Caixinha
O
futebol e os touros foram as suas grandes paixões. E se no futebol a sua
entrega se pautou substancialmente pela afirmativa, na arena o antigo
forcado foi um nome sonante na festa brava. João Maria Marujo Caixinha
nasceu em Santa Clara do Louredo, Boavista, a 27 de agosto de 1947, e
muito jovem rumou a Tomar onde foi aluno interno do Colégio Nuno Álvares
Pereira. O cosmos futebolístico mexia com o seu ego, sendo certo que o
União de Tomar ainda lhe endossou um convite, onde, aliás, chegou a
treinar nas camadas de formação. Todavia, foi como jogador sénior que
aconteceu a estreia oficial na cidade de Ovar. “O treinador da Ovarense
era o Di Paola, sendo que num treino do União observou-me e ter-lhe-ei
dado boas indicações. Quando acabei o 7º ano o Di Paola convidou-me e
estive uma época na Ovarense”. Na temporada de 1967/1968, já radicado em
Beja, ingressou no Desportivo, emblema que defendeu até à época de
1982/1983. Defesa esquerdo exemplar, Caixinha tinha a particularidade de
assumir a marcação dos cantos que a equipa conquistasse na ala direita.
Fazia-o de tal forma perfeita que no seu currículo constam alguns golos
obtidos de canto direto. As recordações com o emblema do grémio
paxjuliano ao peito são inolvidáveis. “No Desportivo vivi momentos
inesquecíveis. Fiz, na época de 1969/1970, parte de uma equipa que
esteve mais de 20 jogos sem perder. Eram só vitórias. Estive, também,
numa subida à segunda divisão nacional. Enfim, foram muitos anos ao
serviço do Desportivo”. Jogador do tipo antes quebrar que torcer,
Caixinha lembra um convite que chegou do Belenenses. “Este convite
aconteceu quando estava na tropa e o treinador da equipa de Belém era o
Joaquim Meirim. Comigo estava o Quinito, que jogava no Belenenses e foi
ele que me indicou aos responsáveis azuis uma vez que a equipa precisava
de um defesa esquerdo. Nesses tempos os clubes exerciam o direito de
opção e o Desportivo não me libertou”. Numa viagem ao seu longo
historial observa-se um dado curioso: “Nos muitos anos que joguei
futebol fui apenas expulso por duas vezes. A primeira no dia em que o
meu filho Pedro nasceu quando agredi, de propósito, um adversário cuja
finalidade era sair mais cedo do jogo; a segunda contra o Lusitano de
Évora em que me envolvi com o meu amigo Januário, o “Foguete”, como lhe
chamávamos”. O autor desta crónica partilhou o balneário do Desportivo
com ele e recorda as nódoas negras no seu corpo após mais uma tarde, ou
noite, de tauromaquia onde o mundo dos forcados ditava, por norma,
momentos de glória. Depois de arrumar as botas Caixinha foi, ainda,
treinador.
Fonte: Facebook de Jose saude.
Fonte: Facebook de Jose saude.
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