José Saúde
Desportivamente
Debruço-me,
desportivamente, sobre o suave mitigar de um eloquente dirigismo que fez
no passado um hino à veracidade desportiva e detenho-me perante um rol
de distintas personalidades que deixaram escola em coletividades que
dignamente dirigiram. Num olhar abrangente sobre um prodígio onde se
enumeram convincentes histórias de peculiares mecenas que administraram
as suas hostes, concentro atenções em casos pontuais e dou por mim a
deslizar para uma agremiação que me foi especial nos verdes anos da
minha adolescência: o Despertar Sporting Clube. Reproduzem os arautos da
gesta que a sua originalidade combina em perfeição com a dedicação
levada a cabo por homens que serviram uma comunidade que entretanto se
apresentava sôfrega no que concerne ao seu desenvolvimento. Sob o manto
divino do velhinho “Rasga” repousam fidedignos orientadores que deixaram
preceitos no associativismo em Beja. Viajo pelo fio da navalha e revejo
o paulatino evoluir de sucessivas direções que honraram o grémio
pensando incessantemente no futuro. No Despertar, em minha opinião, e
que vale o que vale, sempre se trabalhou em consonância com o sentido
nato da consistência orçamental. O caminho era o da seguridade, não o da
extravagância. Uma etiqueta que vem desde a sua fundação, 24 de junho
de 1920. O “maestro” que colocou a sinfonia a emitir sons harmoniosos
dava pelo nome de Manuel Joaquim Gonçalves Peladinho e contou com uma
equipa de maravilhosos “músicos” onde se destacavam Libânio Rosa
Pereira, Joaquim Bernardo de Sousa, Alfredo Almeida Barradinhas, António
da Graça Sardinha, Artur Modesto, Eduardo Modesto, Henrique José Careto
Júnior, António Castilho, João Castilho, Artur Silva, Manuel Valadas
Mendes, Hilário Gomes da Silva, Teotónio Mendes, Manuel Venâncio e André
Sequeira. Desportivamente pulveriza-se, também, uma posterior casta de
pessoas que piamente souberam engrandecer o emblema da sua paixão. Somos
de um tempo em que conhecemos uma linhagem de mentores admiráveis.
Francisco Augusto de Assunção, o popular Chico da “Boneca”, foi, sem
dúvida, um dos seus mais carismáticos guias. Seguiu-se Zeca Pereira, um
homem bom, respeitador, de trato fácil e que chegava a colocar dinheiro
do seu próprio bolso para colmatar pontuais carências financeiras numa
tesouraria que se apresentava por vezes deficitária. É certo que muitos
outros por lá passaram, sendo lógico enaltecer o seu esforço e o muito
que contribuíram para que o Despertar alicerçar-se no tempo um conjunto
de infraestruturas que fazem da clube um exemplo a ter em conta.
Fonte: Facebook de Jose saude.
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