A seleção espanhola é uma das
candidatas a vencer o Mundial-2014, pelo histórico recente – venceu as três
últimas grandes competições – e pela qualidade e quantidade de opções de que
dispõe.
As dores de cabeça de Vicente Del
Bosque, comparadas com as de outros selecionadores, são bem mais saudáveis.
Escolher entre Fàbregas como falso ponta-de-lança ou Diego Costa como
referência do ataque é algo que muitos desejavam. Optar pela verticalidade de
Pedro ou pelo jogo interior de David Silva é daquelas dúvidas que Paulo Bento,
por exemplo, não se importaria de ter.
Entre as questões complicadas mas
que não tiram o sono está o triângulo do meio-campo. Um ou dois trincos? Os todo-poderosos
Barcelona e Real Madrid, que constituem grande parte dos 23 convocados,
atualmente jogam apenas com um. No entanto, a fórmula que deu sucesso no último
Campeonato da Europa foi juntar Xabi Alonso e Busquets atrás de Xavi, David
Silva, Iniesta e Fàbregas/Torres/Negredo.
No fundo, Alonso e Busquets
funcionavam como carregadores de um piano tocado pelos médios e atacantes acima
referidos. São eles os responsáveis pelo trabalho invisível, de garantia de equilíbrios
defensivos que permitia libertar os artistas para a zona de decisão.
Mas dois anos depois, as coisas
mudaram. Os merengues, com Carlo
Ancelotti, passou a dispor-se em 4x3x3, com Xabi Alonso a habituar-se a jogar
sozinho à frente da defesa, algo que Busquets já fazia há várias temporadas nos
blaugrana. Del Bosque tem testado
esse sistema, até porque é aquele em que os jogadores estão mais rotinados, mas
há uma nuance importante relativamente à equipa que ganhou o Euro-2012.
Arbeloa, um lateral posicional e que se aventurava pouco no ataque, era titular
no lado direito da defesa, mas não estará no Mundial. Estarão sim os mais ofensivos
Juanfran e sobretudo Azpilicueta, que deverá ser o titular.
Caberá ao selecionador decidir
entre fazer o transfer do que os seus
futebolistas trabalham diariamente nos clubes ou manter o equilíbrio que tem
dado frutos em la roja. Até o poderá
fazer em função do adversário. Certamente terá pela frente os que lhe colocam
um autocarro à frente, mas também enfrentará oponentes ousados, a querer
discutir o jogo taco-a-taco.
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