sábado, 3 de agosto de 2013
A assembleia geral da AF Beja elegeu um novo conselho de arbitragem: Um ciclo de diálogo e rigor
O empresário Vítor Madeira, 43 anos, é o novo líder do Conselho Regional de Arbitragem (CA) da Associação de Futebol de Beja (AFB).
Texto e foto Firmino Paixão
Depois de uma passagem efémera pelos órgãos sociais da AF Beja, Vítor Madeira, 43 anos, regressou a convite do presidente José Luís Ramalho, e sufragado em assembleia geral, para dirigir o conselho de arbitragem. Transparência, isenção e rigor, a par de uma gestão profissional dos recursos, são as linhas orientadoras do novo executivo, que promete formar, qualificar e dialogar com as estruturas representativas dos árbitros. Madeira foi antigo jogador do Boa Hora e do Belenenses, tem o Ccurso de treinador UEFA B e foi adjunto de Francisco Agatão, em Cuba.
A motivação para assumir este cargo foi o seu gosto pelo futebol?O meu gosto pelo futebol e por sentir que, gostando eu de futebol, e sendo uma pessoa como as outras, que veem jogos de futebol e muitas vezes sentem que os árbitros não fazem o melhor que podiam ter feito, sempre achei que quando pudesse ter alguma intervenção neste processo daria o meu contributo.
Mas tem uma vida empresarial preenchida?Pensei muito nisso. Ou temos tempo e dedicamo-nos, ou não temos e não aceitamos. Rodeei-me de pessoas em quem posso delegar, temos uma equipa homogénea que me dá garantias do que vamos fazer. Teremos um departamento jurídico e outro, que julgo inovador, o departamento de apoio e estratégia financeira, e eu serei o elo de ligação entre a direção da AF Beja, o CA e toda a família da arbitragem.
Os outros conselheiros foram escolhas suas?Foram escolhas minhas, a lista é sempre definida pelo presidente. Vou ter uma ação muito interventiva no processo das nomeações. O presidente não pode estar fora desse processo. As nomeações são um processo muito importante e não podem ser o reflexo de quem as faz, mas a realidade do que se passa no terreno.
Serão escolhidos os melhores árbitros para os melhores jogos?A questão é saber quem são os melhores árbitros. Uma pontuação elevada define um lugar de topo, mas se analisarmos alguns fatores subjacentes a um determinado jogo, o árbitro com melhor pontuação pode não ser o árbitro que tem estrutura emocional para esse jogo. O que é melhor tecnicamente poder ser bom para um certo jogo, mas um com classificação inferior pode ser o juiz ideal para um dérbi, onde é preciso alguém com estrutura emocional muito forte.
Os árbitros do distrito já lhe deram algum sinal?Não senti nada e nem penso que seja um fator negativo ou positivo, mas acho que me ajuda, porque todos eles saem do mesmo ponto de partida. Serão analisados com o mesmo olhar e devem sentir que estão a ser observados. Se alguém estiver empenhado e não sentir que está a ser avaliado, até pode perder a motivação. Mas é preciso existir justiça na análise das pessoas.
Que novidades incluiu na sua candidatura?Não existem novidades que possam ser consideradas de rutura. Não sei se haverá muito para mudar, nunca evoquei o passado, aprendi sempre a respeitar o passado, porque se não fizermos isso não vamos longe. Consideramos que é necessário formar e qualificar muito. O CA vai fazer um trabalho com muita isenção, muita imparcialidade e transparência.
Os núcleos de árbitros serão parceiros do CA?Os núcleos farão parte da minha maneira de estar na arbitragem. Fala-se muito em concertação, e os núcleos serão parte interventiva neste processo, é lá que os árbitros se juntam e falam dos seus problemas. E se eles têm problemas eu quero saber quais são, por isso teremos que falar com os núcleos.
O aparecimento de uma única lista expressa o sentimento de um lugar pouco apetecível?Não. Será o sentimento que é um lugar que será muito apetecível, mas pode não haver coragem para o assumir. Quem julga que tem capacidade para fazer alguma coisa é que tem que se chegar à frente. A minha vida é nesta região, e eu tenho que dar à arbitragem o retorno daquilo que ela me tem dado como empresário.
Acredita na bondade dos erros dos árbitros?Há um mês atrás, como adepto, seria difícil responder a essa questão. Hoje, já penso a arbitragem de outra forma. Lidero um órgão que me torna responsável por aquilo que serão os erros dos árbitros no terreno, serei criticado por isso, somos seres humanos, temos emoções, e ninguém me diga que um árbitro entra em campo e desliga todo o seu sistema emocional.
E apoia incondicionalmente os árbitros?Apoio os árbitros, mas incondicionalmente… Repare, se alguma coisa me fizer ter a certeza que, em algum momento, houve falta de isenção, não posso apoiar incondicionalmente uma coisa com a qual não estou de acordo. Mas, de uma forma geral, claro que os árbitros podem contar comigo incondicionalmente.
Está confiante no sucesso desta magistratura?Estou confiante. Não existem democracias sólidas sem uma boa justiça. Provavelmente será um dos problemas do nosso país e, na arbitragem, se não houver uma justiça séria as coisas não vão funcionar com sucesso. Com as mensagens que vou deixar a todos os intervenientes, acredito que aquilo que se passará no terreno será um processo transparente, onde se aplicarão as regras técnicas e nada mais.
Fonte: http://da.ambaal.pt
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