José Saúde
Vítor Madeira
Goleador com créditos
reconhecidos, Vítor foi o irmão mais novo de uma linhagem de jogadores
de futebol que honraram a modalidade onde o clã Madeira ortografou
irrepreensíveis páginas de glória. Tudo começou com o mano Joaquim,
estendeu-se ao Nói, Rui e João, fechando o ciclo em Vítor Manuel da
Graça Madeira, nascido a 5 de setembro de 1953, em Beja. Oriundo de uma
escola onde o jogo de rua acicatava a juventude, o seu primeiro
“estádio” foi um espaço no Terreirinho das Peças. Eram os tempos em que
as forças policiais multavam sem dó nem piedade uma miudagem que se
entretinha a chutar uma bola. Desse grupo faziam parte o Delfim Agatão, o
Marques, o Zé António, de entre muitos outros condiscípulos que mais
tarde representaram o Desportivo de Beja. Numa auto-observação aos
desafios travados entre os bairros, o Vítor puxa pela memória e evoca
uma indubitável fidelidade: “Jogávamos contra a malta da Praça de Touros
onde estavam os “Bajujas”, os “Sardinhas” e os “Ameixas”, ou com o
Bairro do Pelame e ainda com a rapaziada do Jardim da Rampa. Eram sempre
grandes jogos”. Na época de 1968/1969, Vítor Madeira iniciou-se no
Desportivo. “Fui para o Desportivo como juvenil. O treinador era o
Dionísio. Fiz, depois, uma época como júnior e na temporada seguinte
ingressei no Vasco da Gama de Sines, como sénior”. Pelo meio da aventura
ficou a hilariante história que envolveu um substancial aumento de
ordenado. “O presidente era o Tavares, um homem de Beja, e propôs-me uma
mensalidade de dois mil e 500 escudos e estadia paga, ora como ganhava
500 na Junta Autónoma de Estradas, não olhei para trás e assinei
contrato”. E foi a defender as cores sineenses que Vítor Madeira recebeu
memoráveis elogios de um jovem talhado literalmente para o futebol.
Avançado temível, era a faturação de golos que o diferenciava dos
demais, razão que o conduziu à cidade do Sado. “A minha ida para o
Vitória de Setúbal foi um grande salto para o futebol profissional. O
treinador era o Fernando Vaz e consegui conquistar um lugar na equipa
principal. As minhas prestações suscitaram interesses do Benfica e
Sporting”. O onze habitual do Vitória na época de 1987/1988 era o
seguinte: Neno; Crisanto, Eurico, Aparício e Quim; Roçadas, Hernâni e
Kazar; Jordão, Manel Fernandes e Vítor Madeira. Após cinco épocas
pautadas pela fama, eis a inesperada saída de Setúbal. Seguiu-se uma
temporada no Estoril e uma outra no Marítimo, verificando-se,
entretanto, o seu retorno a Setúbal. Catalogando a sua exemplar
carreira, Vítor Madeira somou dez épocas com a camisola do Vitória. Para
encerrar o périplo do profissionalismo a estrela bejense viajou ao
Canadá onde representou o First Portuguese. Voltou a Sines na temporada
de 1991/1992 como jogador/treinador.
Fonte: Facebook de Jose saude.
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