sexta-feira, 21 de julho de 2017

Uma época exemplar


A última época desportiva foi uma das melhores, senão a melhor, que o Beja Atlético Clube alguma vez conseguiu nestes 17 anos de atividade. A afirmação é do seu diretor desportivo, Bento Palma.

Texto e foto Firmino Paixão

O Beja Atlético Clube já se afirmou no panorama do atletismo nacional, mercê dos brilhantes resultados que os seus atletas têm conseguido nas últimas épocas, à cabeça das quais está a que recentemente se concluiu, em que o emblema da cidade de Beja consolidou o seu estatuto de grande clube nacional. Bruno Paixão e Patrícia Serafim são as suas maiores referências, mas nas suas fileiras existem outros grandes valores e algumas promessas capazes de dar continuidade a este trabalho. O antigo atleta e diretor desportivo do clube, Bento Palma, assegura que, na próxima temporada, outros nomes de grande qualidade se juntarão ao clube.

Os resultados da última época confirmam a ideia de que foi a melhor de sempre?

Na época de inverno conquistámos tudo aquilo que havia para conquistar na região, os Campeonatos do Alentejo de Estrada e de Corta-Mato. A nível das competições nacionais, o Nacional de Estrada não nos correu como esperávamos, ficámos em sétimo lugar, algo que não nos desonra porque é sempre um lugar entre as melhores 10 equipas nacionais, mas tínhamos a expectativa de fazer um pouco melhor. No Nacional de Corta-Mato Longo voltámos a repetir um quinto lugar a nível nacional, que nos enche de orgulho, e no Nacional de Corta-Mato Curto fizemos um sexto lugar por equipas e um dos nossos atletas foi sétimo na geral individual. Foi excelente para o nosso clube. A época de pista, designada por época de verão, não nos correu muito bem mas, no cômputo geral, esta foi realmente a melhor época desportiva do nosso clube.

A maioria dos vossos atletas são especialistas em meio fundo e fundo.
Sim, os nossos atletas têm realmente mais vocação para o atletismo de fundo e, nesta especialidade, a tendência são as provas de estrada e o corta-mato. Temos atletas com alguma tendência para a pista, e a prova é que temos batido alguns recordes distritais que já duravam há muitos anos. Recordo-me, por exemplo, do Mussa Djau, que foi ao Campeonato de Portugal, correu os 10 000 metros, foi vice-campeão nacional de sub/23 e bateu o recorde distrital dessa distância. Mas somos, de facto, um clube mais virado para a estrada e corta-mato, falta-nos mais gente para conseguirmos melhores resultados em pista.

A notoriedade conseguida pelo clube teve impacto na comunidade local ou teve mais impacto junto dos adversários, que já vos olham de outra forma?
Os nossos bons resultados tiveram muito impacto na sociedade bejense e na comunidade do nosso distrito, mas também nos nossos adversários. Somos já um clube que toda a gente respeita, cada vez mais surgem atletas de grande qualidade que querem integrar a nossa equipa, porque sabem que, através do nosso clube, conseguem projetar-se no plano nacional. O atletismo em Beja estava um pouco escondido, mas estes resultados brilhantes do BAC, e algumas provas transmitidas na televisão, foram momentos que ajudaram a que a comunidade reconhecesse o mérito dos nossos atletas, que levam o nosso emblema e a cidade de Beja aquém e além-fronteiras.

O clube está sempre a surpreender-nos. Há novidades para a próxima época desportiva?
A próxima época está a ser planeada. Temos contactos com alguns atletas que querem integrar o nosso projeto, e que ficaram de nos dar rapidamente uma resposta, para que possamos também preparar a época. São atletas que virão para Beja para se juntarem a um grande clube que os projetará e lhes valorizará o estatuto.

Esse é o milagre de um clube com um orçamento reduzido com uma fileira de atletas de grande nível?
Temos sorte de o núcleo duro dos nossos atletas ter uma profissão estável. Exigem pouco do clube. Merecem muito mais do que lhe podemos dar, mas eles são o pilar da nossa equipa e com a sua valentia cativam novos atletas. Estamos conscientes de que não conseguimos retribuir aquilo que eles nos dão. Retribuímos com a nossa amizade, porque cada atleta que vem reconhece logo que somos uma verdadeira família e querem continuar sempre connosco, porque sentem-se bem, apesar de já terem conhecido outros clubes.

Tudo isso acontece sem desviarem o foco dos escalões de formação?
Naturalmente. Continuaremos a trabalhar na área da formação, porque ela é o garante do nosso futuro. Queremos que apareçam cada vez mais jovens a praticar a modalidade, porque, para além de fazer bem à saúde, vão-nos dando garantias de que o Beja Atlético Clube terá futuro. E com estas referências ao nível dos seniores eles terão no seu pensamento igualar ou superar os exemplos que atualmente lhes são dados pelos seniores.

Fonte:  http://da.ambaal.pt/

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