A crise económico-financeira que se faz sentir no país está a chegar ao futebol amador e a afetar vários clubes do distrito e da própria cidade de Portalegre, que na próxima época não vai ter nenhuma equipa sénior a participar em campeonatos distritais ou nacionais.
Os três clubes de Portalegre – os históricos Estrela e Portalegrense 1925, e o jovem Portus Alacer – não deverão inscrever as respetivas equipas no campeonato distrital por falta de verbas.
O cenário de desistência não se cinge apenas à capital de distrito e outros clubes deverão seguir pelo mesmo caminho. Espera-se que o campeonato distrital, que no anterior contou com 19 equipas, deverá este ano ter pouco mais de 10.
Mas as dificuldades financeiras assolam também noutros emblemas alentejanos, que disputam campeonatos nacionais, nomeadamente FC Crato e Elvas.
A direção do clube da cruz de malta, presidido por José Curado, demitiu-se em bloco, por falta de apoios e depois de um corte no subsídio autárquico de 25 por cento – equivalente a 60 mil euros. O dirigente reclamava, junto da Câmara Municipal, uma verba de 96 mil euros, a mesma da época anterior. A participação na 3ª Divisão está em risco.
Já os raianos, não passam por uma crise diretiva mas os problemas financeiros são comuns e estão a atrasar a preparação da próxima época. O Elvas não fez, até ao momento, nenhuma aquisição, embora o treinador Jorge Almeida tenha manifestado esse desejo. A participação na 3ª Divisão está garantida mas a escassez de recursos financeiros pode ter impacto na construção do plantel.
Recorde-se que o técnico azul-e-outro fez uma previsão orçamental e sustentou que seriam necessários 15 mil euros mensais para que o Elvas participasse “dignamente” na 3ª Divisão.
Estrela de Portalegre
Desistência no decorrer da época anterior
O clube alentejano onde José Mourinho deu os primeiros passos no futebol, como iniciado do clube, na fase em que o seu pai, Mourinho Félix, era o responsável pela equipa, terminou o ano passado com a equipa sénior, por razões de ordem financeira.
“O futebol sénior acabou, com muita tristeza minha, mas foi a única situação que encontrámos para fazer face à despesa que temos e para poder salvar o nosso património”, disse, no momento, o presidente do clube. De acordo com o João Martinho, a decisão traduziu-se num “momento triste para o clube e para a cidade de Portalegre”.
“Os sócios também não vão ao futebol, não querem saber do futebol para nada, por isso isto teve que ser assim”, lamentou. As críticas do dirigente desportivo não ficaram por aqui. Martinho lamentou ainda a falta de investimento no desporto por parte das entidades públicas da cidade de Portalegre “As entidades se investissem um pouco mais no desporto em Portalegre, talvez as coisas não fosse bem assim”, alegou.
Com um passivo de mais de 260 mil euros, João Martinho espera dar a volta à situação “lançando alguns projectos”. O presidente do Estrela da Portalegre garantiu ainda que o grande desafio do clube passa, atualmente, por uma “grande aposta” nas camadas jovens.
Fundado a 23 de Setembro de 1919, o Sport Clube Estrela alcançou ao longo da sua vida vários triunfos e, na época de 1976/77, uma das mais brilhantes do clube, o Estrela de Portalegre esteve a um empate de ascender à então 1.ª Divisão Nacional.
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