segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

Que futebol queremos ter?


Carlos Pinto
Na entrevista que concedeu esta semana ao "CA" [e que pode ler em parte na página 11 desta edição ou na íntegra no nosso site, em www.correioalentejo.com] o treinador do Clube Desportivo de Almodôvar, actual líder do campeonato distrital da 1ª divisão, fala sobre o que mudou no futebol do Baixo Alentejo nas últimas duas décadas. E se, por um lado, reconhece que as condições e métodos de trabalharam mudaram (e muito) para melhor, o técnico almodovarense não deixa, por outro lado, de manifestar a sua apreensão sobre o futuro que o "desporto-rei" vai ter na região.
O raciocínio (a que junta apreensão) de Sandro Almeida tem uma premissa tão simples quanto preocupante: a inexistência, há anos, de um campeonato distrital de juniores "a sério". É que nas últimas temporadas ou não há este escalão, ou então os campeonatos desenvolvem-se com apenas cinco, quatro ou mesmo três equipas. Houve até um ano em que a competição distrital em juniores se resumiu à disputa da Taça, por só haver duas equipas inscritas…
Estando nós no maior distrito do país, esta não deixa de ser uma questão intrigante. É certo que o despovoamento é mais que muito e que as nossas vilas e aldeias estão cada vez mais envelhecidas. Mas não deixa de causar espanto (e suscitar reflexão) que não se consiga, ao menos, arranjar uma equipa de juniores por concelho. Já seriam 14… Mas nem tal tem sido possível!
Por tudo isto, é legítima a questão: que estará a faltar? Será falta de jovens em quantidade? Ou falta de vontade dos clubes? A resposta está longe de ser óbvia, mas carece de resposta. Urgentemente! Para que assim se possam tomar as medidas necessárias por parte da Associação de Futebol de Beja para inverter este quadro. Caso contrário, o futebol terá um futuro bastante complicado pela frente no distrito, apesar de as condições de trabalho proporcionadas – sobretudo – pelas autarquias serem cada vez mais… e melhores. Um contra-senso que não podemos aceitar de modo algum.
Cronica de Carlos Pinto
Fonte:  http://www.correioalentejo.com

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