sexta-feira, 14 de julho de 2017

Francisco Agatão, de regresso aos Açores, promete seriedade e ambição


O treinador bejense Francisco Agatão está de regresso à ilha Terceira (Açores) para retomar o comando do Sport Clube Praiense, nesta que será a sua segunda época como líder da equipa da Praia da Vitória.

Texto e foto Firmino Paixão


Depois daquela que foi a melhor época de sempre na história do Praiense, que por pouco (e por fatores que o treinador aqui explica) não conseguiu a subida de divisão, a formação açoriana reforçou-se para tentar, com o profissionalismo e ambição que caracterizam o técnico alentejano, mais uma época de sucesso para os “Encarnados da Praia”, onde tem como adjunto, Nélson Silva, outro bejense que bem conhece o futebol açoriano.


Entre compromissos desportivos refugia-se na sua cidade. Beja é o seu porto de abrigo?É na minha terra que retempero as forças e revejo os meus amigos. Sinto o cheiro do Alentejo, algo que tanta falta me faz. Mas permite-me também acalmar um pouco, refletir sobre o que foi o trabalho do ano e preparar a época que se avizinha. É todo esse sentimento de tranquilidade que o Alentejo me proporciona e, com as férias a terminar, já sinto de novo a saudade.


Os últimos anos de carreira foram, maioritariamente, passados nos Açores. O futebol açoriano “é a sua praia”?É isso, depois de 10 anos em São Miguel, agora que estou na ilha Terceira tenho sentido que cada vez mais o povo açoriano me acolhe e tem por mim uma admiração muito especial. Procuro devolver essa atitude e esse gesto, com trabalho, com dedicação e entrega, fazendo aquilo que eu sempre prometo que é ser um profissional sério, dedicado e competente. Os Açores são, de facto, uma região do País onde me sinto confortável e onde sou muito bem tratado.


Em linha com esse sentimento, o Praiense é a sua atual paixão?O Praiense é a minha paixão. Fizemos uma época extraordinária, foi a melhor época em 69 anos de história do clube. Só nos faltou colocar a “cereja no topo do bolo” mas, infelizmente, isso não foi possível. Temos que admitir isso e eu, como principal responsável, admito-o de uma forma muito natural. Tivemos culpa mas também houve um momento em que nos bastava um ponto para garantirmos a subida de divisão e não o conseguimos. Perdemos com o Fátima, por motivos extra futebol, que cada vez mais gostaríamos de esquecer.


Fatores externos que não se conseguem controlar?Parece-me que depois da envolvência que se criou em torno desse jogo, porque no anterior tínhamos jogado em Torres Vedras e ficámos apenas dependendo de nós para o jogo com o Fátima, por tudo o que antecedeu e sucedeu depois desse jogo, juntando todas as peças, constatámos que aconteceram coisas muito estranhas.


Um pouco à semelhança da interioridade, a insularidade também tem algum tipo de custos?Tenho toda a certeza disso. Não tenho dúvidas nenhumas a esse respeito, concretamente quando saiu a nomeação do árbitro para esse jogo comecei a receber telefonemas dando-me conta de que devia ter cuidado, porque esse jogo estaria inquinado. Não quis acreditar nisso, sou um homem sério, sou um homem do futebol e toda a minha verticalidade é virada para a minha profissão. Não merecíamos que nos tivessem sonegado a possibilidade de subirmos de divisão.


Está aí uma nova época, estarão mais uma vez com os olhos postos na subida de divisão?Nem outra coisa seria de esperar, depois da época que fizemos e das aquisições que conseguimos. Mantemos grande parte da estrutura da época passada, com aqueles jogadores que sentimos que nos ajudaram consideravelmente e que têm compromisso com o clube, que é uma ideia que nós privilegiamos sempre. Reforçámo-nos com mais quatro ou cinco atletas de qualidade para poderem jogar no Praiense e que serão, certamente, uma ajuda muito forte para que nos recandidatemos a uma possível subida de divisão.


A colaboração de Nélson Silva, seu conterrâneo, é fundamental…O Nélson é a minha grande muleta, sem dúvida nenhuma. O Nélson é um treinador assistente extraordinário, somos o refúgio um do outro naquelas horas em que as coisas não correm assim tão bem. Procuramos debater as nossas ideias, tem sido um excelente amigo e, no futuro, será também um excelente treinador, não tenho dúvidas disso.


Se surgir algum projeto mais importante aproveitá-lo-á mas, por agora, nota-se que está feliz…Muito feliz, sobretudo porque me sinto bem, sinto que estou onde as pessoas querem que eu esteja e isso é particularmente gratificante, sentirmos que as pessoas gostam que estejamos lá. Tenho sido muito bem tratado. Já não tenho grandes sonhos a não ser trabalhar todos os dias, fazer o que sei e posso, no sentido de fortalecer cada vez mais a instituição Sport Clube Praiense, que me merece todo o respeito. Com certeza que faremos mais uma grande aposta para a próxima época.

Fonte:  http://da.ambaal.pt/

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