Texto Firmino Paixão
Mercê de um bom arranque de temporada, a equipa treinada por João Margalha divide o quarto lugar da tabela com o Farense e o Ginásio Olhanense, a dois pontos dos “Tubarões” de Quarteira, atuais líderes do Grupo Sul B. Uma equipa renovada, mais equilibrada que em épocas anteriores e com boas performances nos jogos já realizados, corporiza este projeto do basquetebol bejense, com a novidade de, pela primeira vez no seu historial, o Beja Basket Clube competir em todos os escalões etários masculinos e femininos.
João Margalha explicou assim este prometedor início de campeonato: “Três jogos, duas vitórias e uma derrota por números tangenciais e na casa do primeiro classificado. Se tivéssemos ganho lá, podíamos perfeitamente estar neste momento no primeiro lugar”. E revelou: “A equipa é totalmente nova, temos um conjunto de jogadores novos, com muita vontade, com enorme capacidade e a trabalhar muito bem, e quando é assim, os resultados aparecem”. O jogo com o Ferragudo assinalou a estreia do Beja Basket Clube perante o seu público e logo com uma estrondosa vitória (91-45) que João Margalha comentou desta forma: “É sempre bom ganhar por 50 pontos, não se ganha todos os dias por esta margem, nem sequer se fazem 90 pontos assim com tanta frequência. Acho que há uns anos que não fazíamos 90 pontos com equipa nenhuma, foi uma boa estreia no nosso reduto, e isso também traz as assistências para o pavilhão”.
Mas, sublinhou o treinador e presidente do Beja Basket Clube, isto “traduz também um bocado a evolução do próprio clube que, de há dois anos para cá, está num processo de crescimento muito elevado. O número de atletas federados está quase que a duplicar todos os anos, estamos, neste momento, com oito equipas em atividade, com todos os escalões de formação masculinos e femininos, o que acontece pela primeira vez na história da modalidade na cidade de Beja, e isso depois traduz-se naturalmente nos seniores, que é o fim da linha e o escalão que acaba por ser a imagem do clube”.
Os resultados indiciam uma equipa com muita qualidade, apesar da sua maioritária juventude. “A equipa é realmente muito nova, mas tem muita qualidade, o jogador angolano que aqui esteve hoje tem 19 anos, o mais velho é o chinês Gao Xi, que tem 27 anos. De resto, estão todos entre os 19 e os 26 anos, depois temos o Luís Caramba, que é uma referência na nossa equipa, tem um conhecimento muito profundo do basquetebol. Infelizmente, não pôde estar connosco neste jogo, por motivos pessoais, mas continuará connosco no resto do campeonato”. Uma equipa que se municia, naturalmente, no campus universitário de Beja: “Claro, o campus universitário é que realmente municia a nossa equipa, convidamos as pessoas para nos virem representar e complementamos isso com alguns jogadores locais. Estes, às vezes, são mais difíceis de recrutar, porque saem muitos quando entram na universidade, mas isso é um problema comum a outras modalidades, ouço-os queixar-se desse problema, todos sofremos um bocado com isso. Portanto, tendo aqui à mão o instituto politécnico, fazemos um trabalho de recrutamento desses atletas”. Quanto às metas para a presente temporada, João Margalha foi realista: “Gostaria de tentar que o clube fosse às eliminatórias para a segunda fase, não falo em subida de divisão porque será muito difícil, mas chegar às eliminatórias talvez, isso representa ficarmos entre o quarto e o quinto lugares, vamos ver se será possível porque são nove equipas”.
O próximo compromisso leva a equipa até Santo André. Para ganhar e cumprir a tradição? “Vamos ver, a tradição diz isso, mas eles também municiam muito bem a sua equipa, vão buscar muitos jogadores fora, estão ali perto de Setúbal e todos os anos conseguem reforçar a equipa, é sempre difícil ganhar em Santo André”. Oito equipas em atividade exigem espaços e condições de trabalho, mas João Margalha não se lamenta: “Trabalhamos em vários pavilhões, treinamos na Escola Mário Beirão, treinamos na Escola de Santiago Maior, temos algumas horas no pavilhão do instituto politécnico e mais algumas no pavilhão municipal. São 140 atletas, é muita gente, mas temos levado isto a bom porto e este ano até estamos com um elevado número de treinadores, temos 10 em estágio e estamos a trabalhar com 12 ou 13, portanto, vamos ver se aguentamos este crescimento”.
Em jeito de remate (neste caso um cesto bem conseguido) a constatação de que o público vai aparecendo no pavilhão. “Penso que as pessoas gostam de basquetebol, portanto, isso é um bom sinal, porque vamos ganhando públicos novos, o que nos entusiasma a prosseguir com este projeto”, concluiu João Margalha.
Fonte: http://da.ambaal.pt
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