sexta-feira, 20 de outubro de 2017

João Aurélio, cinco anos depois, voltou a jogar no distrito de Beja


“Sou claramente, sou um ‘conquistador’. Ainda mais, porque foi este o clube que me projetou para o mundo do futebol. Foi o Vitória de Guimarães que me deu a mão quando dei o salto do Alentejo para a cidade berço, para jogar nos juniores. Naturalmente que, gostando como gosto deste emblema, considero-me também um ‘conquistador”, uma confissão do bejense João Aurélio, jogador do Vitória de Guimarães.

Texto e foto Firmino Paixão
João Aurélio voltou ao Alentejo, no passado fim de semana, integrado na comitiva do Vitória Sport Clube, de Guimarães, que disputou a 3.ª eliminatória da Taça de Portugal no reduto do Vasco da Gama de Vidigueira. Jogar no Alentejo é sempre um momento especial, reconheceu o jogador vimaranense: “Claro, estão aqui as pessoas que me viram nascer para o mundo do futebol, por isso, é sempre especial vir ao Alentejo. Jogar contra uma equipa alentejana também é sempre um motivo de orgulho para mim”.
À margem do jogo, João contou com o apoio dos amigos, da família, enfim, das pessoas que o conhecem como jogador e nascido na região: “São pessoas que nos conhecem de perto, como pessoa e como jogador, e que nos vieram apoiar. São os amigos de infância, amigos com quem joguei quando representei os clubes da região, é a minha família, está tudo aqui, são sempre o meu maior apoio, quer nos momentos mais difíceis, quer nos bons momentos, estão sempre ao meu lado”.
A Taça de Portugal tem, realmente, esta especificidade, proporcionar jogos entre equipas de campeonatos diferentes, concordou Aurélio: “A Taça de Portugal é um momento de festa, proporciona estes jogos entre equipas de diferentes patamares. Viemos preparados para essa festa, apesar do objetivo com que viajámos, que era de ganhar o jogo e passarmos à próxima eliminatória. No ano passado fomos à final e, neste ano, a meta é a mesma, não foge à regra, queremos voltar à final da Taça de Portugal”.
Um emblema do distrital contra um adversário da 1.ª Liga, uma espécie de “David contra Golias”, anuiu: “Mas foi um jogo bonito, uma grande festa do futebol. O favoritismo estava do nosso lado, e acabou por se confirmar com o resultado que conseguimos”, reconheceu o atleta, antes de lhe recordarmos a última vez que tinha jogado no Alentejo. Foi em agosto de 2012, com a camisola do Nacional da Madeira, treinado por Pedro Caixinha: “É verdade, foi um jogo amigável que se disputou na cidade que me viu nascer, na verdade, sou da freguesia de Nossa Senhora das Neves, mas a cidade de Beja é também a minha casa. Foi um jogo muito bonito, um momento de boas memórias”.
Entretanto, durante esse percurso de sete anos com a camisola dos alvinegros da Madeira, juntou-se ao seu irmão gémeo Luís, um sonho que ambos alimentavam, recordou: “Na verdade concretizámos esse sonho na Madeira, deram-nos essa oportunidade e estamos muito reconhecidos por isso, tínhamos jogado juntos durante a nossa formação, ambicionávamos voltar a jogar na mesma equipa, era mesmo um sonho comum, jogarmos juntos, enquanto profissionais de futebol, e isso foi realmente concretizado”.
Mais tarde a dupla separou-se, são as contingências da vida de um profissional de futebol, comentou João Aurélio, resignado: “Não somos donos do destino, tivemos essa oportunidade, depois separámo-nos mas, quem sabe, se ainda voltaremos a juntar-nos. O Luís está muito feliz com a carreira que está a fazer no Feirense. Eu estou feliz no Vitória, por isso, representamos clubes diferentes, mas estamos ambos satisfeitos com o nosso percurso”.
João Aurélio é o símbolo da ambição vimaranense, com o clube em várias frentes desportivas, Liga Europa, Taça da Liga, 1.ª Liga e Taça de Portugal: “Estamos a dar o nosso melhor, sempre dignificando a nossa camisola, lutando para conquistarmos vitórias, porque isso é o mais importante para os objetivos do clube serem atingidos com pleno sucesso”.
João tem 29 anos, já realizou muitos sonhos, mas a ambição não tem conta, nem medida: “Estou feliz, sinto que a minha família também está feliz, tenho um filho que me deixa bastante orgulhoso, estou a fazer o que gosto e sinto que a família está bem, isso é o mais importante. Estou a jogar ao mais alto nível e sinto-me orgulhoso pelo que tenho feito até aqui. É evidente que ainda tenho outros sonhos, já cheguei ao patamar que sempre desejei, mas sou ambicioso, estou contente com o que tenho feito até aqui, mas não consigo deixar de sonhar”, revelou.
E será que um jogador de Beja, a viver em Guimarães, já ouvir falar no Osvaldinho?: “Sempre ouvi falar muito no Osvaldinho. Por acaso, ainda não tive oportunidade de o cumprimentar, falta minha, porque já o devia ter feito, sei que tem um espaço comercial em Guimarães. Foi mais uma figura do futebol que prestigiou o nosso Alentejo. Um dia destes vou conhecê-lo”, prometeu João Aurélio, um “conquistador”.

Fonte:  http://da.ambaal.pt/

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