por isso, destacou: “Quase um ano após a eleição dos novos órgãos sociais do conselho de arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol posso dizer-vos que tenho muito orgulho na vossa resiliência e no vosso caráter, sobretudo se tivermos em conta todas as contrariedades que enfrentámos nesta época 2016/17”. No entanto, reconheceu José Gomes, “durante este primeiro ano à frente do conselho de arbitragem não conseguimos estar tão próximo de vocês como gostaríamos, tem sido um ano de adaptação a novas funções muito exigentes e com desafios que, reconheço, são dos mais exigentes do futebol português”. Lembrou depois: “Como é importante o trabalho que fazem no recrutamento de novos árbitros este é um ponto fundamental sem o qual a arbitragem não pode crescer, nem afirmar-se. E tão importante como recrutar é ser capaz de reter os jovens que chegam à arbitragem, também aqui há muito a fazer. Por último, criar condições para que os árbitros evoluam e possam atingir os seus sonhos, melhorar a formação e as condições que rodeiam a função de árbitros. Não ignoro que, infelizmente, Portugal vive um período em que as críticas às arbitragens são excessivas, desproporcionadas e muitas vezes descabidas”. E acusou: “O trabalho dos árbitros é utilizado, muitas vezes, como escudo para os maus resultados desportivos e frustrações pessoais. Este discurso, cada vez mais agressivo e irresponsável, é prática comum que tem grande influência nos adeptos e neste campo é justo reconhecer que temos muito a fazer”.
O presidente da AF Beja, Pedro Xavier, congratulou-se com a realização do fórum nesta região, sublinhando o empenho de Luís Cabral, presidente do Conselho Regional de Arbitragem, para que o mesmo aqui se concretizasse, e afirmou: “Estes fóruns são importantes para unir as pessoas, para que se troquem ideias e para comparar o que se faz a nível nacional com o que se faz a nível regional e, penso que, nos últimos anos, temos evoluído muito e temos crescido ao nível do recrutamento e ao nível da formação, e podemos fazer mais, mas também ao nível do melhoramento técnico dos nossos árbitros”.
O autarca anfitrião, Aníbal Costa, aproveitou para saudar todos os participantes neste Fórum de Arbitragem e justificou a disponibilidade do município para o acolher, lembrando: “São investimentos desta natureza que promovem o concelho na sua melhor vertente”. E sublinhou que estão num território que está “no centro do que é importante”, justificando o lema com o forte crescimento económico que o concelho tem registado nos últimos tempos, através de “um forte investimento na agricultura e nas agroindústrias, do azeite, da uva de mesa, dos frutos secos e outras culturas de excelência a nível nacional de internacional”, fatores que atribuiu à existência do Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva, perspetivando também a necessidade de conclusão da A26 e de dinamização do aeroporto de Beja.

Fonte:  http://da.ambaal.pt/

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