sexta-feira, 29 de agosto de 2014
Os embaixadores no sul
Alexandre Lança e Manuel Troncão são dois jovens jogadores com raízes no Alentejo, que desceram até à capital do Algarve para alimentarem o sonho de se tornarem profissionais de futebol.
Texto e fotos Firmino Paixão
Alexandre e Manuel são dois jovens futebolistas que têm entre si algo de semelhante. O gosto pelo futebol, a qualidade com que o praticam, o sonho que interiorizam, a ambição que revelam e a determinação com que agarraram a primeira oportunidade que lhes bateu à porta. O percurso é semelhante, sobretudo no cais de partida, o Despertar Sporting Clube, e no porto de chegada, o Sporting Clube Farense. O resto é a realidade de ambos fazerem parte do onze principal da equipa de juniores do Farense que disputa o Campeonato Nacional da 2.ª Divisão, mas com a ilusão de que isso pode ser metade do sonho, porque a outra parte pertence ao destino, um destino que eles ajudam a moldar com o seu trabalho diário e o potencial de competência que exibem dentro do campo.
O Alexandre, médio ofensivo, tem 16 anos, tem as suas raízes em Ourique, clube onde se iniciou como jogador da bola e frequenta o 12.º ano do curso de Ciências e Tecnologia na Escola Secundária Pinheiro Rosa, em Faro.
“Tinha seis anos quando comecei a jogar nas escolinhas do Ourique Desportos Clube, fiz duas épocas de iniciado no castrense e rumei ao Despertar”, revelou. Sublinhando que o Farense foi a sua primeira grande oportunidade. “Descobri na Internet que o Farense estava a promover treinos de captação e fui experimentar, gostaram de mim e acabei por ficar em Faro. Já é um passo importante, ainda sou jovem, mas tenho o sonho de ser profissional de futebol, é para isso que trabalho todos os dias”. Vestir a camisola dum histórico do futebol nacional representa para o Alexandre “um bocado do sonho que já está a ser cumprido, o resto fica ainda no horizonte”. “Mas eu estou bem neste clube, quero continuar no Farense, sinto-me muito bem”. Por isso, não quer falar muito do futuro. “Não vou pensar muito no que pode estar no horizonte, sou jovem, se um dia surgir outro grande desafio, vou agarrá-lo como agarrei este. Sou ambicioso, o futuro é incerto, hoje estou aqui com a camisola do Farense, amanhã poderei estar noutro local qualquer, não sei … só penso em trabalhar com muito empenho e muita dedicação para que este meu percurso tenha a melhor direção possível”. O próximo passo, porém pode ser no próprio clube, revelou o jogador. “Poderei ser chamado à equipa principal a qualquer momento, tenho três colegas nesta equipa que já treinam com os seniores, porventura, será esse o meu caminho, vamos ver, vejo neles um exemplo”.
O outro exemplo destes jovens bem-sucedidos no futebol é o de Manuel Troncão, um nome que rima com Baleizão, onde tem as suas origens, poema que até podia ser entoado pelos “Bubedanas”, grupo coral bejense a que empresta o seu belo baixo tom. Mas a sua arte é também a do futebol: “Comecei nos escalões de formação do Desportivo de Beja e depois fui para o Despertar, onde fiz uma época como júnior e de lá saí para o Farense, é um clube de topo e espero que me projete para dar seguimento à minha carreira. Ela ainda é curta, mas tenho objetivos e o sonho de jogar em grandes palcos”, mas para já “o objetivo é ajudar a equipa de juniores, que disputa a 2.ª Divisão Nacional, depois se verá, somos ambiciosos, a meta é subir à 1.ª Divisão”. O Manuel está consciente de que “o futebol no Algarve tem mais visibilidade”. “Depois o Farense também é um grande clube, um histórico do futebol português, porém, se surgir alguma oportunidade terei que avaliar, mas eu estou muito contente por estar no Farense, estou feliz e faço aquilo que gosto que é jogar futebol”. Alexandre e Manuel são semelhantes, também na compleição física, concordou o Manuel “Somos jogadores parecidos, somos também amigos e temo-nos ajudado mutuamente, já nos conhecíamos e isso foi importante na nossa adaptação”. Mas quanto à sua titularidade na equipa, o avançado dos algarvios assume: “A equipa tem jogadores com muito valor, nós só pensamos em ajudar o clube, no entanto, julgo que temos qualidade para jogar na equipa titular, mas as opções são sempre do míster”.
O que dirá então o míster, Nuno Ramos, sobre estes dois embaixadores alentejanos no futebol do Sporting Farense? Pois bem … diz que “são jogadores tecnicamente evoluídos, jogadores que se encaixam perfeitamente na nossa forma de jogar, são dois miúdos que vieram dar mais qualidade à nossa equipa e reforçar um setor onde tínhamos maior fragilidade”. E porque no desporto a qualidade desportiva se deve aliar ao caráter e à personalidade, o treinador quis ainda referir. “Possuem todas essas qualidades, que aliam ao elevado potencial desportivo”.
Fonte: http://da.ambaal.pt
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