Fundado em 1996, o Núcleo de Atletismo e Recreio de Messejana (NARM), em rompimento com o futebol, depressa se afirmou como um clube de elite no atletismo regional.
Texto e foto Firmino Paixão
O rosto mais visível do Núcleo de Atletismo e Recreio de Messejana é Luciano Conceição, dirigente, técnico, descobridor de talentos e modulador de campeões. Foi este o trajeto de Débora Encarnação, a antiga atleta do clube que conquistou vários títulos nacionais e se revelou no maior símbolo do núcleo, mas é também o percurso desenhado para atuais atletas do clube que Luciano Conceição considera terem potencial para ultrapassar o prestígio de Débora. O técnico é o nosso guia nesta proposta para conhecermos um pouco melhor este clube do concelho de Aljustrel.
Já lá vão muitos anos de atividade do NARM, sempre em prol do desporto e da juventude da freguesia...O núcleo foi criado há quase 16 anos. Nesse ano nasceu uma nossa campeã, que é a Maria do Rosário Silva. Tem a mesma idade do NARM. O clube surgiu de algumas divergências como Clube Desportivo Messejanense. Criámos um clube próprio só para a modalidade de atletismo, começámos por angariar atletas em todo o concelho, um trabalho que se tem repetido todos os anos, e treinamos em Messejana três vezes por semana.
Um percurso com altos e baixos...Há sempre momentos melhores que outros, mas temos tido sempre atletas que defendem a honra do convento, temos tido sempre bons campeões, mas o nosso clube não olha só para os campeões, também valoriza os atletas com menos capacidades, sobretudo o convívio é importante entre os jovens destas idades.
Alguns atletas com potencial para se evidenciarem?Temos vários atletas que podem ter futuro na modalidade, mas isso dependerá sempre da vontade deles, porque até ao escalão de juvenis eles dependem um pouco do trabalho de equipa, a partir daí o empenhamento individual e a disponibilidade para os treinos são fatores essenciais para se valorizarem e conseguirem os melhores resultados. Temos atletas com futuro, principalmente a Maria do Rosário Silva, o João Silva, que é um atleta dedicadíssimo, a Ana Capeta que, por acaso, também é uma boa futebolista.
A Débora Encarnação foi o maior símbolo do NARM?Foi realmente a melhor atleta que até hoje passou pelo nosso clube, mas, atualmente, também temos outros com muito valor, que ainda são jovens e que podem chegar onde a Débora chegou ou, quem sabe, irem um pouco mais além. São jovens, ainda têm muita margem para progredir. Se continuarem com a mesma dedicação à modalidade podem atingir o mesmo nível.
Como é que se descobrem estes talentos?O segredo é um pouco como colecionar cromos, ou figuras da banda desenhada, como eu fazia quando era miúdo. Temos que descobrir os atletas, guardá-los bem, segurá-los e incentivá-los a não partirem enquanto não arranjamos outro que fique no seu lugar. É como fazer uma coleção, não abrirmos mão do que temos e irmos colecionando os bons que vamos descobrindo, porque eles não surgem todos de uma vez. É assim que se reúne um bom grupo de campeões.
O Luciano está no atletismo com muito amor e paixão por aquilo que faz...Temos que gostar do que fazemos. Se não for com gosto não se consegue chegar a lado algum. Isto dá muito trabalho, exige de nós muito tempo, muito esforço e muita disponibilidade. Temos que nos dedicar e termos orgulho em nos apresentarmos num sítio qualquer com a nossa equipa e vê-los brilhar, ver o resultado da nossa dedicação. É gratificante darmos nome à nossa terra, representarmos bem a nossa freguesia e o nosso concelho. Depois tenho curiosidade em ver que ponto pode atingir um atleta em que pego com seis ou sete anos. Eu não desisto e eles também não devem desistir.
As dificuldades são maiores que os apoios?As dificuldades são sempre enormes, debatemo-nos sempre com falta de recursos financeiros para suportarmos a atividade desta equipa, porque as deslocações são constantes, e às vezes longas, e temos que ter disponibilidade financeira para suportarmos tudo isso. Passámos por uma fase mais difícil mas, felizmente, já garantimos a nossa atividade até ao final da época.
Um desejo que o NARM gostasse de ver satisfeito?Temos algumas dificuldades com a deslocação de atletas, gostávamos que o município de Aljustrel pudesse facultar-nos esse apoio sempre que necessário, porque nem sempre tem sido possível, e às vezes temos que pagar a carros particulares para nos transportarem os atletas. Precisávamos de uma maior disponibilidade de transportes.
Fonte: http://da.ambaal.pt/
Sem comentários:
Enviar um comentário