sexta-feira, 28 de setembro de 2012
Em linha com a tradição dos grandes pilotos nascidos na cidade de Beja: O TT é a minha paixão...
A dupla bejense Bruno Pinhão/José Caetano (Nissan Pickup) defende amanhã, na Baja de Idanha-a-Nova, a liderança da Taça TT Classic 2012, competição organizada pela Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting.
Texto e fotos Firmino Paixão
O circuito nacional de automobilismo em todo-o--terreno (TT) conta com mais um piloto bejense, Bruno Pinhão, 37 anos, que disputa o Campeonato de Promoção e a Taça TT Classic, e os bons resultados obtidos levam a sonhar com objetivos bem mais ambiciosos. O piloto começou esta aventura pelas motos há cerca de 15 anos, mas lembra que eram tempos diferentes, havia um pouco mais de amadorismo, agora as coisas estão a ser levadas mais a sério, temos patrocinadores que nos estão a apoiar bastante, pelo que temos esse compromisso de darmos o melhor de nós.
O todo-o-terreno será uma paixão, nunca um estilo de vida?É uma grande paixão e para mim também se tornou num estilo de vida porque sempre fui muito aficionado pelo todo-o-terreno, não só nesta vertente de competição, mas também na vertente de turismo. Tenho o hábito de dar umas voltinhas a Marrocos, fazer umas expedições, participar em provas e passeios TT que fazem na nossa região e, até, noutras regiões. Direi que, neste momento, o TT é parte integrante da minha vida.
A época está a chegar ao fim, as metas forma alcançadas?Os objetivos desta temporada estão alcançados quase a 100 por cento. Já disputámos quatro provas. A quinta realiza-se neste fim de semana. Temos três vitórias e um segundo lugar na classe Promoção e na Taça temos vencido todas as provas.
A Taça TT Clássica deste ano está ganha mesmo antes do próximo rali?Neste momento temos um problema de secretaria. Ganhámos as provas, as vitórias foram-nos atribuídas, mas houve reclamações de pilotos que estão a ser analisadas pela federação. Tudo isto pela idade do meu carro, que é de 1990. Chassis, motores, toda a parte mecânica. Só a carroçaria é de 1996. Como o regulamento da Taça só permite viaturas anteriores a dezembro 1995, criou-se este problema, mas o nosso carro tem passaporte técnico de 1990, ainda que tenha um visual de 96. Temos que aguardar, mas estou certo que o diferendo será resolvido a nosso favor.
Os apoios vão rareando, mas o Bruno tem um bom suporte de patrocinadores...Sem eles nada disto seria possível. Na conjuntura que vivemos e como as coisas estão temos mesmo que depender da grande ajuda dos nossos patrocinadores, que nos estão a dar muita força para levarmos o nosso sonho um pouco mais à frente. Temos tido alguma sorte em arranjar patrocinadores que nos têm apoiado bastante, o principal tem sido a Easy Pneus e a Maxxis. A RNM também nos apoiou ao nível da preparação da viatura. Depois a Meka Motosport. Têm sido incansáveis e persistentes, perdem noites a trabalhar nos carros.
Tem um novo carro para poder desenhar novos projetos?Vamos fazer uma aposta mais audaciosa, mais arriscada, estamos a pensar disputar o campeonato na classe T8. Os nossos patrocinadores estão também com vontade de apostar devido ao sucesso que tivemos este ano. Será um pouco mais arriscado. Temos andado no Campeonato de Promoção, que é uma competição um pouco mais fraca, mas temos andado sempre a roer os calcanhares aos pilotos do T8.
O que espera da próxima temporada? Um novo carro, um novo desafio?O Campeonato Nacional de Todo o Terreno é um objetivo que está no nosso horizonte. Por norma, face à minha maneira de ser e de estar, não gosto de me envolver em projetos que não sejam ambiciosos, projetos que não constituam verdadeiros desafios. Vou para o terreno para tentar ganhar ou fazer sempre o melhor possível. Estou muito esperançado numa época com bons resultados. Tenho apenas cerca de 100 quilómetros feitos neste carro, vou testá-lo na prova deste fim de semana em Idanha-a-Nova, mas estou com expectativas elevadas e, pelo pouco que já conheço dele, acho que foi uma aposta ganha.
Lembro nomes como Jorge Nascimento, José Lampreia, Jorge Parente, Pedro Macedo, António Lampreia, entre outros. Agora Bruno Pinhão. Beja é uma terra de bons pilotos?A cidade de Beja teve, desde sempre, grandes pilotos, lembro-me do Lampreia que tem muitos anos de ralis, o Charneca, o Baião e de todos os outros que citou. São nomes desta cidade que foram grandes referências no desporto automóvel. Neste momento temos um problema em Beja, que é a falta de apoios, sobretudo a nível autárquico que, neste momento, é nulo. Se tivéssemos um bocadinho mais de apoio, como conheço com outros pilotos, olhe o Miguel Farrajota, por exemplo, corre com um patrocínio que se chama Município de Loulé, e podia enumerar aqui mais uma dezena desses exemplos. Em Beja, com a tradição de pilotos que existe e com tantos carros e motos em provas nacionais, estamos muito mal de apoios. No passado havia qualquer coisinha, neste momento, para o desporto automóvel, não existe nada.
Fonte: http://da.ambaal.pt
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