quarta-feira, 25 de março de 2015

Sub-20: do soccer para a Seleção Nacional

Rafael Ramos e Estrela jogam no Orlando City nos EUA. A Seleção Nacional sub-20, a preparação para o Mundial, a experiência de jogar com Kaká ou as saudades de casa foram temas de uma conversa informal com o fpf.pt
Futebol Sub-20

Fpf.pt - Como está a ser o regresso à seleção e a preparação para os jogos com o Usbequistão e o Uruguai? 
Rafael Ramos - Está a ser ótimo. Agora temos de começar a ganhar dinâmicas de grupo e de jogo. Queremos ganhar os dois jogos contra o Usbequistão e o Uruguai para também ganhar balanço para o Mundial da Nova Zelândia.
Estrela - Os adversários não são fáceis. Estão os dois qualificados para o Campeonato do Mundo. São bons para testarmos as nossas capacidades. Na verdade, o grupo está muito forte e confiante. Por outro lado, também não escondemos que queremos muito afirmar-nos. Todos queremos ir ao Mundial da Nova Zelândia…
Rafael Ramos - … o grande objetivo pessoal deste estágio é continuar a nossa integração no grupo de forma a podermos estar no Mundial 2015. Temos vindo algumas vezes e este ano graças a Deus viemos os dois.


 



Fpf.pt - Foi fácil a vossa integração num grupo que já foi vice-campeão europeu de sub-19?



 



Rafael Ramos - Foi. Este grupo já jogava junto há vários anos na seleção mas quer eu, quer o Estrela já conhecíamos muitos destes jogadores dos clubes. Eu passei sete anos no Sporting e depois fui para o Benfica – já conhecia muitos dos que estão há mais tempo.



 



Estrela - Também é importante frisar que fomos bem recebidos por todos, independentemente do clube em que jogavam. Eu, por exemplo, joguei dez anos na formação do Benfica. O João Nunes conheço-o desde as escolinhas. A integração foi fácil.



 



Fpf.pt - Como é que está correr a experiência ao serviço da equipa dos Orlando City nos EUA?



 



Estrela - A experiência de jogar nos EUA está a ajudar-me a crescer apesar de esta época não estar a ter tanto tempo de jogo como gostaria. Como o nosso treinador Hélio Sousa já nos disse aqui, mesmo não jogando também podemos aprender. É isso que tem acontecido comigo. No ano passado joguei muito mais mas a minha grande satisfação é que a Seleção Nacional tem continuado a apostar em mim. Os técnicos depositam confiança em mim e eu só tenho que corresponder. Este estágio é muito importante para garantir a nossa presença no Mundial. Todos os que estamos aqui sabem que é um bom sinal estar cá mas também sabemos que temos de trabalhar no máximo.



 



Rafael Ramos - Eu tive uma experiência diferente do Estrela. O ano passado joguei menos, também porque estive lesionado, mas este ano têm apostado muito em mim. Tenho jogado todos os jogos e quero continuar assim.



 



Estrela - Para muita gente foi uma surpresa a nossa ida para os EUA. Podíamos ter ficado cá e repetir as experiências de outros colegas nossos nas equipas B ou em clubes nacionais. Mas a oportunidade de ir para o outro lado do oceano surgiu e aproveitámos. Não é fácil estarmos sozinhos mas ainda bem que fomos juntos. Jogando ou não, ajudamo-nos sempre. Sei que o Rafael também não está contente por eu estar a jogar menos este ano e eu também não fico satisfeito quando o mesmo lhe acontece. Mas, de uma forma geral, a experiência tem sido muito boa. Muitas vezes crescemos nas contrariedades. Até aprendo mais do que se estivesse tudo a correr como eu queria.



 



Fpf.pt - O futebol é muito diferente nos EUA?



 



Rafael Ramos - O futebol lá tem muita festa. O resultado não conta tanto como cá, mas o nosso estádio está sempre cheio…



 



Estrela - …No primeiro jogo da época estavam 62 mil pessoas a apoiar-nos e empatámos. Os adeptos, independentemente do resultado, não deixam nunca de nos incentivar.



 



Fpf.pt - E como tem sido jogar com o internacional brasileiro Kaká?



 



Rafael Ramos - Ter uma grande estrela como o Kaká na nossa equipa ajuda muito. Temos aprendido muitas coisas novas com ele. É muito experiente…



 



Estrela - …E ele fala a nossa língua e está sempre junto de nós. Ajuda dentro e fora de campo.



 



Rafael Ramos - … sim, também temos a sorte de ele gostar muito de nós os dois. Brinca muito connosco.



 



Fpf.pt - Como se caraterizam e que jogadores têm como referência?



 



Rafael Ramos - Já fui extremo mas agora sou lateral direito. Se tiver de me caraterizar, diria que sou rápido, tenho alguma técnica e gosto de atacar. No processo defensivo estou a melhorar (risos). Marcelo e Fábio Coentrão são as minhas grandes referências.



 



Estrela - Eu sou médio centro. Não gosto de jogar bolas longas nem de despejar jogo. Sou rápido e de processos simples. Gosto de jogar no chão a um ou dois dois toques. Sou forte a defender. Gosto muito do Tiago. É um médio completo, adoro vê-lo jogar no Atlético Madrid e na Seleção.



 



Fpf.pt - Como é fazer parte de uma Seleção Nacional?



 



Rafael Ramos - O momento em que ouvimos o hino na Seleção Nacional é qualquer coisa especial. Ficamos logo cheios de orgulho…



 



Estrela - … nós, nos EUA, temos de ouvir o hino todos os jogos mas é o hino deles, não é o nosso. Quando ouvimos o nosso é uma grande sensação. Significa que estamos em casa, que estamos a representar o nosso país e milhões de pessoas.



 



Fpf.pt - Como tem sido a experiência pessoal de jogar fora do país aos 20 anos?



 



Estrela - A separação é difícil. Nos EUA, a minha família sou eu e o Rafael. Se estamos chateados ou qualquer coisa, temos de nos acalmar um ao outro… (risos)



 



Rafael Ramos - … quando as coisas não correm bem cá temos a tendência para falar com a nossa família ou os nossos amigos. Ali não temos isso. Mesmo nas coisas boas, como as folgas ou os tempos livres. Lá passamos mais tempo agarrados ao telemóvel, ao computador ou a falar um com o outro…



 



Estrela - … foi um passo que demos nas nossas carreiras. Uma opção que nos ajuda a crescer. No fim, vamos ficar com as boas recordações nesta experiência. E é muito positivo continuarmos a ser chamados à Seleção Nacional. Somos jogadores internacionais no nosso clube…



 



Rafael Ramos - … e é muito bom, também, porque quando somos chamados regressamos e vimos a nossa família (risos)

Estrela - Sim, nós passamos muito tempo a perguntar um ao outro será que vamos ser chamados? Quando aterramos sentimos logo outro ar (risos).
Consulte aqui todo o programa de preparação para os jogos da Seleção Sub-20 com o Usbequistão e Uruguai
Fonte: FpF.PT

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