José Saúde
O universo desportivo ganhou novas alavancas
que progrediram no tempo como consequências lógicas da Revolução dos
Cravos. O 25 de Abril de 1974 trouxe a Liberdade a um povo acorrentado
pelo poder do Estado Novo. Expressa o sentimento vivido em almas que
conheceram as agruras de um país onde a ditadura ditava leis, que a
permissão oferecida pelos Capitães de Abril franqueou, também, janelas
ao mundo do desporto. Recordo, ainda, que o povo livre assumiu,
literalmente, o fenómeno desportivo isento de máculas passadas. O
Alentejo não fugiu à regra. É certo, e não ignoro, que as modalidades
outrora praticadas sempre deram excelentes atletas que defenderam,
depois, ilustres emblemas nacionais. Somos de um tempo onde as condições
para a prática desportiva impunham restrições. Os espaços, obsoletos,
ditavam oportunos percalços. Os campos de futebol, usualmente pelados,
bem como todos os lugares onde a rapaziada debitava imaculados prazeres
desportivos, acarretavam canseiras que eram olvidadas pela compleição
física de jovens em plena fase de afirmação. A Liberdade de Abril
trouxe, porém, uma justeza no cosmos desportivo. As autarquias não
abdicaram da sua afirmação e eis o poder local ao serviço do povo. Olho
para o distrito Beja e revejo espaços desportivos que servem populações
que dantes não desfrutavam desses evidentes prazeres. Cidades, vilas e
aldeias são localidades com excelentes infraestruturas que facultam
agora uma prática desportiva salutar. Campos relvados, pistas de
atletismo, algumas com piso sintético, pavilhões bem apetrechados, entre
outras condições sobejamente conhecidas, são, resumidamente, conquistas
que a Liberdade de Abril proporcionou. Em nota de rodapé, e evocando
Abril, sublinho: em Aljustrel, o povo, no seu novo campo de futebol
substancialmente suportado pelo poder autárquico, festejou, no pretérito
domingo, o título do seu Mineiro como campeão da I Divisão da AF Beja,
época 2013/14.
Fonte: http://da.ambaal.pt/
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