Finalmente o Tri
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Tudo
se conjugava para um regresso ao passado. O Uruguai sagrara-se campeão
sul-americano em 67 e a Itália, no ano seguinte, assegurava o título
europeu. Aí estava de novo a preponderância italo-uruguaia, que marcou
firme presença nas quatro primeiras edições do Mundial. A teoria até deu
certo... mas só até às meias-finais, altura em que surgiu um Brasil
arrebatador, com Rei Pelé na crista da onda...
O verdadeiro Mundial só começou nos quartos-de-final. A Itália goleou o anfitrião (4-1), desmentindo a tendência defensiva que lhe era atribuída, depois de três 1-0 seguidos! Também o Brasil deu show para ultrapassar o endiabrado Peru, mas nervos, nervos houve-os no RFA-Inglaterra. Os ingleses chegaram ao 2-0 na segunda parte mas permitiram o 2-2 e, já no prolongamento, o 2-3. Estava vingado o desaire de Wembley, de quatro anos antes. Por ironia, a RFA perdeu também no tempo-extra, com a Itália, numa das meias-finais mais loucas de toda a história dos Mundiais. Bastará dizer que 5 dos 7 golos marcados (4-3) se registaram entre os minutos 90 e 120, a propiciar comandos alternados no marcador! Claro que o Brasil também sofreu no jogo com o Uruguai mas resolveu a questão dentro do tempo regulamentar.
E se é verdade que a época de Garrincha, Didi e Vavá já era passado, não é menos certo que o Brasil contava com nova fornada de respeito que lhe permitiu o ambicionado tri. Frente à Itália, a segunda parte foi mesmo de arrasar, com 3 golos sem resposta. A Taça do Mundo que Jules Rimet concebera e cuja disputa principiara 40 anos antes tinha, finalmente, o seu dono. Depois de Estocolmo'58 e Santiago do Chile'62, a Cidade do México assistia à terceira vitória canarinha.
Curiosidades
• A Taça Jules Rimet desapareceu da sede da CBF (Rio de Janeiro), no final de 1983. Em Janeiro do ano seguinte, a imprensa soube que o troféu fora derretido!
• O primeiro Mundial com cartões. Antes disso, os árbitros expulsavam os jogadores por gestos ou palavras. O problema de comunicação entre o argentino Rattin e o alemão Kreitlein (66) contribuiu para a FIFA adoptar a "inovação".
• Também foi o primeiro Mundial das substituições. O soviético Puzach estreou esta medida, entrando para o lugar de Serebrinnikov, com o México. E o primeiro suplente a marcar nas fases finais foi o mexicano Juan Basaguren ao El Salvador.
• O 1-0 do México-El Salvador foi hilariante. O árbitro egípcio assinalou falta contra os mexicanos mas foram estes quem a marcaram, com Padilla a servir Valdivia. Os salvadorenhos protestaram com o árbitro... e este apitou para o intervalo.
• Na condição de campeã mundial, a Inglaterra conseguiu ter os adeptos mexicanos contra si em todos os jogos. Tudo porque os ingleses afirmaram, antes da prova, que iam levar água de casa para evitar contaminações.
• O alemão Uwe Seeler tornou-se no primeiro jogador europeu a participar em quatro fases finais consecutivas (58, 62, 66 e 70). Já com 33 anos, o avançado, que fez carreira no Hamburgo, marcou 3 golos em 6 partidas.
• Mário Zagallo assumiu o comando do Brasil, substituindo o jornalista João Saldanha, e foi o primeiro homem a conquistar o Mundial como jogador (58 e 62) e treinador (70). Só o alemão Beckenbauer conseguiu imitá-lo, em 74 e 90.
• Nas meias-finais entre Itália e RFA, Beckenbauer deslocou a clavícula na segunda parte, quando a sua equipa já efetuara as duas substituições, e jogou todo o prolongamento com o braço direito atado ao peito.
• Toda a linha atacante do Brasil jogava com a camisa 10 nos seus clubes: Jairzinho (Botafogo), Gérson (São Paulo), Tostão (Cruzeiro), Pelé (Santos) e Rivelino (Corinthians). Na seleção, porém, ninguém questionou o 10 de Pelé.
• Jairzinho foi o segundo jogador a sagrar-se campeão e a marcar em todos os jogos (7 em 6). O uruguaio Ghiggia foi o primeiro a inscrever o nome nessa lista, em 1950, quando anotou 4 golos em outros tantos encontros, incluindo o do título.
