sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Ouro pescado em Alqueva


“É nosso!” O grito rompeu no pavilhão onde se aguardava a confirmação dos resultados. Atletas e dirigentes trocaram abraços, gritou-se por Portugal. A equipa portuguesa festejou mais um título mundial.

Texto e fotos Firmino Paixão


E foi realmente nosso, o título mundial de pesca ao achigã em embarcação, por equipas, à frente da África do Sul e do México. Havia expectativa de outra conquista, a dupla de pescadores portugueses Ricardo Mira e João Neves esteve à beira do título individual, mas esse atravessou o Atlântico com os irmãos mexicanos Olaf e Alex Lazalde, que já aqui foram campeões mundiais em 2010. O peso do pescado capturado por Mira e Neves chegou apenas para a medalha de bronze. Joaquim Moio e João Grosso classificaram-se no quarto posto, Eduardo Fouto e Pedro Rodrigues obtiveram o sétimo lugar. E assim caiu o pano sobre o 12.º Campeonato do Mundo de Pesca ao Achigã em Embarcação, competição disputada na barragem do Alqueva por pescadores de 10 nações: África do Sul, Alemanha, França, Espanha, Itália, México, Portugal, Roménia, Swazilândia e Venezuela.
“Estamos muito satisfeitos, nem queremos acreditar, o primeiro dia foi excelente, no segundo sofremos muito, foi mentalmente stressante, perdemos os maiores peixes e fizemos apenas quatro capturas, mas hoje estávamos muito motivados e foi excelente, mudámos um pouco a técnica e graças a Deus saiu tudo bem”, disse Olaf Lazalde. “O acolhimento em Moura foi excelente, aliás, em Portugal é sempre assim, este foi o segundo título que conquistámos aqui, não podemos estar mais felizes”, concluiu o mexicano.
Ora, foi exatamente no México que, em 2014, o eborense Joaquim Moio conquistou o seu título mundial, cuja réplica só conseguiu neste ano a título coletivo e, a esse propósito, disse: “Nós temos que nos focar enquanto seleção e isso foi conseguido, porque fomos campeões do mundo por equipas, individualmente ficámos perto, mas o que interessa é que o título enquanto seleção mostrou que estamos unidos e conseguimos deixar o título cá em Portugal”. E adiantou: “Foi um campeonato duro, muito difícil, mas a barragem está a passar uma boa fase e apelo a que se olhe a isso, mas com os dois dias de treino e três de prova, neste último dia a barragem sentiu-se um pouco”. Moio sublinhou ainda: “A minha motivação continua, tenho uma grande paixão pela pesca, o que me entristece é a política que estão a implementar na pesca porque acabam com esta espécie em Portugal e isso deixa-me bastante triste. A pesca é boa para a nossa economia, é um desporto que movimenta muita gente e constitui uma mais- -valia para a região alentejana”, rematou.
Carlos Batista, recentemente regressado à presidência da Federação Portuguesa de Pesca Desportiva, estava feliz: “É muito prestigiante e eu tenho a sorte de ter celebrado três campeonatos do mundo nesta barragem, nesta disciplina e comigo como presidente. Estou contentíssimo, foi muito bom, foi um campeonato muito bem disputado e é um título que nós todos dedicamos a quem gosta muito desta modalidade”.
Portugal continua entre as grandes potências da modalidade e o líder federativo explicou: “Temos crescido muito, temos uma dedicação extrema a esta disciplina e vê-se pelos resultados, não só aqui como lá fora, como foi o caso do Moio e outros casos, nós estamos bem felizmente e faço votos para que assim continue e da minha parte, da parte da federação, daremos todo o apoio que seja possível a esta disciplina para que continuemos no futuro a conquistar mais títulos para Portugal”.
O campeonato foi organizado pela Federação Portuguesa de Pesca Desportiva sob supervisão da Federação Internacional, com apoio logístico do município de Moura e colaboração da Associação Regional do Baixo Alentejo de Pesca Desportiva.


Resultados: Equipas: 1.º Portugal, 64 pontos (30,783 kg). 2.º África do Sul, 67. 3.º México, 104. 4.º Alemanha, 134. 5.º Espanha, 135. 6.º Itália, 138,5. 7.º Swazilândia, 150. 8.º Venezuela, 183. 9.º França, 197,5. 10.º Roménia, 222. Individual: 1.º Alex Lazalde/Olaf Lazalde (México), 18 pontos (12,129 kg). 2.º August Lingnau/Van Der Pierre (África Sul), 18. 3.º Ricardo Mira/João Neves (Portugal), 19. 4.º Joaquim Moio/João Grosso (Portugal), 21. 5.º Rudi Dreyer/Charlton Hewitt (África Sul), 24. 

Fonte: http://da.ambaal.pt/

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