Numa altura em que o verão ainda vai no adro e os dias de calor teimam em incomodar-nos mais uma época desportiva está já em perspectiva. Demorará pouco para que as fases de pré-época das equipas de futebol iniciem e sirvam para aprumar a sua forma física, limem as vertentes técnico-tácticas e preparem os próximos sete/oito meses de competição com especial afinco.
Quanto à estrutura da arbitragem não se pode falar propriamente num defeso recheado de contratações ou reforços de plantel, nada disso, mas de Maio a Outubro, um período imensamente grande -- que marca o fim e o início de uma nova época desportiva, muitas novidades surgem e muitas ambições se renovam.
O sector mais individual do futebol, o dos árbitros, caracteriza-se por aspirações e objectivos traçados a curto prazo ou especificamente falando -- no lugar da pauta classificativa do fim da época, reguladora e indicadora do futuro imediato da carreira de cada um, e assim época após época contrastando com meia dúzia de felizes, há sempre todo um conjunto de situações menos conseguidas que resultam naturalmente numa frustração e reestruturação de metas.
O período que medeia o fim da última época desportiva na AFBeja e o início da próxima é nada mais nada menos que 140 dias e por esta altura todos os árbitros do distrital estarão mais do que desejosos de jogos a sério no intuito de protagonizaram temporada conseguida e eficiente e se redimirem do que sucedeu anteriormente.
Socialmente corre a ideia que vitória e derrota são conceitos que nada dizem aos árbitros. Todavia eles existem, embora de forma diferente. Um árbitro vence quando trabalha bem, quando se empenha, quando arbitra bem e simultaneamente esse bom desempenho é-lhe reconhecido por uma nota condizente com o labor desenvolvido.
Um árbitro vence quando obtêm boas notas em testes escritos ou bons tempos nas provas físicas. E um árbitro vence essencialmente quando no fim da época olha para o quadro classificativo e atingiu aquilo a que se propôs. Quando assim não é um árbitro não vence, sente-se prostrado e extenuado. E pior ainda é porque a temporada terminou e demorará 4 meses a reiniciar-se, sendo que não há fim de semana seguinte com jogo para provar o seu valor.
No entanto tudo se renova e é mutável.
Com uma nova época à porta os árbitros estão paralelamente cheios de energia e sedentos do seu começo.
E quem tem acompanhado o futebol distrital na última década concerteza reparou no rejuvenescimento acentuado do sector. A imagem generalizada do árbitro «quarentão de barriga» extinguiu-se e a rapaziada que por aí se observa tem em média pouco mais vinte anos. O que lhe falta em experiência sobra em vontade. O traquejo necessário advirá da prática.
Posto isto resta desejar que 2010/2011 possa decorrer da melhor forma possível para todos os árbitros, sendo que no fim nem todos vão poder cantar vitória, pois o triunfo estará destinado para o melhor. Assim acontece e assim se espera.
Aproveitem as restantes semanas para se preparar da melhor forma quer física, quer teoricamente."
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