Portugal no apuramento
Grupo 1
Portugal-Roménia, 3-0
Portugal-Grécia, 4-2
Portugal-Suíça, 0-2
Portugal-Grécia, 2-2
Roménia-Portugal, 1-0
Suíça-Portugal, 1-1
RESULTADOS
Grupo A
México-URSS 0-0
Bélgica-El Salvador 3-0
URSS-Bélgica 4-1
México-El Salvador 4-0
URSS-El Salvador 2-0
México-Bélgica 1-0
Classificação
Grupo B
Uruguai-Israel 2-0
Itália-Suécia 1-0
Uruguai-Itália 0-0
Israel-Suécia 1-1
Suécia-Uruguai 1-0
Itália-Israel 0-0
Classificação
Grupo C
Inglaterra-Roménia 1-0
Brasil-Checoslováquia 4-1
Roménia-Checoslováquia 2-1
Brasil-Inglaterra 1-0
Brasil-Roménia 3-2
Inglaterra-Checoslováquia 1-0
Classificação
Grupo D
Peru-Bulgária 3-2
RFA Marrocos 2-1
Peru-Marrocos 3-0
RFA-Bulgária 5-2
RFA-Peru 3-1
Bulgária-Marrocos 1-1
Classificação
Quartos-de-finalUruguai-URSS 1-0
Itália-México 4-1
Brasil-Peru 4-2
RFA-Inglaterra 3-2
Meias-finais
Brasil-Uruguai 3-1
Itália-RFA 4-3
3.º lugar
RFA-Uruguai 1-0
Final
Brasil-Itália 4-1
Melhor marcador
Gerd Muller (RFA) 10 golos
Fonte: http://www.record.xl.pt
O verdadeiro Mundial só começou nos quartos-de-final. A Itália goleou o anfitrião (4-1), desmentindo a tendência defensiva que lhe era atribuída, depois de três 1-0 seguidos! Também o Brasil deu show para ultrapassar o endiabrado Peru, mas nervos, nervos houve-os no RFA-Inglaterra. Os ingleses chegaram ao 2-0 na segunda parte mas permitiram o 2-2 e, já no prolongamento, o 2-3. Estava vingado o desaire de Wembley, de quatro anos antes. Por ironia, a RFA perdeu também no tempo-extra, com a Itália, numa das meias-finais mais loucas de toda a história dos Mundiais. Bastará dizer que 5 dos 7 golos marcados (4-3) se registaram entre os minutos 90 e 120, a propiciar comandos alternados no marcador! Claro que o Brasil também sofreu no jogo com o Uruguai mas resolveu a questão dentro do tempo regulamentar.
E se é verdade que a época de Garrincha, Didi e Vavá já era passado, não é menos certo que o Brasil contava com nova fornada de respeito que lhe permitiu o ambicionado tri. Frente à Itália, a segunda parte foi mesmo de arrasar, com 3 golos sem resposta. A Taça do Mundo que Jules Rimet concebera e cuja disputa principiara 40 anos antes tinha, finalmente, o seu dono. Depois de Estocolmo'58 e Santiago do Chile'62, a Cidade do México assistia à terceira vitória canarinha.
Curiosidades
• A Taça Jules Rimet desapareceu da sede da CBF (Rio de Janeiro), no final de 1983. Em Janeiro do ano seguinte, a imprensa soube que o troféu fora derretido!
• O primeiro Mundial com cartões. Antes disso, os árbitros expulsavam os jogadores por gestos ou palavras. O problema de comunicação entre o argentino Rattin e o alemão Kreitlein (66) contribuiu para a FIFA adoptar a "inovação".
• Também foi o primeiro Mundial das substituições. O soviético Puzach estreou esta medida, entrando para o lugar de Serebrinnikov, com o México. E o primeiro suplente a marcar nas fases finais foi o mexicano Juan Basaguren ao El Salvador.
• O 1-0 do México-El Salvador foi hilariante. O árbitro egípcio assinalou falta contra os mexicanos mas foram estes quem a marcaram, com Padilla a servir Valdivia. Os salvadorenhos protestaram com o árbitro... e este apitou para o intervalo.
• Na condição de campeã mundial, a Inglaterra conseguiu ter os adeptos mexicanos contra si em todos os jogos. Tudo porque os ingleses afirmaram, antes da prova, que iam levar água de casa para evitar contaminações.
• O alemão Uwe Seeler tornou-se no primeiro jogador europeu a participar em quatro fases finais consecutivas (58, 62, 66 e 70). Já com 33 anos, o avançado, que fez carreira no Hamburgo, marcou 3 golos em 6 partidas.
