Esta noite, na Donbass Arena, em Donetsk, Espanha apurou-se para a final do EURO 2012 ao derrotar Portugal por 4-2 nas grandes penalidades, após um 0-0 que permaneceu até ao termo do prolongamento.
Eis a constituição das equipas:
Portugal
Nos quartos-de-final, Portugal derrotou a República Checa por 1-0, com um tento de Cristiano Ronaldo.
Ronaldo (3), Pepe, Hélder Postiga e Varela foram os marcadores dos golos de Portugal neste EURO 2012.
Hélder Postiga está lesionado.
Da vitória sobre os espanhóis no EURO 2004, resta apenas Cristiano Ronaldo.
Espanha
Na eliminatória anterior, “La Roja” venceu a França por 2-0, com um “bis” de Xabi Alonso.
Fernando Torres (2), Fàbregas (2), Xabi Alonso (2), David Silva e Jesús Navas marcaram os golos de Espanha na competição.
Do encontro frente à seleção das quinas em 2004, estão entre os 23 convocados Casillas, Xabi Alonso e Fernando Torres.
Portugal entrou na partida a fazer uso da circulação de bola, impedindo que fossem os espanhóis a terem-na na sua posse.
2’ Miguel Veloso quase marcava de canto direto, mas Casillas sacudiu para canto.
9’ Após um lance confuso que envolveu o ataque espanhol, Arbeloa atirou por cima.
29’ Iniesta, num remate colocado, levou a bola a passar acima do alvo.
32’ João Moutinho serviu Cristiano Ronaldo que chutou rasteiro e ao lado.
Na
primeira parte foi visível um encontro muito equilibrado, com as duas
equipas a terem, cada uma à sua maneira, o jogo controlado.
Espanha
conseguia pressionar mais alto e dificultar imenso a primeira fase de
construção da equipa das quinas, no entanto, apesar da superioridade em
termos de posse de bola habitual em “La Roja”, ao contrário de exemplos
anteriores, essa superioridade não foi esmagadora, apresentando-se na
casa dos 55/60%.
Intervalo.
54’ Fàbregas rendeu Negredo.
57’ Hugo Almeida de fora da área atirou forte, mas por cima.
60’ Vicente Del Bosque trocou David Silva por Jesús Navas.
72’ Cristiano Ronaldo, na cobrança de um livre direto, não acertou na baliza.
81’ Nélson Oliveira substituiu Hugo Almeida.
87’ Saiu Xavi, entrou Pedro.
Final do tempo regulamentar.
A
Espanha, que curiosamente teve menos dois dias de descanso, foi quem se
apresentou melhor no prolongamento, quando se esperaria que acontecesse
o contrário face ao desgaste, encostando Portugal à sua grande área.
104’ Jordi Alba trabalhou bem na esquerda e assistiu Iniesta, mas Rui Patrício negou o golo.
105’ Sergio Ramos, de livre direto, atirou por cima.
No intervalo do prolongamento, saiu Miguel Veloso, entrou Custódio.
111’ O guarda-redes português voltou a estar em evidência, desta vez ao parar um remate de Jesús Navas.
112’ Raul Meireles cedeu o seu lugar a Varela.
Final do tempo extra, o jogo seguiu para as grandes penalidades.
Rui Patrício defendeu o “penalty” de Xabi Alonso;
João Moutinho permitiu a intervenção de Casillas;
0-1 Iniesta;
1-1 Pepe;
1-2 Piqué;
2-2 Nani;
2-3 Sergio Ramos (à Panenka);
Bruno Alves acertou na trave;
2-4 Fàbregas;
Na
chamada da lotaria das grandes penalidades, a Espanha foi mais feliz,
mas no futebol é assim, e até arranjarem melhor forma de desempatar uma
partida de futebol, há que ser dado mérito aos vencedores que treinam
estas situações, tiveram a frieza necessária para colocar bem a bola, um
guarda-redes à altura e esperar que o adversário falhasse.
