sexta-feira, 28 de agosto de 2015
Vamos evoluir competindo
O percurso do Praia de Milfontes no Campeonato Nacional de Juvenis é ainda pouco auspicioso. O plantel tem poucas soluções, é inexperiente, mas existe ambição em conseguir a manutenção em ano de estreia.
Texto e Fotos Firmino Paixão
O Clube Desportivo Praia de Milfontes conquistou o título distrital de Juvenis na época passada, passaporte para o campeonato nacional, uma etapa que enfrentou com o mesmo treinador, Miguel Pinoia, mas com protagonistas diferentes. O plantel anterior subiu de escalão quase na sua totalidade e, nesta época, a equipa é mais inexperiente, procura evoluir competindo, mas não esconde a ambição de se manter a este nível. O treinador congratula-se por lhe ter sido permitido, ainda que excecionalmente, que a equipa jogue no Campo da Foz do Mira e sublinha as dificuldades na formação do plantel.
A equipa foi suficientemente reforçada para as exigências de um campeonato nacional?
Não! Não conseguimos ir buscar os miúdos que pretendíamos. Aqui na zona não é fácil, ficámos com um plantel essencialmente baseado na formação, só vieram dois jogadores do Odemirense e um de Sines, porque aqui da zona não foi fácil ir buscar nenhum miúdo. Por isso, o plantel com que ficámos é todo à base da nossa formação, quatro miúdos que transitaram da equipa do ano passado e os restantes eram iniciados. Precisaríamos de mais reforços para conseguirmos competir de igual para igual com os nossos adversários.
Essas dificuldades não limitam a ambição dos atletas, nem da equipa técnica?
Claro que não, mas o mais importante é formarmos os nossos jogadores. Sabemos que a realidade é diferente do que estávamos habituados, foi um enorme feito termos sido campeões e termos subido para este patamar, mas sabemos as dificuldades que enfrentaremos neste percurso. Estamos todos num processo de aprendizagem, evoluiremos com certeza, sabendo que no início tudo será mais complicado, mas com o decorrer da época os miúdos vão adaptar-se às dificuldades da prova. O que nos interessa é o futuro, não tanto o presente.
A equipa terá que evoluir competindo a um nível exigente, é isso?
Sim, o andamento é muito mais exigente do que aquele onde eles estavam habituados a competir; o campeonato distrital é uma realidade diferente, os jogadores que encontramos agora nas equipas adversárias são atletas já com muitos anos e muita experiência em campeonatos nacionais e têm outra ambição enquanto jogadores. Os nossos vão ter que alterar as mentalidades e para isso teremos que trabalhar muito.
A manutenção é o objetivo, ainda que ambicioso?
A nossa meta é irmos evoluindo jogo a jogo e no fim da prova faremos as contas e veremos como ficamos.
Esse não é um chavão do futebol em que os treinadores se refugiam?
Na verdade, no horizonte está a ideia de mantermos a equipa neste escalão, sabendo que será extremamente difícil, mas em todos os jogos nós tentaremos ganhar, e se o conseguirmos as coisas ficarão mais fáceis.
Em passado recente só o Odemirense e o Despertar conseguiram em dois momentos diferentes jogar duas épocas seguidas neste campeonato…
Subiram com primeira geração neste escalão, e na segunda época os miúdos eram de segundo ano e conseguiram manter a mesma equipa. Tenho a consciência de que com os mesmos jogadores com que subimos na época passada estaríamos aqui a competir de igual para igual com as outras equipas.
Independentemente do resultado, este percurso estimula os restantes jovens da vossa formação?
Pela primeira vez na história do Milfontes disputamos um campeonato nacional ao nível da formação. Os outros miúdos percebem a qualidade com que o clube está a trabalhar e só podem estar orgulhosos de já termos esta equipa no nacional. Estamos aqui há cinco anos, quando aqui cheguei só tínhamos 20 miúdos na formação, agora temos 120 – esse é o resultado do nosso trabalho e os frutos aparecerão mais tarde.
Assegurando a sustentabilidade do clube nos escalões mais adiantados?
Esta geração é fantástica e teremos uma boa equipa de juniores. Já temos três atletas que na época passada eram juvenis e que estão a fazer a pré-época com os seniores. Temos miúdos com muita qualidade para, futuramente, integrarem a equipa sénior do clube e esperamos que também os seniores consigam subir em breve ao nacional, e que estes jovens façam parte desse plantel.
Como é que em poucos anos o Milfontes ganhou tamanha projeção?
Na verdade, somos poucos, mas somos muito dedicados ao clube e trabalhamos muito para o dignificar. Agora pode ser uma novidade o Milfontes estar no escalão nacional, porque é um clube muito novo e com pouca história, mas valorizaremos a nossa história e queremos que se habituem a que nós andemos sempre lá por cima.
Fonte http://da.ambaal.pt/
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