• Mário Zagallo assumiu o comando do Brasil, substituindo o jornalista João Saldanha, e foi o primeiro homem a conquistar o Mundial como jogador (58 e 62) e treinador (70). Só o alemão Beckenbauer conseguiu imitá-lo, em 74 e 90.
• Nas meias-finais entre Itália e RFA, Beckenbauer deslocou a clavícula na segunda parte, quando a sua equipa já efetuara as duas substituições, e jogou todo o prolongamento com o braço direito atado ao peito.
• Toda a linha atacante do Brasil jogava com a camisa 10 nos seus clubes: Jairzinho (Botafogo), Gérson (São Paulo), Tostão (Cruzeiro), Pelé (Santos) e Rivelino (Corinthians). Na seleção, porém, ninguém questionou o 10 de Pelé.
• Jairzinho foi o segundo jogador a sagrar-se campeão e a marcar em todos os jogos (7 em 6). O uruguaio Ghiggia foi o primeiro a inscrever o nome nessa lista, em 1950, quando anotou 4 golos em outros tantos encontros, incluindo o do título.
Portugal no apuramento
Grupo 1
Portugal-Roménia, 3-0
Portugal-Grécia, 4-2
Portugal-Suíça, 0-2
Portugal-Grécia, 2-2
Roménia-Portugal, 1-0
Suíça-Portugal, 1-1
Jogos | Vitórias | Empates | Derrotas | Golos | |
Roménia | 6 | 3 | 2 | 1 | 17-6 |
Grécia | 6 | 2 | 3 | 1 | 13-9 |
Suíça | 6 | 2 | 1 | 3 | 5-8 |
Portugal | 6 | 1 | 2 | 3 | 8-10 |
Grupo A
México-URSS 0-0
Bélgica-El Salvador 3-0
URSS-Bélgica 4-1
México-El Salvador 4-0
URSS-El Salvador 2-0
México-Bélgica 1-0
Classificação
Pontos | Jogos | Vitórias | Empates | Derrotas | Golos | |
MÉXICO | 5 | 3 | 2 | 1 | 0 | 5-0 |
URSS | 5 | 3 | 2 | 1 | 0 | 6-1 |
Bélgica | 2 | 3 | 1 | 0 | 2 | 4-5 |
El Salvador | 0 | 3 | 0 | 0 | 3 | 0-9 |
Uruguai-Israel 2-0
Itália-Suécia 1-0
Uruguai-Itália 0-0
Israel-Suécia 1-1
Suécia-Uruguai 1-0
Itália-Israel 0-0
Classificação
Pontos | Jogos | Vitórias | Empates | Derrotas | Golos | |
ITÁLIA | 4 | 3 | 1 | 2 | 0 | 1-0 |
URUGUAI | 3 | 3 | 1 | 1 | 1 | 2-1 |
Suécia | 3 | 3 | 1 | 1 | 1 | 2-2 |
Israel | 2 | 3 | 0 | 2 | 1 | 1-3 |
Inglaterra-Roménia 1-0
Brasil-Checoslováquia 4-1
Roménia-Checoslováquia 2-1
Brasil-Inglaterra 1-0
Brasil-Roménia 3-2
Inglaterra-Checoslováquia 1-0
Classificação
Pontos | Jogos | Vitórias | Empates | Derrotas | Golos | |
BRASIL | 6 | 3 | 3 | 0 | 0 | 8-3 |
INGLATERRA | 4 | 3 | 2 | 0 | 1 | 2-1 |
Roménia | 2 | 3 | 1 | 0 | 2 | 4-5 |
Checoslováquia | 0 | 3 | 0 | 0 | 3 | 2-7 |
Peru-Bulgária 3-2
RFA Marrocos 2-1
Peru-Marrocos 3-0
RFA-Bulgária 5-2
RFA-Peru 3-1
Bulgária-Marrocos 1-1
Classificação
Pontos | Jogos | Vitórias | Empates | Derrotas | Golos | |
RFA | 5 | 3 | 3 | 0 | 0 | 10-4 |
PERU | 4 | 3 | 2 | 0 | 1 | 7-5 |
Bulgária | 1 | 3 | 0 | 1 | 2 | 5-9 |
Marrocos | 1 | 3 | 0 | 1 | 2 | 2-6 |
Itália-México 4-1
Brasil-Peru 4-2
RFA-Inglaterra 3-2
Meias-finais
Brasil-Uruguai 3-1
Itália-RFA 4-3
3.º lugar
RFA-Uruguai 1-0
Final
Brasil-Itália 4-1
Melhor marcador
Gerd Muller (RFA) 10 golos
Fonte: http://www.record.xl.pt
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