sexta-feira, 11 de maio de 2018

Bola de trapos, Diário do Alentejo, edição de 11 de maio de 2018

José Saúde
Desportivamente
Debruço-me, desportivamente, sobre o suave mitigar de um eloquente dirigismo que fez no passado um hino à veracidade desportiva e detenho-me perante um rol de distintas personalidades que deixaram escola em coletividades que dignamente dirigiram. Num olhar abrangente sobre um prodígio onde se enumeram convincentes histórias de peculiares mecenas que administraram as suas hostes, concentro atenções em casos pontuais e dou por mim a deslizar para uma agremiação que me foi especial nos verdes anos da minha adolescência: o Despertar Sporting Clube. Reproduzem os arautos da gesta que a sua originalidade combina em perfeição com a dedicação levada a cabo por homens que serviram uma comunidade que entretanto se apresentava sôfrega no que concerne ao seu desenvolvimento. Sob o manto divino do velhinho “Rasga” repousam fidedignos orientadores que deixaram preceitos no associativismo em Beja. Viajo pelo fio da navalha e revejo o paulatino evoluir de sucessivas direções que honraram o grémio pensando incessantemente no futuro. No Despertar, em minha opinião, e que vale o que vale, sempre se trabalhou em consonância com o sentido nato da consistência orçamental. O caminho era o da seguridade, não o da extravagância. Uma etiqueta que vem desde a sua fundação, 24 de junho de 1920. O “maestro” que colocou a sinfonia a emitir sons harmoniosos dava pelo nome de Manuel Joaquim Gonçalves Peladinho e contou com uma equipa de maravilhosos “músicos” onde se destacavam Libânio Rosa Pereira, Joaquim Bernardo de Sousa, Alfredo Almeida Barradinhas, António da Graça Sardinha, Artur Modesto, Eduardo Modesto, Henrique José Careto Júnior, António Castilho, João Castilho, Artur Silva, Manuel Valadas Mendes, Hilário Gomes da Silva, Teotónio Mendes, Manuel Venâncio e André Sequeira. Desportivamente pulveriza-se, também, uma posterior casta de pessoas que piamente souberam engrandecer o emblema da sua paixão. Somos de um tempo em que conhecemos uma linhagem de mentores admiráveis. Francisco Augusto de Assunção, o popular Chico da “Boneca”, foi, sem dúvida, um dos seus mais carismáticos guias. Seguiu-se Zeca Pereira, um homem bom, respeitador, de trato fácil e que chegava a colocar dinheiro do seu próprio bolso para colmatar pontuais carências financeiras numa tesouraria que se apresentava por vezes deficitária. É certo que muitos outros por lá passaram, sendo lógico enaltecer o seu esforço e o muito que contribuíram para que o Despertar alicerçar-se no tempo um conjunto de infraestruturas que fazem da clube um exemplo a ter em conta.
Fonte: Facebook de Jose saude.

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