A AVAL Associação de Voleibol do Alentejo e Algarve, com sede em
Castro Verde, vai implementar nestas duas regiões ao longo de 2017 o
projecto "Voleibol de todos para todos".
Trata-se de uma iniciativa de cariz social, através da prática de
voleibol sentado, que visa a inclusão de pessoas com deficiência e que
acaba de ser contemplado com um apoio financeiro de cerca de 24 mil
euros no âmbito do Prémio BPI Capacitar 2016. Mas na prática, de que
estamos a falar?
"A nossa preocupação é dinamizar um verdeiro trabalho de inclusão social
pelo desporto. Nesse sentido, a AVAL vai apetrechar as cercis do
Alentejo e do Algarve, formar os técnicos dessas instituições de apoio à
deficiência e criar encontros e campeonatos para a inclusão social.
Para que nos campeonatos da Federação Portuguesa de Voleibol (FPV) haja
um momento para a inclusão social. Basicamente, queremos criar um
voleibol de todos e para todos", explica ao "CA" António Espírito Santo,
actual dirigente da FPV e "mentor" deste projecto quando ainda liderava
a AVAL.
De acordo com este responsável, o projecto "está a dar os seus primeiros
passos" e já conta com parcerias com a Cercibeja e a Cercicoa
(Almodôvar). Mas a ideia é ir mais além e servir de exemplo em todo o
país
e para várias modalidades.
"Seremos nós a fazer a 'mancha de saída', para demonstrar que é possível
estarmos todos no chão a jogar voleibol, mesmo que estejamos numa
cadeira de rodas. Porque continuo a acreditar que o desporto é a maior
arma contra a exclusão social. E temos de a aproveitar", afirma António
Espírito Santo, esperando que a partir desta iniciativa da AVAL seja
possível olhar para o desporto "de outra forma".
"Ou seja, que não se olhe apenas pela parte competitiva, do ganhar ou
perder, mas ter também esta componente de sorrir, de viver, de sermos
mais felizes através do desporto, sejamos ou não portadores de
deficiência", reforça.
Com o apoio do BPI o projecto da AVAL será implementado em diversas
instituições deficiência de todo o Alentejo e Algarve. Só depois
começarão a realizar-se os encontros/campeonatos de voleibol sentado,
ainda que Castro Verde já tenha recebido em Março um primeiro encontro,
ainda experimental, que juntou utentes os da Cercibeja e da Cercicoa a
crianças das escolas locais.
"Foi um encontro muito simpático e feliz, porque todos estiveram a
participar e a jogar voleibol sentado. Isso demonstra que esta é de
facto uma forma de inclusão social", conclui António Espírito Santo.
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