Durante
o tempo regulamentar assistimos a um encontro equilibrado, onde deu
para constatar que “La Roja” era a equipa com mais argumentos, mas que
ainda assim não traduziu essa superioridade nem em volume ofensivo e
muito menos em golos, mas ainda assim dificultando a construção de jogo a
Portugal e tendo superioridade na posse de bola, ainda que mais
reduzida do que noutras ocasiões, apenas na casa dos 55/60%, fruto da
pressão dos portugueses. Oportunidades, houve para ambos os lados,
sobretudo em remates de fora da área, o que também é um indicador da
concentração defensiva das duas seleções e também do pouco risco que
correram.
No
prolongamento, quando se pensava que os dois dias de descanso que os
espanhóis tiveram se pudesse começar a traduzir dentro de campo com uma
maior disponibilidade física dos portugueses, curiosamente foi a Espanha
quem dominou os trinta minutos de tempo extra, praticamente todos eles
disputados no meio-campo luso.
Nas
grandes penalidades, Portugal até começou melhor, com Rui Patrício a
defender o primeiro “penalty”, no entanto, logo de seguida, João
Moutinho partiu para a linha dos onze metros demasiado expectante e
acabou por permitir a intervenção de Casillas. Iniesta deu vantagem à
“La Roja” e a partir daí sempre que um português cobrava uma grande
penalidade, tinha maior pressão nos ombros, e se Pepe e Nani não a
acusaram, Bruno Alves acertou na trave e logo a seguir Fàbregas
confirmou o triunfo espanhol.
Analisando os atletas em campo, começando pelos de Portugal…
Rui
Patrício esteve muito bem entre os postes e defendeu um “penalty”, João
Pereira teve bastantes dificuldades com Jordi Alba e Iniesta pelo
caminho mas acabou por não ficar mal na fotografia, Bruno Alves e Pepe
estiveram imperiais, tanto pelo ar como pelo chão, e Fábio Coentrão foi
forte a defender e a atacar.
Miguel
Veloso conseguiu cortar imensos lances espanhóis, Raul Meireles foi
importantíssimo a pressionar, ocupar espaços e a passar, e João Moutinho
foi o português com mais alta-rotação, sendo rápido no desarme e rápido
e certeiro a executar passes, mas como no melhor pano cai a nódoa,
falhou a primeira grande penalidade.
Cristiano
Ronaldo não conseguiu manter o nível exibicional das duas últimas
partidas e apareceu sobretudo na cobrança de livres, mas esteve sempre
inconformado, Nani teve dificuldades em se impor em qualquer um dos
flancos, e Hugo Almeida não desgastou os defesas como Hélder Postiga tão
bem o faz, mas, para poupar Ronaldo, desceu muitas vezes para ajudar a
defender e na segunda parte conseguiu espaço para executar três remates,
mas sem grande sucesso.
Nélson
Oliveira não conseguiu mexer na equipa, Custódio refrescou o miolo e
Varela entrou para tentar devolver dinâmica ofensiva a Portugal, mas sem
grande sucesso.
Quanto aos jogadores de Espanha…
Casillas
esteve bem quando foi chamado a intervir, Arbeloa teve dificuldades
para travar Ronaldo mas acabou por ser regular e apoiar o ataque, mesmo
limitado tecnicamente, Piqué e Sergio Ramos formaram uma dupla que
apesar de nem sempre mostrar o melhor entendimento, conta com dois
centrais de topo e o facto de não ter sido exposta ajuda a explicar o
nulo no marcador, e Jordi Alba caminha a passos largos para ser
considerado um dos melhores laterais-esquerdos do momento, fazendo mais
uma boa atuação.
Busquets
e Xabi Alonso foram importantes a compensar as subidas dos laterais, e
com passes curtos mas rápidos e precisos, a contribuir para que o
“tiki-taka” fosse virando de flanco.
David
Silva esteve mais uma vez apagado, Iniesta foi sempre um perigo que
teve a bola nos pés e Xavi andou desaparecido das zonas de último passe.
Negredo poucas vezes compareceu em zonas de finalização.
Fàbregas
foi um acréscimo para a teia de passes espanhola, e Jesús Navas e Pedro
deram largura ao ataque, criando desequilíbrios através da sua técnica e
velocidade.
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