sábado, 10 de janeiro de 2015

Paulo Ribeiro tem novo CD


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Paulo Ribeiro, 43 anos, natural de Beja
Está ligado a projetos como Anonimato, Eroscópio, Baile Popular, Tais Quais ou Mosto, este último uma nova abordagem ao cante alentejano, manifestação cultural pela qual é profundamente apaixonado. Foi distinguido com o “Prémio Jovens Autores”, pela SPA, com a medalha de mérito municipal, pela Câmara de Beja, e com o prémio “Mais Música”, pela revista “Mais Alentejo”. Tem vindo a desenvolver um intenso trabalho em torno do cante, em colaboração com alguns dos mais representativos grupos corais e etnográficos do Alentejo.


“Paulo Ribeiro – Canções 1998--2002” é o nome do mais recente trabalho discográfico do cantautor bejense. São músicas “descarnadas, alicerçadas apenas na voz e na guitarra acústica” e que correspondem a um período em que o músico começou “a assumir de forma mais intensa” as suas próprias composições.

“Paulo Ribeiro – Canções 1998-2002” é o nome do seu mais recente trabalho discográfico. Que canções são estas? 
Estas gravações tiveram apenas o intuito de registar ideias que depois vieram a dar origem ao meu primeiro álbum a solo. Quase todas as canções que reuni neste trabalho foram captadas num único take de forma muito espontânea. São músicas descarnadas, alicerçadas apenas na voz e na guitarra acústica e correspondem a um período em que comecei a assumir de forma mais intensa as minhas próprias composições. Em alguns destes temas transparecem de forma evidente as minhas influências do cante alentejano, nomeadamente numa versão da moda “A ribeira do sol-posto”, inspirado pelos Ganhões de castro Verde, ou na “Cantiga do tempo novo”, que viria a gravar com Os camponeses de Pias. Por outro lado, são também visíveis as minhas afinidades com a poesia, na medida em que para além de interpretar letras da minha autoria, estão neste trabalho incluídos muitos poemas que musiquei de diversos autores como é o caso de Fernando Pessoa. Nove das 20 canções que integram este trabalho são inéditas.

O que é que o levou a lançar este álbum agora, mais de uma década depois de os temas terem sido criados?
De certo modo foi o acaso que suscitou a ideia de editar estes temas. Nos meus arquivos (pouco organizados) descobri recentemente estas gravações que sabia existirem, mas não sabia exatamente em que lugar da casa se encontravam e foi uma surpresa agradável. Hesitei um pouco porque estas gravações/maquetes não tiveram o propósito de serem editadas, no entanto julgo que mostram uma faceta interessante que é a fase inicial do trabalho criativo, quando não sabemos ainda bem o rumo que as canções vão tomar... são ainda esquissos e não o produto final. Foi esta perspetiva que expõe as fragilidades de um trabalho por consolidar que motivou a edição deste disco e ao mesmo tempo porque provavelmente, de outra forma, uma ou outra canção de que gosto particularmente continuariam envolvidas numa certa penumbra que me parecia um pouco injusta.

Para além do seu projeto a solo, mantém colaborações com vários artistas. Há novidades para este ano no que diz respeito a essas parcerias? 
Nos últimos anos tenho integrado diversos projetos, são sempre oportunidades de interagir pessoal e artisticamente, são experiências muito enriquecedoras. É uma honra fazer parte de cada um deles, nomeadamente dos Tais Quais, cujo álbum de estreia sairá em breve. Ainda em 2015 estou empenhado em editar um novo álbum a solo que já está em preparação e que contará com a participação especial de músicos e cantores que muito admiro. No próximo dia 10 vou estar no Teatro da Malaposta com o espetáculo Pó da Alma, um concerto intimista em que partilho o palco com o músico Jorge Moniz. Ainda em janeiro vou estar em Beja a convite do mestre António Chainho num concerto que celebra os seus 50 anos de carreira. Em fevereiro estarei em Silves com Jorge Serafim e as Vozes da Cal e em março no CCB num grande concerto com as “Vozes do Alentejo”. Permanentemente colaboro com diversos grupos corais, numa altura em que continuamos a celebrar a elevação do cante alentejano a Património Imaterial da Humanidade. O Alentejo está de parabéns. Nélia Pedrosa

Fonte:  http://da.ambaal.pt

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