sexta-feira, 22 de março de 2019

Bola de trapos, edição de 22 de março de 2019 no Diário do Alentejo

José Saúde
Atas
As Atas são testemunhos históricos pelas quais as coletividades se regem e que visam o básico prosseguimento daquilo que fora aprovado numa reunião suprema. Desportivamente invoco um documento da AF Beja e revejo a sua Ata nº1: “Aos dois dias do mês de Março do ano de mil novecentos e vinte e seis nesta cidade de Beja, e sede provisória na Associação de Foot-Ball de Beja, sita na rua do Touro número treze, reuniram-se os seguintes senhores eleitos para a Comissão Administrativa da Associação, referindo em Assembleia Geral do mesmo organismo, à necessidade em proceder: Tenente Coronel António Henriques de Meneses Soares, Artur da Silva Dias, Guilherme Castelão de Almeida, João Maria Brandão Soares, Joaquim António do Monte, António dos Reis Perianes e José Raposo Coroca, tendo distribuído entre si e respectivamente os diferentes cargos de Presidente, Vice Presidente, Primeiro e Segundo Secretário e Vogais” . E adianta: “Foi resolvido oficiar à União Portuguesa de Foot-Ball, dando ele parte da organização deste organismo da constituição da Comissão Administrativa e apresentando o nosso pedido da filiação”. Procurei uma identificação credível que transmitisse o arrojo dos impulsionadores de uma modalidade que conhece, atualmente, parâmetros nunca dantes concebíveis. Quando lancei a obra Associação de Futebol de Beja 90 Anos de Memórias e Relatos, novembro de 2015, a missão passou em trazer ao conhecimento público dados verídicos sobre os 113 filiados inseridos nos cadernos associativos. Andei no trilho dos clubes, ou associações, e tentei refazer biografias que o tempo paulatinamente se encarregou em acomodar em baús que foram entretanto danificados. Solicitava a consulta de Atas, uma vez que pretendia angariar informação mais sucinta, mas, em alguns dos casos, lá vinha a negação da minha interpelação. Concluía que muitos dos emblemas nem livros de Atas guardavam nos seus arcaicos armários. Não vamos divagar na procura de plausíveis razões, tentemos sim caminhar pela veracidade da excelente gesta, enaltecendo um passado que revela um ancestral crescimento com o evoluir dos anos. Longe vão os tempos, décadas de 1920 e 1930, em que novata AF Beja se limitava a uma mini competição, onde o Luso, clube mais antigo (16/6/1916), Despertar (24/6/1920), São Domingos Futebol Clube (15/8/1920) e União de Beja (21/10/1923), nomeadamente, pediam meças para erguerem o almejado troféu. Hoje, o fenómeno expandiu-se de tal forma que na presente temporada, 2018/2019, existem 43 filiados a participarem desportivamente nos diversos escalões que reúnem cerca de 2700 atletas, distribuídos pelos escalões de petizes, traquinas, benjamins, infantis, iniciados, juvenis, juniores, seniores e futsal. Relativamente aos juízes de campo que arbitram os jogos a quantidade refere perto dos 70. Outros tempos, outras realidades e testemunhos autênticos que ficam para memória futura.
Fonte: Facebook de José saúde.

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