sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

O "Nadal" de Ferreira

Jovem natural de Ferreira do Alentejo é o número um no ranking nacional de sub-12
O "Nadal" de Ferreira

João António iniciou-se no ténis aos sete anos e quer chegar ao nível do ídolo Rafael Nadal.
TÉNIS. Apesar de ter apenas 11 anos, João António Durão já é considerado uma das maiores esperanças nacionais da modalidade.
É a sina desta página 18 do "CA"… Felizmente! Porque nem só de futebol se faz o desporto no Baixo Alentejo e se há uma semana ficou a saber quem é o "Panchito" de Beja, desta feita damos-lhe a conhecer a história do "Rafael Nadal" de Ferreira do Alentejo: chama-se João António Durão e é o tenista número um do ranking nacional no escalão de sub-12. Tudo isto com apenas 11 anos e uma simplicidade do tamanho dos seus sonhos.
   "Quero ser tenista profissional, é um sonho que tenho. Vai ser difícil, mas eu vou conseguir", conta ao "CA" João António (é assim que é conhecido entre os peritos do métier em Portugal), naquela que é a sua resposta mais longa em pouco mais de 10 minutos de conversa.
   As restantes questões são, por norma, resolvidas com um simples "sim" ou "não", quase sempre entremeadas por um sorriso e vários olhares cúmplices com a treinadora, Ana Rita Nascimento, e com o pai, Luís Durão. Compreende-se! Afinal, não é a dar entrevistas que este pequeno campeão se sente à vontade, mas sim nos courts, a bater bolas rápidas ou a servir com eficácia. "O que eu gosto mesmo é de jogar, ganhar torneios…", diz.
  
De Ferreira para o mundo?
   O ténis entrou na vida de João António quando tinha apenas sete anos. Começou como aluno da Ferreira Activa – Academia de Ténis, mas os dotes demonstrados em vários torneios pelo país fora despertaram o interesse do seleccionador nacional de sub-14, José Mário Silva, que lá o "convenceu" a ir para o seu clube de ténis, onde hoje compete. "O seleccionador gostou da atitude dele. E ele mostra isso em campo! Apesar de ser um miúdo, não dá nada a ninguém [risos]", afiança a treinadora.
   Esta mudança obrigou o jovem tenista ferreirense a entrar numa rotina vertiginosa, onde tem de conciliar as aulas com cinco treinos semanais (três em Ferreira, seguindo um plano individual acompanhado por Ana Rita Nascimento, e dois em Lisboa, sob a orientação de José Mário Silva) e competição aos fins-de-semana. "Faço isso bem, não custa nada. E sou bom aluno", revela João António, que na altura de ir para os torneios quer sempre defrontar atletas mais velhos. "Dou bem conta deles", nota.
   Certo é que este esforço tem sido compensado pelos resultados e João António já é o número um no ranking sub-12 e o número 51 no ranking sub-14. Mas o jovem quer mais e a grande oportunidade pode surgir no mês de Março, de 7 a 13, quando representar Portugal no torneio de Auray (França), grande montra mundial para as pequenas esperanças da modalidade. Porque o seu grande sonho é chegar ao nível do ídolo espanhol Rafael Nadal.
   "Sou um bocadinho como ele… Sou raçudo e acredito até ao fim. Não desisto nunca", sublinha João António. Questão obrigatória: e será que um dia vais ter a oportunidade de defrontar o "gigante" espanhol num torneio do Grand Slam? "Não, porque ele depois já é velho [risos]", responde com a mesma rapidez com que bate um serviço. Mas o futuro é sempre um grande (e inesperado) mistério…
  
  
JOÃO ANTÓNIO
   tenista
  
   "Quero ser tenista profissional, é um sonho que tenho."
"Tem raça e lê bem o jogo"

Foi com Ana Rita Nascimento que João António Durão começou a praticar ténis e ainda hoje a treinadora de 29 anos acompanha o jovem ferreirense. "É um grande orgulho", conta Ana Rita, sem dúvidas em apontar a maior qualidade do seu tenista: "o factor psicológico". "É um atleta com muita garra, muito querer, muito empenhado e acredita sempre até ao fim. É muito forte em termos psicológicos e muito inteligente na leitura do jogo". "Vamos ver o que o nosso rapaz nos promete", acrescenta o pai, Luís Durão, que não esconde ser um grande sacrifício tudo o que está a ser feito em prol da possível carreira desportiva do filho. "É muito complicado e em termos de logística não é brincadeira nenhuma. E é pena o nosso país não ligar mais a estas modalidades e por vezes fazer loucuras no futebol", conclui.
Artigo de Carlos Pinto
Fonte: http://www.correioalentejo.com/

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