É verdade. O Sporting Clube
Farense completa esta segunda-feira 103 anos de vida. Uma história (mais
do que) centenária, é feita de altos e baixos. A hora é de renascimento
e de esperança. Como uma esperança, que se diz ser verde e que “aqui”
é… alvinegra. Mas só por mero acaso.
por Rui Viegas
Se nestas coisas clubísticas (quase) tudo
começa na cor do equipamento, a questão das cores do “uniforme” do maior
emblema desportivo de Faro tem um origem curiosa, desde o “berço”.
Uma vez que o Sporting Clube Farense tinha sido criado sob a influência do Sporting Clube de Portugal, também com um leão no símbolo, os fundadores do clube da capital algarvia quiseram adoptar as mesmas tonalidades dos leões de Lisboa. Porém, como a capital do país era bem mais “longe”, em comparação com os tempos que correm, e o único contacto visual com a equipa da casa mãe deu-se através de uma fotografia.
Com um pequeno/grande, e marcante, senão. Para todo o sempre. As fotografias da altura só “saiam” a preto e branco e, por isso, induzidos em erro, os equipamentos foram criados a… preto e branco.
João Gralho e os “entusiastas”Nada que fizesse mudar a ideia, manifestada em 1909 ainda, pelo cidadão João Gralho e um grupo de amigos seus, entusiastas do futebol levado até Faro por marinheiros ancorados na Ria Formosa, em frente à “cidade velha”.
Em 1910, o Sporting de Faro, a preto e branco, nascia, mas só em 1924 passou a ter casa própria, até aos dias de hoje: o Estádio de S.Luís. Para trás, ficaram dois recintos de jogo improvisados.
Dois anos antes apenas, oficializou-se igualmente a ligação, enquanto filial, ao Sporting Clube de Portugal. Um atraso de dois anos que retirou a possibilidade de o Farense ser a filial número 1, sendo ultrapassado pelo Sporting de Tomar. É assim a actual número 2.
Os altos e baixosO melhor período desportivo da história do clube começa em finais da década de 80, quando uma queda na 2ª divisão nacional acontece em simultâneo com a ida à final (e finalíssima, uma semana depois) da Taça de Portugal. Na altura, a cidade como que rumou em peso em direcção ao Vale do Jamor para apoiar a equipa já então comandada por um catalão radicado a “sul”, Paco Fortes.
Primeiro jogador, depois treinador. De Valdir ou Benge a Hajry ou Hassan, passando por Pereirinha, Fernando Cruz ou Pitico muitos nomes marcaram o futebol farense, algarvio e, inclusive, nacional nestes “anos dourados” de classificações de destaque na já extinta 1ª divisão.
A década de 90 já ia a meio, quando nas páginas do clube se escreve outra história de enorme sucesso: o apuramento para a Taça UEFA, fruto de um inédito 5º lugar no campeonato de 1994/95. A aventura europeia, frente aos franceses do Lyon, durou uma só eliminatória e terá constituido o “embrião” para a queda vertiginosa até ao… “inferno”.
Dívidas e dúvidasMas se “alma” farense estava cheia, também tinha (como diz a canção de Carlos Tê imortalizada por Rui Veloso) “uma face negra”. E os orçamento megalómanos, entre outros “pecados”, ligados à necessidade de corresponder às altas expectativas, sucederam-se as dívidas e as dúvidas, de um clube assente, sobretudo, na modalidade futebol.
A maior crise financeira de sempre teve consequências desportivas ainda mais nefastas.
A partir de 2002, o Farense caiu de escalão três vezes consecutivas, parando apenas nos campeonatos distritais, com uma desclassificação pelo meio. O clube descia ao “inferno”!
Segunda vidaEm 2006 foi preciso começar de novo, lambendo as feridas e apelando à cor da esperança… alvinegra.
O “velhinho” S.Luís resistiu à urgência de encaixar dinheiro para pagar dívidas, os adeptos regressaram, substituindo as dúvidas por certezas, e o Farense faz hoje o caminho ascendente. Atravessou quase todo o deserto e são cada vez mais os que têm a certeza que a 2ª divisão nacional, onde a equipa sénior compete actualmente (às “portas” da Liga de Honra), é somente um apeadeiro a caminho do destino final, o escalão maior do futebol luso.
