sexta-feira, 4 de novembro de 2016
Solidão, ai dão, ai dão...
Quem não há de ter paixão? O líder leonino chegou a Beja de semblante carregado, amargurado e triste, parco em palavras, ainda que confiante. Na véspera, o Sporting tinha deixado mais dois pontos na Madeira.
Texto e fotos Firmino Paixão
À inauguração da Escola Academia do Sporting, primeiro ato da sua visita oficial a Beja, seguiu-se uma presença breve no núcleo local, onde homenageou o falecido presidente José Henrique e o antigo atleta bejense Fernando Mamede. Os Cantores do Desassossego, com uma nova moda, que fala de “um dia tão bonito” em que “ninguém queria acreditar”, não desassossegaram a comitiva, porque Bruno Carvalho não mudou a expressão facial. Ou não gostou do “tom dela” ou não aprecia modas alentejanas, uma espécie de hino “nacional” desta região.
Bruno de Carvalho elegeu outro sentimento para expressar o que lhe ia na alma – a solidão, e lembrou: “Muitas vezes o exercício de uma liderança é um exercício de solidão. Uma solidão que pode ser num momento menos mau, num momento pior ou nos bons momentos, e ontem [dia do empate na Madeira] foi um daqueles momentos em que, de facto, senti essa necessidade de solidão”. Depois afirmou: “A maior homenagem que vos podia prestar é que, depois de uma noite em que, de facto, senti aquele momento de solidão que é fundamental nestas ocasiões, vocês preencheram totalmente aquilo que era a minha alma e o meu coração”.
O líder leonino enalteceu uma tão elevada presença de adeptos, o que qualificou como uma “enorme manifestação de sportinguismo que me enche de orgulho, que me alimenta a honra e o privilégio que sinto em ser presidente do Sporting Clube de Portugal”. Mas não esqueceu o empate que a equipa trouxe da Madeira. “É nestes dias, depois de um resultado como o de ontem, que vemos a grandeza do nosso Sporting, com mais de 400 pessoas nesta sala”. E reconheceu: “Vivemos dias que não são fáceis, não existe outra forma de o dizer, e nem vale a pena procurar eufemismos ou dourar a pílula para definir aquilo que está a acontecer. O Sporting Clube de Portugal, no que ao futebol respeita, está com um arranque de temporada que não é aquele que todos nós imaginávamos”, mas reafirmou a ideia de que “continuo convicto de que vamos ser bem-sucedidos e, por isso, que fique claro que não há plano B, C ou D, o único plano que existe é o plano A, sermos campeões nacionais de futebol”. E insistiu: “Não quero ser campeão de longe em longe. Quero e queremos todos ganhar sempre, é esse o nosso ADN, é essa a nossa matriz”.
Bruno de Carvalho fez questão de lembrar ainda: “No início desta viagem que começámos juntos há quase três anos e meio assumi com a minha equipa o compromisso de que devolveria o Sporting ao lugar que é seu por direito próprio, o de maior potência desportiva e o desejo de que voltássemos a ser os crónicos campeões do desporto português, em geral, e no futebol em particular”. Contudo, recordou: “É verdade que estamos hoje a sete pontos da liderança do campeonato, mas no passado já experimentámos situação semelhante”. E deixou uma mensagem de confiança: “Significa isso que deixei de acreditar no objetivo que traçámos? Significa que os sportinguistas deixaram de acreditar nos objetivos que traçámos? Esta sala é a demonstração de que, de maneira nenhuma, isso acontecerá. Os sportinguistas sabem que sou um homem determinado, convicto e que jamais deixarei de lutar por aquilo em que acredito”. E sublinhou depois as palavras que fazem parte do lema do Sporting: “Com o nosso esforço, dedicação e devoção conseguiremos alcançar a glória e faremos tudo por tudo para sermos campeões. E que não reste qualquer dúvida sobre isto”, concluiu.
Antes, já o presidente do Núcleo Sportinguista de Beja, Manuel Covas Lima, agradecera a presença do líder leonino neste almoço de comemoração antecipado dos 25 anos (oficialmente ocorrem a 23 de novembro), referindo que uma presença tão elevada de adeptos “é uma prova de vitalidade, da união e da força do Sporting Clube de Portugal”.
Fonte: http://da.ambaal.pt
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