1) B.I. Futebolístico Nome completo: Filipa Sarmento Alves Lopes Nome Futebolístico: Fi Local e data de nascimento: Maia, 12/04/1978 Nacionalidade: Portuguesa Profissão: Professora de Educação Física Ano que iniciaste a prática futebol federado: 1996 Clubes que já representaste no futebol: A.R.D.A.C.Maia, Coopermaia, G.D. Monte das Pedras (Pedras Rubras) Clube Atual: Casa do Benfica de Castro Verde Posição específica: Defesa lateral Títulos Coletivos Conquistados: Campeã Universitária de Futsal pela FCDEF-UP, Vencedora da Supertaça de futebol 7 do distrito de Beja 2011/2012 Títulos Individuais Conquistados: – Número de internacionalizações: – Clube Favorito: Futebol Clube do Porto Número Preferido: 9 Jogador preferido: Lionel Messi Jogadora preferida: Louisa Necib Uma virtude: Persistente Um defeito: Insegura
2) Como é que começaste a praticar futebol?
Comecei a praticar e a ganhar o gosto pelo futebol na escola, com os meus amigos nos intervalos das aulas e nas aulas de Educação Física. Mais tarde fiz parte da equipa de Futsal do Desporto Escolar e daí “pulei” para a equipa de Futsal da minha terra. Inicialmente, juntávamo-nos só para treinar e jogar amigavelmente e, mais tarde, conseguimos jogar mais a sério e federar-nos.
3) Tiveste o apoio da tua família?
Sim, a minha família sempre me apoiou na prática do Desporto em geral. Pratiquei algumas modalidades, apesar do Futebol ser a minha grande paixão. O meu pai era um grande desportista e assistia aos meus jogos sempre que lhe era possível. Sem o apoio da família é difícil conseguirmos atingir os nossos objetivos, em qualquer situação da vida.
4) O futebol foi sempre a única paixão, ou gostavas de fazer desporto em geral?
O futebol foi e é a minha grande paixão, mas o Desporto faz parte da minha vida desde que me lembro. Houve anos em que praticava várias modalidades em simultâneo, incluindo o futebol, claro. Praticava Hóquei em Patins, mas não descansei enquanto não consegui, juntamente com as minhas colegas, inscrever a equipa de Futsal onde treinávamos na Associação de Futebol do Porto e participarmos no campeonato. Para além disso, a minha profissão diz tudo, desde cedo soube que a minha vida profissional teria de ser ligada ao Desporto.
5) Qual foi o melhor e o pior momento que viveste no futebol até hoje e porquê?
Os piores momentos foram quando fiquei impedida de jogar por períodos longos da minha vida, por motivos pessoais e profissionais. Os melhores momentos foram os de voltar a poder jogar após essas ausências forçadas.
6) Como te descreves como jogadora?
Acima de tudo gosto de tentar ser um bom exemplo para as jogadoras mais novas, ao nível da atitude e postura dentro do campo. Sou calma, ponderada e bastante exigente comigo própria. O facto de ser perfecionista faz com que seja também insegura, o que não é bom. Em termos de jogo, penso que tenho alguma técnica individual, com uma boa relação com a bola e uma boa visão de jogo. A idade e a experiência que tenho conferem-me também alguma polivalência no posicionamento em campo, possuindo atualmente mais características defensivas do que ofensivas.
7) Tens alguma superstição ou ritual antes ou depois dos jogos?
Antes dos jogos gosto de ter um tempo para mim, em que me concentro no jogo, penso em como devo atuar em diversas situações de jogo, idealizando-as na minha cabeça. E quando entro em campo tento sempre entrar com o pé direito primeiro dentro das linhas de jogo.
8) O que te motiva para continuares a jogar futebol?
O que me motiva é, sem dúvida, a grande paixão que tenho por esta modalidade.
9) Alguma vez sentiste que o futebol te prejudicava nos estudos ou na tua vida profissional?
Não, nunca. O futebol para além da paixão, sempre foi um escape, uma libertação de energias, uma renovação de forças para a minha vida.
10) A falta de condições e de reconhecimento do futebol feminino é só um problema de dinheiro?
Não. O dinheiro é realmente um problema no desporto em geral e mais ainda no setor feminino por não ser tão praticado e reconhecido. No entanto, considero que a falta de condições e de reconhecimento do futebol feminino prende-se essencialmente com problemas culturais, pois este é visto ainda como um desporto de homens e como tal poucos são os investimentos no nosso setor.
11) Achas que o futebol feminino ainda está ligado a preconceitos?
Com certeza que sim. Penso que as mentalidades estão a mudar, começa a haver mais divulgação, aos poucos aparecem mais praticantes e consequentemente a qualidade está a aumentar. No entanto, a mentalidade ainda é muito a de que o futebol é para homens e que só por eles é que é bem jogado e atrativo.
12) Achas que num futuro próximo vamos ter uma liga profissional em Portugal?
Sinceramente gostaria muito que isso acontecesse. Num futuro próximo não sei, mas devemos continuar a lutar pela promoção, divulgação e mudança de mentalidades para que a liga profissional apareça. Espero sinceramente que esta mentalidade machista se altere e que a qualidade crescente que se vê nas jogadoras mais novas seja aproveitada e potencializada e assim se possa fazer formação de jogadoras em Portugal.
13) Qual a liga estrangeira que mais te atrai?
A liga americana, essencialmente pelo facto de a sua mentalidade relativamente ao desporto em geral estar a anos-luz do que acontece em Portugal e até na Europa. A valorização do Desporto nas Escolas e Universidades é fundamental para que a prática desportiva aumente e se desenvolva quantitativa e qualitativamente. Sem esta valorização académica do Desporto não é possível melhorar a qualidade e o desenvolvimento das modalidades e dos atletas, nem alcançar o topo da pirâmide como é atingível nos Estados Unidos da América.
14) Se te aparecesse uma oportunidade para ser profissional em Portugal ou no estrangeiro aceitavas?
Neste momento já não vale a pena pensar nisso como jogadora porque a idade já não me permite. No entanto, um dos meus sonhos e objetivos profissionais quando escolhi seguir a área de Desporto foi sempre o de ser treinadora profissional. Gostaria ainda de conseguir alcançá-lo.
15) Até quando pensas jogar futebol?
Penso jogar enquanto conseguir, até que o corpo me permita. No entanto, não quero deixar de estar ligada ao futebol quando deixar de jogar, ajudando na formação e a mudar mentalidades, para que as miúdas joguem e lutem pelos seus sonhos.
16) Como é vestir a camisola da seleção portuguesa?
Infelizmente nunca concretizei esse sonho, mas imagino que deva ser o auge, o topo, a melhor sensação que se possa ter quando se pratica uma modalidade desportiva com paixão. É um sonho que quem o consegue concretizar, deve aproveitar ao máximo cada segundo.
17) Qual a sensação antes de entrar em campo na 1ª internacionalização? As pernas tremem muito?
A sensação deve ser acima de tudo maravilhosa, mas também um misto de nervos, de alegria, de responsabilidade e de surrealismo.
Fonte: http://futebolfemininoportugal.com
Sem comentários:
Enviar um comentário