sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Uma porta aberta aos jovens


Um empate em Olhão e um triunfo caseiro, com o Sines, rendem à Zona Azul, de Beja, o 1.º lugar no Campeonato Nacional de Seniores da 3.ª Divisão (Zona 5), lugar que defenderão no próximo jogo, em Lagos.

Texto e foto Firmino Paixão


O timoneiro da equipa e corresponsável por este bem-‑sucedido início de época é Carlos Guerreiro, até há bem pouco tempo jogador desta equipa. Ele próprio confessa a existência de uma relação muito forte: “Costumo dizer que existe um cordão umbilical que é difícil de cortar, somos da casa e, havendo esta perspetiva de voltar, cá estou a dar o meu melhor a este clube”.

O que espera deste campeonato?
Trabalhámos nos últimos sete a oito anos com um grupo estável e consolidado, que obteve bons resultados, que nos permitiu, inclusivamente, obter, há dois anos, um 5.º lugar no Campeonato Nacional da 3.ª Divisão. Mas, por variadíssimos motivos, pela idade, por motivos profissionais ou pessoais, saíram muitos jogadores desse grupo que estava unido há algum tempo.

E o plantel atual não é tão consistente, é isso?
Temos um grupo praticamente novo, ou seja, novo na sua estrutura, no seu conjunto de jogadores e novo, também, em termos de idade. Temos muita gente nova, alguns ainda com idade de juniores, outros que estiveram relativamente afastados da modalidade e que nós recuperámos. Portanto, temos aqui um misto muito variado. Primeiro que tudo conseguimos formar um grupo e depois formar uma equipa, eles perceberam os nossos padrões de trabalho e o nosso modelo de jogo e vamos conjugando tudo isto com os resultados desportivos.

Existe algo em comum que é a identidade com o projeto da Zona Azul?
Exatamente, há essa identificação, acima de tudo essa vontade e o sentimento de participarem e estarem disponíveis para integrarem a equipa sénior e essa identidade deriva do facto de, sendo uma equipa praticamente nova, é toda ela composta por jogadores da nossa formação.

E os objetivos desportivos em concreto?
Tendo em atenção esta realidade, que é o novo plantel que temos à nossa disposição, não deixaremos de ser ambiciosos, nem deixaremos de lutar por um dos três lugares que dão acesso à 2.ª fase do Campeonato Nacional da 3.ª Divisão. Mas temos que ser realistas e não colocarmos muita pressão sobre os atletas.

De que forma moderam essas expectativas?
Temos que lhes permitir que errem, temos que lhes dar tempo para crescerem e para serem eles a assumirem a responsabilidade e o peso de serem as primeiras opções da equipa sénior, mas, obviamente, também fazemos passar a mensagem de que trabalhamos sempre com ambição, neste caso, em termos da 3.ª Divisão, mas também em termos de história da Zona Azul neste patamar. Queremos lutar por um dos primeiros lugares.

Significa que continuam o percurso formativo, mas a competir?
Exatamente, é essa a ideia, sabe que a formação de todos estes jovens acaba nos juvenis. Seria ideal que pudessem competir em juniores e só depois integrarem a equipa sénior, mas existem imensas dificuldades em competir no escalão de juniores, seja na Zona Azul, seja noutros clubes. Tem que existir algum cuidado com esta integração, porque, apesar de eles estarem perfeitamente identificados com a estrutura do clube e a sua forma de trabalhar, não lhe podemos pôr muita responsabilidade em cima.

A primeira meta será a 2.ª fase, nem se fala em subir de divisão?
Vamos por fases, quando começámos a trabalhar o primeiro objetivo que colocámos foi construir um grupo, depois formarmos uma equipa e a seguir darmos-lhe identidade. Estamos a conseguir, passado este mês e meio, e já em pleno período competitivo, sabemos que existem coisas a melhorar, mas já construímos uma base, de acordo com as nossas exigências.

A Zona Azul continua a ser uma boa escola de andebol?
Eu acho que sim. Continuamos a ser uma porta aberta para os jovens de Beja que queiram ter a oportunidade de experimentar a prática do andebol. Nós asseguramos-lhes essa oportunidade e achamos que é uma boa opção.

A Zona Azul e o Serpa são os únicos embaixadores do distrito, numa prova onde compete, também, uma equipa de Sines…
É uma realidade que eu não vejo muito fácil de ultrapassar nos próximos tempos. Já tivemos mais clubes a representar a nossa região, e agora, mais do que pensarmos em termos outros clubes, importa valorizarmos aquilo que tanto a Zona Azul como o Serpa, e o Sines a outro nível, têm feito pelo andebol nos últimos tempos e, se calhar, com base nisso podemos reivindicar mais apoios, para podermos fazer um pouco mais do que já temos feito até agora.

Fonte:  http://da.ambaal.pt

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