sexta-feira, 26 de maio de 2017

Um berço da canoagem


O Clube Fluvial Odemirense é a mais antiga coletividade no sul do País na modalidade de canoagem. O seu atual presidente, Ilídio Soares, foi o percursor da modalidade nesta região.

Texto e foto Firmino Paixão


Nos idos anos oitenta, Odemira foi a capital da canoagem no sul do País. A modalidade surgiu em Odemira embarcada no entusiasmo de Ilídio Soares, por muitos considerado “o pai da canoagem na região sul de Portugal”, e desenvolveu-se em Odemira ancorada à antiga Escola de Remo e Canoagem Odemirense (ERCO), que no primeiro dia de julho de 1984 deu origem ao Clube Fluvial Odemirense, instalado à beira do rio Mira, em cuja corrente desaguam os sonhos de muitos jovens atletas que vestem a camisola de um clube trintão, mas em constante rejuvenescimento. O presidente Ilídio Soares recorda o seu passado e fala do seu presente com justificada emoção.


Como está o Clube Fluvial Odemirense?O clube está bem, está ótimo, acho mesmo que nunca esteve tão bem. O trabalho que temos vindo a fazer tem sido bem-sucedido, o clube está organizado, mercê de um grande esforço que se tem vindo a desenvolver e, por outro lado, existe uma grande interação dos pais dos atletas com o clube. Organizámos este ano o Campeonato Regional de Juniores, Seniores e Veteranos, aqui no rio Mira, que é uma prova importante, direi mesmo emblemática, mas depois temos a componente da atividade desportiva regular que, sublinho, conta com uma grande ajuda dos pais dos atletas, algo que conseguimos cativar para o clube.


O clube tem crescido, nos últimos anos quase duplicou o número de atletas…O número de atletas, atualmente, tem-se mantido, a diferença é que, atualmente, são mais assíduos, têm uma ligação mais forte com o clube. Temos cerca de três dezenas de atletas que estão a competir com regularidade, mas temos mais 10 ou 15 que vêm só para praticar informalmente. O clube, atualmente, está com uma atividade muito maior. Temos o clube aberto, diariamente, até à meia-noite, para permitir que os nossos atletas treinem e mantenham atividade permanente porque, para além da canoagem propriamente dita, também fazem trabalho de ginásio.


Quem quiser praticar canoagem de uma forma informal também pode contar com as infraestruturas do clube?Sim, mantemos essas duas áreas, a competitiva, dirigida aos nossos atletas, e a de lazer, dirigida a quem queira conhecer o rio Mira. E temos tido bastante procura nessa vertente amadora, nos jovens e restante população de Odemira que, de vez em quando, nos procura. Estamos a tentar desenvolver uma outra área mais dirigida ao turismo, mas, por enquanto, ainda não temos.


A formação é importante em qualquer modalidade e seguramente que o Clube Fluvial Odemirense também está atento a isso.Estamos a fazer um trabalho de formação junto dos jovens. Temos, atualmente, todos os escalões, com exceção dos menores, e temos dois treinadores a acompanhar a sua evolução e a supervisionar tudo aquilo que é a iniciação à canoagem.


Como está a vossa frota? Sabemos que existiu um projeto para renovação integral da frota e para remodelação do ginásio.Foi integralmente renovada. Temos uma frota com muita qualidade, também adquirimos, no âmbito do mesmo projeto, um motor para o nosso barco de apoio às tripulações e agora estamos a implementar um outro projeto para construção de um hangar e de novos balneários.


Outro dos problemas com que o clube se debatia era a escassez de técnicos…Continuamos com esse problema, temos o Filipe, o José Carlos e o Tiago, que dão uma ajuda muito grande, mas o clube não tem recursos financeiros para pagar aos técnicos. Esse é que é, verdadeiramente, o problema e, mesmo formando atletas nossos, a dificuldade mantém-se, porque depois não temos dinheiro para lhes pagar.


Os apoios para a vossa atividade são suficientes?Temos apoios importantes do município de Odemira e da junta de freguesia local, mas estas coisas nunca são suficientes para tantas necessidades. Só temos possibilidade de pagar a um treinador e, por vezes, com muito atraso. As necessidades são diárias e giram todas à volta da questão da falta de mais recursos financeiros. Temos uma viatura, mas estamos em vias de adquirir uma segunda, também com um grande apoio da Câmara Municipal de Odemira. São as dificuldades próprias do associativismo.


Que projeto têm para o futuro, qual é o sonho?O nosso sonho, neste momento, passa pela concretização do projeto para a construção de um hangar para as embarcações, a beneficiação dos balneários e melhoramentos no ginásio. Quando tudo isso estiver concretizado, o Clube Fluvial Odemirense será um clube totalmente diferente do que é hoje.

Fonte:  http://da.ambaal.pt/no

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