sexta-feira, 11 de agosto de 2017

Um dia seremos ouvidos”


A Associação Cultural e Desportiva do Penedo Gordo, coletividade fundada em 21 junho de 1975, acaba de abrir uma nova sede social, através da qual pretende potenciar o convívio e a amizade entre os associados e a angariação de fundos para a atividade desportiva regular.

Texto e Foto Firmino Paixão

Com o antigo edifício sede cedido à União das Freguesias de Santiago Maior e São João Batista, para ali funcionar um programa ocupacional (ATL), a Associação Cultural e Desportiva do Penedo Gordo vinha, há algum tempo, sentindo a necessidade de um espaço onde os dirigentes, sócios e atletas pudessem confraternizar, revelou Hugo Burrica, recém-eleito presidente do clube, em conversa com o “Diário do Alentejo”. O dirigente deixou algumas ideias para o futuro e outro tanto de queixas pela falta de apoios, ainda que mantenha uma enorme vontade em superar as dificuldades.

Um momento especial, provavelmente, o primeiro passo dado pelo novo executivo que o Hugo lidera?

É um momento especial porque nós desenvolvíamos a nossa atividade sem termos um espaço nosso. Esta foi uma das primeiras decisões que tomámos, para angariarmos alguns fundos para a atividade do clube. O nosso pensamento é melhorar o clube todos os dias, fazermos coisas novas, acrescentarmos mais qualidade e tentarmos que algo melhore no seio do clube, porque talvez o Penedo Gordo seja o único clube da 1.ª Divisão da AF Beja que todos os anos tem de melhorar as suas infraestruturas. Os outros têm as infraestruturas criadas e nós todos os anos temos de fazer obra. Este ano voltamos a fazê-la. Estamos a melhorar o nosso campo de futebol para recebermos melhor as pessoas que aqui se deslocam para verem os jogos na nossa terra.

Que valências proporcionam a vossa nova sede para cativar os sócios?
A ideia principal é criar um espaço onde os sócios possam ter algumas atividades de lazer, apoiados por um bar e com a possibilidade de conviverem, mas também servirá para expormos os nossos troféus, o registo fotográfico da nossa história e dos nossos melhores momentos do passado e do presente. Sentíamos dificuldade em chegar perto dos associados para cobrarmos a quotização. Pontualmente encontrávamo-los na rua e, às vezes, manifestavam o desejo de fazer o pagamento mas era uma situação algo desconfortável. Agora será diferente, os sócios já têm um ponto de referência onde podem pagar a quotização. Temos neste momento cerca de 170 sócios e temos a consciência de que o futebol tem feito crescer esta terra.

Estar um pouco distante da cidade, embora fazendo parte da sua orgânica administrativa, é bom para o clube ou nem por isso?
Acho que pelo facto de estarmos um pouco distantes de Beja, não só o clube, como a própria terra, têm sido prejudicados. Se o Penedo Gordo tivesse sido olhado, há mais tempo, de uma outra forma, se calhar, poderíamos estar um bocadinho melhor do que estamos. Mas estamos cá para lutar e para tentarmos aproximar as pessoas da cidade ao Penedo Gordo, porque esta terra pertence a Beja.

Do que se queixa? Falta de apoios?

Queixo-me do mesmo que os outros clubes da cidade se queixam. Mas eu queixo-me mais porque estamos distantes e as pessoas da terra estão um pouco cansadas de lhes pedirmos patrocínios, sacrificamos sempre os mesmos. Mas a nossa guerra é esta e vamos sempre lutando para melhorarmos o Penedo Gordo, enquanto clube e enquanto localidade que somos.

Uma das melhorias desejadas será o arrelvamento do campo?
Essa é outra luta grande. Gostávamos muito de conseguir essa melhoria no nosso campo, mas vamos ter paciência, sabemos que as coisas não estão fáceis, os investimentos são muitos, vamos falando todos os anos, vamos melhorando as nossas instalações e um dia seremos ouvidos. Temos tido um apoio muito importante da junta de freguesia, não esquecendo os patrocinadores e as pessoas que nos ajudam, mas não posso deixar de agradecer à junta de freguesia, que é a entidade que mais nos apoia.

Que expectativa tem para a nova época desportiva?
Tentaremos fazer um pouco melhor do que já fizemos. O objetivo será ficarmos nos cinco primeiros. Estamos a trabalhar há muito tempo nesse sentido e acho que conseguimos que os principais valores da nossa equipa aqui permanecessem. Mas não foi fácil, a concorrência é muita. Temos um novo treinador, às vezes a mudança é necessária. Estávamos contentes com tudo o que o António Calatróia fez, temos que o louvar, foi ele também que me trouxe para aqui, voltei a convite dele, foi ele que iniciou este projeto e devemos-lhe muito do que já conquistámos. Gosto bastante da minha terra e farei tudo para que as coisas sejam diferentes e a diferença é continuarmos a surpreender os adversários com a nossa qualidade.

Fonte:  http://da.ambaal.pt

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