O ciclismo amador viveu no Alentejo um dos momentos mais significativos da temporada, a disputa do Campeonato Ibérico de Elites e Masters, competição que confirmou a vila de Almodôvar como referência nacional para o ciclismo não profissional de competição.
Texto e fotos Firmino Paixão
Seis dos oito títulos ibéricos atribuídos ficaram em Portugal e um deles para o ciclista eborense Joaquim Barreiros (UCA- -União Ciclismo do Alentejo). Os restantes dois foram na roda dos corredores do país vizinho. A correr em casa, a Casa do Benfica de Almodôvar/Swick Drilling assegurou três medalhas de bronze (João Coelho, Luís Matias e Manuel Caetanita), e a Peçamodôvar/GF Pinto/CDA conseguiu apenas uma, também de bronze e para Humberto Xavier. Francisco Romão (UCA) conquistou a medalha de prata na categoria de master 55.
O campeonato foi uma organização conjunta da Federação Portuguesa de Ciclismo e da Real Federacion Española de Ciclismo, em parceria com o município de Almodôvar. Disputa-se alternadamente em Portugal e Espanha.
Sandro Araújo, vice-presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo, disse ao “Diário do Alentejo”: “Ficámos satisfeitos com tão elevadas participação e competitividade. É sempre um prazer vermos tanta gente reunida para celebrar a paixão pela modalidade. Tivemos cerca de 230 atletas, sendo que a maioria foram portugueses e isso deixou-nos satisfeitos. Temos de agradecer não só a participação de todos, mas também, em particular, ao município de Almodôvar e à Real Federacion Espanõla por todo o apoio que nos têm dado”. O dirigente acentuou que Almodôvar “é uma terra de enorme expressão para a modalidade, tem estado a crescer também ao nível dos escalões mais jovens e, um evento como este, que traz toda a Península Ibérica a participar, é mais um elemento a dar continuidade a esta tradição que existe em Almodôvar”.
Orgulho foi o sentimento que o eborense Joaquim Barreiros, de 64 anos, ciclista há apenas dois, expressou já com a camisola cinza de campeão ibérico: “Estou muito orgulhoso, isto foi o fruto de muito trabalho e persistência. Os resultados estão a aparecer. Era um objetivo que perseguia, não consegui a camisola de campeão nacional, hoje vinha tentar o título de campeão ibérico e consegui”. Barreiros quis ainda tributar o grande impulsionador da equipa, Francisco Romão, um grande entusiasta da modalidade, com muitos anos de ciclismo. “É meu companheiro e tem-me ensinado muito”. O novo campeão anunciou: “Vou preparar o Campeonato do Mundo, fui convidado pela federação e fiquei imensamente feliz, as exigências são maiores, mas a ambição é enorme”.
A Casa do Benfica de Almodôvar teve três atletas do pódio, embora sem títulos, razão para Ricardo Jacob dizer: “Não foi mau, somos ambiciosos, desejamos sempre mais, mas este campeonato ibérico foi uma sequência do campeonato nacional em que conseguimos três títulos nacionais”, concluiu o líder da Casa do Benfica, equipa que também terá cinco atletas nos mundiais de masters, feito que considerou “muito importante para o concelho de Almodôvar e para a Casa do Benfica, em particular”.
Rui Sá, antigo profissional da Barbot, estreou-se neste campeonato com a camisola da Peçamodôvar “acedendo ao convite do Humberto Xavier, também corredor e ligado ao patrocinador da equipa”. O atleta justificou: “Fui emigrante na Suíça, regressei definitivamente a Portugal no mês de junho, foi a primeira corrida que fiz pela equipa, tive uma entrada um bocado tardia na época, por isso, as expectativas não eram muitas, porque estou num terreno que ainda não conheço bem, mas a ambição era grande e tentei fazer o melhor possível”.
Campeões Ibéricos
Elites: Valdemar Teixeira (Extremosul/Loulé). Master 30: Gonçalo Brito (Chão das Donas). Master 35: João Mariano (Os Beirões). Master 40: José Benitez (Sirocco). Master 45: António Moleon (Badajoz). Master 50: Vítor Lourenço (CC Sintra). Master 55: João Pinto (Boavista). Master 60: Joaquim Barreiros (UC Alentejo).
Fonte: http://da.ambaal.pt/
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