Qual “segunda vida” que (também) orgulhará João Gralho, a cidade de Faro e o Algarve. 103 anos depois!
Fonte e Cortesia: http://rr.sapo.pt/
Uma vez que o Sporting Clube Farense tinha sido criado sob a influência do Sporting Clube de Portugal, também com um leão no símbolo, os fundadores do clube da capital algarvia quiseram adoptar as mesmas tonalidades dos leões de Lisboa. Porém, como a capital do país era bem mais “longe”, em comparação com os tempos que correm, e o único contacto visual com a equipa da casa mãe deu-se através de uma fotografia.
Com um pequeno/grande, e marcante, senão. Para todo o sempre. As fotografias da altura só “saiam” a preto e branco e, por isso, induzidos em erro, os equipamentos foram criados a… preto e branco.
João Gralho e os “entusiastas”Nada que fizesse mudar a ideia, manifestada em 1909 ainda, pelo cidadão João Gralho e um grupo de amigos seus, entusiastas do futebol levado até Faro por marinheiros ancorados na Ria Formosa, em frente à “cidade velha”.
Em 1910, o Sporting de Faro, a preto e branco, nascia, mas só em 1924 passou a ter casa própria, até aos dias de hoje: o Estádio de S.Luís. Para trás, ficaram dois recintos de jogo improvisados.
Dois anos antes apenas, oficializou-se igualmente a ligação, enquanto filial, ao Sporting Clube de Portugal. Um atraso de dois anos que retirou a possibilidade de o Farense ser a filial número 1, sendo ultrapassado pelo Sporting de Tomar. É assim a actual número 2.
Os altos e baixosO melhor período desportivo da história do clube começa em finais da década de 80, quando uma queda na 2ª divisão nacional acontece em simultâneo com a ida à final (e finalíssima, uma semana depois) da Taça de Portugal. Na altura, a cidade como que rumou em peso em direcção ao Vale do Jamor para apoiar a equipa já então comandada por um catalão radicado a “sul”, Paco Fortes.
Primeiro jogador, depois treinador. De Valdir ou Benge a Hajry ou Hassan, passando por Pereirinha, Fernando Cruz ou Pitico muitos nomes marcaram o futebol farense, algarvio e, inclusive, nacional nestes “anos dourados” de classificações de destaque na já extinta 1ª divisão.
A década de 90 já ia a meio, quando nas páginas do clube se escreve outra história de enorme sucesso: o apuramento para a Taça UEFA, fruto de um inédito 5º lugar no campeonato de 1994/95. A aventura europeia, frente aos franceses do Lyon, durou uma só eliminatória e terá constituido o “embrião” para a queda vertiginosa até ao… “inferno”.
Dívidas e dúvidasMas se “alma” farense estava cheia, também tinha (como diz a canção de Carlos Tê imortalizada por Rui Veloso) “uma face negra”. E os orçamento megalómanos, entre outros “pecados”, ligados à necessidade de corresponder às altas expectativas, sucederam-se as dívidas e as dúvidas, de um clube assente, sobretudo, na modalidade futebol.
A maior crise financeira de sempre teve consequências desportivas ainda mais nefastas.
A partir de 2002, o Farense caiu de escalão três vezes consecutivas, parando apenas nos campeonatos distritais, com uma desclassificação pelo meio. O clube descia ao “inferno”!
Segunda vidaEm 2006 foi preciso começar de novo, lambendo as feridas e apelando à cor da esperança… alvinegra.
O “velhinho” S.Luís resistiu à urgência de encaixar dinheiro para pagar dívidas, os adeptos regressaram, substituindo as dúvidas por certezas, e o Farense faz hoje o caminho ascendente. Atravessou quase todo o deserto e são cada vez mais os que têm a certeza que a 2ª divisão nacional, onde a equipa sénior compete actualmente (às “portas” da Liga de Honra), é somente um apeadeiro a caminho do destino final, o escalão maior do futebol luso.
Qual “segunda vida” que (também) orgulhará João Gralho, a cidade de Faro e o Algarve. 103 anos depois!
Fonte e Cortesia: http://rr.sapo.pt/
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