sexta-feira, 7 de julho de 2017

Beja Merece


  A     A     A  
 
José Saúde

Aplaudo e estou solidário com o movimento de cidadãos, sem rosto político, designado por Beja Merece. Serei um eterno defensor de uma região chamada Baixo Alentejo e de uma urbe que conheço já lá vão 60 anos. Acompanhei a evolução da velha Pax Julia nas pretéritas seis décadas. Conheço o antes e o depois. Antes, conheci os tempos das perseguições aos camponeses ou a uma plebe que nas fábricas, oficinas, carpintarias, cafés, esplanadas, entre outros locais, se deparavam com as constantes ações executadas pela PIDE que ao serviço do Estado Novo não dava tréguas a pessoas humildes que reclamavam uma simples côdea de pão ou por melhores condições de vida. Num outro prisma, vivi, nos anos de 1960 e 1970, períodos áureos do Desportivo de Beja e de atletas que rumaram para clubes de grandes dimensões. Depois da Revolução dos Cravos, 25 de Abril de 1974, deparo-me com uma província que parece cair no limbo do esquecimento pelos fidalgos do Terreiro do Paço. A dicotomia entre regiões é visível. O Baixo Alentejo é terra queimada onde nem vale a pena apostar. Um pensar mórbido, infeliz e esgotado de ideias. Investimentos, infraestruturas, construções de porte superior e desenvolvimento é uma temática equiparada a zero. E é com este andor levado aos ombros por uma população devastada pela insensibilidade de outros, que Beja Merece me atira para o palanque desportivo de onde se retiram plausíveis conclusões que se vão consumindo no tempo. Beja é uma cidade que vive a reboque de convicções forasteiras. Criaram-se condições, desenvolveram-se novas coletividades, o número de praticantes aumentou nas diversas modalidades, o associativismo ganhou uma outra consistência, só que nesta panóplia de contextos perdeu-se a evidência. O futebol é disso um explícito exemplo. Considerando os conteúdos inseridos no intuito Beja Merece, creio que Beja, a nossa estimável Beja, assenta em fatores que pouco ou nada se compadecem com a visão de senhores que chegam à cidade e que desconhecem as suas profícuas necessidades. “Beja Merece” ser olhada com respeito e dignidade. Esvaziar cérebros a recetores de mensagens difusas é um crime de lesa a pátria. Queremos Beja a crescer com todas as suas forças. Queremos “um comboio, um avião, uma estrada” e uma Beja desportivamente robusta em todas as suas valências . 

Fonte: http://da.ambaal.pt/

Sem comentários:

Enviar um comentário