Aplausos
 
Viajo pelo universo de eternas lembranças e dou por mim a absorver 
legados que fizeram do desporto um verdadeiro cântico à liberdade. 
Recorro a heranças deixadas por prodigiosos mestres, exímios autores de 
excelentes histórias, sendo certo que o resplandecer dessas memórias 
conduzem-nos aos princípios do século passado, onde Beja fora palco de 
eloquentes reptos desportivos. Em finais de 1906 um grupo de estudantes 
trouxeram para a velha Pax Júlia o “vício do jogo da bola” e logo aí se 
terá dado um passo gigante rumo ao supremo gosto pela prática 
desportiva. Passados uns anos, 1 de maio de 1931, foi inaugurado o 
Estádio Condessa D’Avilez, sendo aquele recinto palco para efusivos 
aplausos. O espaço, para além do futebol, aonde o Luso atuava como 
equipa anfitriã, era também palanque de fascinantes tardes de ginástica,
 onde um grupo de atletas, liderado pelo saudoso Melo Garrido, 
entusiasmavam um público que fazia questão em marcar presença no ágil 
acontecimento. A 27 de abril de 1953 deu-se a inauguração do Estádio 
Municipal Eng.º José Frederico Ulrich, mais tarde denominado Dr. Flávio 
dos Santos, sendo aquele campo não só destinado ao futebol, assim como 
para a rotina de outras modalidades que a juventude admirava. O estádio 
usufruía magníficas condições e a sua enorme dimensão proporcionava que a
 área demarcada entre o retângulo de jogo e as bancadas, fosse 
aproveitada para a antiga Mocidade Portuguesa ali realizar provas de 
atletismo. Numa pista caiada com cal, produto oriundo quiçá de 
Trigaches, os jovens corriam em busca de um sonho e a rapaziada 
recreava-se com o prazer que o mundo das correrias lhes facultava. Mais 
tarde o campo relvado, cedido pela Força Aérea Alemã, foi beneficiado 
com uma pista de tartan e o atletismo rumou a uma outra ponta da cidade e
 por lá se fixou. É óbvio que o piso com o evoluir dos tempos 
degradou-se, surgindo, naturalmente, um mar de reclamações por parte 
daqueles que utilizavam a pista não só para os treinos diários assim 
como para a competição, só que esses gritos de alerta ter-se-ão, 
eventualmente, diluído num manto de incertezas. O atual elenco diretivo 
da Câmara Municipal de Beja, com administração direta, jogou mãos à 
obra, remodelou o espaço e restaurou a pista de atletismo no Complexo 
Desportivo Fernando Mamede. Olha-se a magnitude de toda a sua 
envolvência, vê-se trabalho, alindou-se toda a área, incluindo pinturas 
das bancadas, formataram-se viáveis ideias e lá está a pista pronta para
 a sua inauguração, uma situação que ainda não ocorreu por via de um 
covid-19 que tudo adiou. Neste contexto, aqui ficam os justos aplausos 
para os autarcas bejenses que reconstruíram uma infraestrutura cuja 
grandeza deixará, por certo, os atletas num emotivo deslumbramento, 
tendo em conta a dádiva que lhes fora facultada. O preço da obra 
situou-se nos 632 mil euros.
Fonte: facebook de Jose Saude.
Fonte: facebook de Jose Saude.



      
     
      
     
      
     
      
     
      
     
      
     
      
     
      
     
      
     
      
     
      
     
      
     
Fonte: Facebook de Velha Guarda da Bola