sexta-feira, 9 de junho de 2017

“O menor ruído possível”


Uma época desportiva positiva, com pouco ruído, apenas com um outro caso pontual, apesar dos muitos jogos dirigidos por um quadro de árbitros que ainda é curto para tão elevado número de jogos por semana.

Texto e foto Firmino Paixão 

O presidente do Conselho Regional de Arbitragem da Associação de Futebol de Beja (CA), Luís Cabral, fez um balanço positivo da forma como decorreu a última temporada e afirmou mesmo que o conselho “pugna sempre por incutir no árbitro o maior número de valores possível, como sejam a ética e a responsabilidade”, lembrando “que o árbitro é um elemento participativo no jogo e parte integrante dele, mas tem que passar despercebido”. E como? “Ajuizando os lances da melhor forma possível e contribuindo para o espetáculo sem se tornar protagonista dele”. Por isso, “a época foi positiva, houve casos pontuais, como em todas as épocas, mas estamos agradados com o resultado final”, sublinhou o dirigente.


O que mais pesou no sucesso foi a qualidade dos árbitros ou a sua criteriosa nomeação para cada jogo?No princípio da época, com a aprovação dos novos regulamentos, tentámos que os nossos árbitros de elite, que são aqueles que podem subir para o nacional, estivessem sempre que possível presentes nos jogos do escalão principal. Todos realizaram um número muito significativo de jogos. Sendo árbitros de elite, têm ambições em subir ao nacional e, por isso, garantem mais qualidade. O conselho tentou sempre, através das nomeações, evitar que pudessem existir problemas, contribuindo assim para a qualidade dos jogos. Por outro lado, todos os agentes devem ter um papel ativo e discreto no futebol e é importante que façamos o menos ruído possível, para permitirmos que o futebol evolua, captando até mais agentes para a modalidade. Temos a preocupação de captar jovens para a arbitragem e recuperar antigos árbitros para esta causa.


Já existem muitos árbitros jovens nos vossos quadros, mas as necessidades persistem?O nosso quadro tem cerca de 70 árbitros e nós pensamos que um quadro de 120 a 130 árbitros será o ideal, também para fazermos, de uma vez por todas, a separação do futsal do futebol de 11. Por outro lado, para termos também uma oferta mais abrangente e qualificada. No princípio da próxima época iniciaremos um curso de futebol de 11, outro de futsal e a divulgação será feita juntos das escolas e dos clubes, procurando captar mais jovens, sobretudo ex-praticantes, que, por essa condição, estão mais à vontade, pois têm a noção do jogo e sabem interagir melhor com os jogadores.


No plano nacional seria desejável que existissem mais árbitros e mais no topo da hierarquia da arbitragem?Neste momento temos o Bruno Vieira que fez o estágio para C1. Teve muitas observações e boas provas, mas ainda não se conhece a classificação da época. Esperemos que fique, para que voltemos a ter um árbitro na categoria máxima do futebol nacional. Mas temos mais árbitros, mais assistentes e observadores nos quadros nacionais e outros a tentarem o acesso, por isso estamos a reforçar um trabalho, que vem na continuidade do que fizeram os CA anteriores, para permitir aos nossos árbitros chegarem lá acima e progredirem paulatinamente, sem andarem a subir e descer.


Que conclusões importantes saíram do Fórum de Arbitragem realizado em Odivelas (Ferreira do Alentejo)?A realização deste fórum no território do CA foi um ponto alto deste ano para o nosso conselho e também para o Conselho de Arbitragem da FPF. Os diversos temas analisados, nomeadamente o protocolo com as associações distritais, vão permitir aos estagiários fazerem mais jogos de seniores. A proteção da arbitragem, algumas alterações aos regulamentos são situações que serão vertidas num futuro regulamento da arbitragem nacional que depois adaptaremos à realidade regional.


Que ferramentas precisam para melhorar mais esse trabalho?Neste momento as ferramentas são as adequadas, vamos ter um desenvolvimento com o modelo score da federação, que permitirá maior celeridade e fiabilidade em todos os processos. As novas tecnologias devem ser postas ao serviço do futebol, não só o vídeo árbitro, mas todo o tipo de tecnologias que tornem a informação mais célere e transparente e que permitam a minimização do erro, através da leitura e interpretação dos relatórios dos árbitros. Temos que defender o futebol, defender os agentes desportivos, e defender os árbitros. Trabalhamos em prol do futebol regional e temos que ter princípios que nos rejam e que permitam o engrandecimento da atividade.

Fonte:  http://da.ambaal.pt/

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