sexta-feira, 25 de julho de 2014
Um clube ao serviço dos bejenses
Alexandre Leal, 39 anos, licenciado em Engenharia Alimentar e pós-graduado em Engenharia Sanitária, natural do Barreiro, mas radicado em Beja, assumiu recentemente a presidência do Despertar Sporting Clube.
Texto e foto Firmino Paixão
Uma experiência que o está a impressionar positivamente, porquanto assume que presidir a um clube com 94 anos de existência, com um historial tão rico e uma mística tão peculiar, ainda mais o responsabiliza no desempenho do cargo para que foi eleito. Alexandre Leal quer tornar o clube mais eclético e confessa que seria interessante ser o presidente do centenário, lembrando, contudo, que há um ano atrás ser presidente do Despertar nem fazia parte dos seus objetivos.
O que o projetou para a presidência do Despertar?Sobretudo a grandeza deste clube e o papel social que desempenha, possibilitando que as crianças, os jovens e até os adultos desta cidade possam praticar desporto. Infelizmente, o clube, neste momento, só tem duas modalidades ativas, o futebol e o BTT, e o que me levou a aceitar o desafio foi mesmo pensar que o clube pode dar mais pela cidade, fazer mais pelas pessoas deste concelho. A equipa que me secunda e apoia, escolhida por mim, partilha da mesma opinião e pensamos que, em conjunto, conseguiremos fazer o clube crescer, dimensioná-lo para o exterior, potenciar aquilo que tem sido o contexto e a presença do Despertar no panorama concelhio, regional e até nacional.
O Despertar veio ao seu encontro ou foi o Alexandre Leal que descobriu o clube?Quem me impulsionou foi o ex-presidente Luís Mestre. No último mandato dele convidou-me para fazer parte da equipa, nestes últimos tempos tive um contacto mais direto com o clube e agora, no final do mandato, as pessoas foram-‑me incentivando dizendo que daria um bom contributo ao clube se assumisse a presidência, o que acabei por fazer, no reconhecimento de que constituí uma equipa que conhece as origens do clube e sabe o que queremos para ele.
Encontrou um clube fechado sobre si próprio ou um Despertar aberto à comunidade?O Despertar é um clube aberto, temos mais de 200 atletas em atividade, pelo que não me parece que seja um clube fechado. Temos até alguns dos escalões no futebol em que existe mais do que uma equipa. Esses escalões, por uma questão financeira, eventualmente, até não existiriam, mas não é esse o nosso papel, queremos aumentar o número de atletas e de sócios, queremos abrir o clube a outras modalidades, tornando-o mais eclético.
Trouxe outras ideias para implementar, além do maior ecletismo?Temos algumas ideias que eu não queria desvendar já até porque não sei se teremos capacidade para as concretizar. Mas o que nós queremos, claramente, é pôr o clube ao serviço da sociedade bejense, das pessoas do concelho de Beja e nesse prisma temos algumas ideias cuja concretização dependerá de nos dotarmos de alguns meios.
Mantendo uma aposta muito forte na formação e fortalecendo o futebol sénior?O Despertar é um clube de formação, isso é ponto assente. Mesmo os nossos atletas seniores são tão novos que ainda estão a concluir o percurso de formação. Corremos o risco de os formar e depois serem aliciados por outros clubes, porque não temos condições para retribuir financeiramente os nossos atletas. Estivemos à beira da subida de divisão, já ninguém acreditava que isso não seria possível, mas gostava que ficasse claro que o facto de não termos subido não foi menos dignificante para a equipa, porque o trabalho foi excelente sobre todos os pontos de vista.
Uma sede com a qualidade que o Despertar possui é uma ferramenta importante para consolidar a sua estrutura financeira?Sem dúvida. O Despertar tem esta capacidade de poder manter todas as equipas com alguma regularidade e manter equipas em provas nacionais, porque temos receitas da concessão de espaços na sede. O clube tem os seus compromissos financeiros com o próprio edifício, porque ainda não está amortizado, mas são estas receitas próprias que permitem que funcione. Infelizmente os apoios institucionais também têm vindo a reduzir, compreendemos que as coisas não estão fáceis. Mas o Despertar está equilibrado financeiramente.
Em passado recente existiram alguns conflitos institucionais, por questões financeiras e de logística. Estão sanados?Estão. Queremos entender-nos bem com todas as entidades, não queremos criar conflitos com ninguém. Queremos compreender porque, às vezes, não são atendidas as nossas solicitações mas, por esse facto, não criaremos conflitos. Queremos trabalhar com todos e que todos trabalhem connosco. Não posso ignorar o papel bastante importante que o município continua a desempenhar com a subsidiação que dá todos os anos ao clube e que, além da sede, é o segundo maior contributo para funcionarmos. E não é só financeiro, é também no apoio às deslocações e na manutenção dos campos de jogos.
Fonte: http://da.ambaal.pt/
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