quinta-feira, 22 de dezembro de 2016
Um desafio positivo
O arquiteto Rui Mateus, presidente da Associação de Patinagem do Alentejo empossado há cerca de 30 dias, vinculou-se a um programa de 12 medidas à cabeça das quais a revisão estatutária que permitirá a renomeação desta estrutura para Associação de Patinagem do Sul.
Texto e foto Firmino Paixão
Antigo praticante de hóquei em patins, o portimonense Rui Manuel Mateus elencou um audacioso conjunto de medidas que marcarão o seu mandato de quatro anos à frente da ainda Associação de Patinagem do Alentejo, que agrega também os clubes do Algarve. A modernização administrativa, a comunicação e relações públicas, o desenvolvimento desportivo da patinagem, nomeadamente através do incremento da disciplina de velocidade, e a atualização e adaptação de novas estruturas e estatutos, são alguns dos itens elencados na base programática do dirigente eleito em 7 de novembro último e que aqui destaca a paixão que nutre pela modalidade.
As linhas programáticas para este mandato revelam muita ambição?Antes da ambição há uma coisa muito importante que é a paixão, ou seja, eu sou um antigo praticante de patinagem, ou melhor, um antigo praticante de hóquei e sei que este desporto se vive com muita paixão e é esse sentimento que eu quero colocar e transmitir a todos os que estão comigo e a todos aqueles a quem eu puder efetivamente fazer isso. Repare nas duas coisas que nós estamos a falar, que são importantes, senão as maiores. Se eu tivesse que eleger duas grandes bandeiras para aquilo que quero, e vou empenhar-me para conseguir já neste mandato, a primeira seria o aumento do número de praticantes, através da ligação com as escolas.
Será essa a fonte de recrutamento privilegiada?Os miúdos, os rapazes e raparigas, que vão poder praticar patinagem, estão na escola, eles não vão gostar da patinagem se nós não formos capazes de lhes ir ensinar o que é a patinagem. Portanto, esta ligação com a escola é fundamental e, por isso, é apenas ter a constatação de que o universo já está estabelecido, o local onde estão os nossos potenciais atletas também está encontrado, isto sem desprimor dos que já são atletas. Mas estes já sentiram a paixão e o gosto de patinar, então é necessário transmitir isso a mais jovens. Vejo isto um bocadinho como quem vê uma competição, como quem vê uma concorrência entre outros desportos, atrativos, bonitos; temos o futebol, o atletismo, todos estes grandes desportos, especialmente aqueles que são olímpicos, de grande dimensão e de massas. E a patinagem, que já foi em Portugal um desporto de massas, pouco a pouco foi perdendo esse espaço e eu acho que só o conseguimos recuperar se todos fizermos este esforço de ensinarmos a patinar mais miúdos. Essa é a grande bandeira. É uma ambição? Pode ser. Mas eu quero que seja uma ambição com muita paixão.
A associação tem um âmbito territorial enorme. O Alentejo e o Algarve, juntos, perfazem mais do que um terço do território nacional…E essa é a segunda grande bandeira. A Associação de Patinagem do Alentejo, pela sua abrangência territorial, é a maior, não há nenhuma outra associação de patinagem com tão grande abrangência em termos territoriais. Temos clubes que estão distantes 300 e muitos quilómetros, o Roller, em Lagos, e o Estremoz, lá em cima, quase ao pé de Espanha. Portanto, este fator, que poderia ser uma diferença e um problema, nós queremos transformá-lo num desafio positivo que é, efetivamente, esta maior abrangência que pode permitir que sejamos mais fortes e que tenhamos mais competição. A grande questão é sermos capazes de deixar de ser só a Associação do Alentejo e passarmos a ser uma associação de todo o sul.
A dinamização da patinagem de velocidade é outro desafio?Esse é outro desafio. A patinagem de velocidade é uma disciplina que está muito forte na nossa associação, infelizmente não teve ainda condições para despoletar e ter um bom desenvolvimento na nossa região. Vamos chamar-lhe uma grande região sul, mas pensamos que com os elementos que vão colaborar connosco e que estão envolvidos nesta nova direção da associação, vamos conseguir pôr em prática uma forte componente da patinagem de velocidade, uma disciplina que também já teve bastante expressão em cidades alentejanas e que também pretendemos recuperar.
O presidente vive em Lagos, os restantes dirigentes estão dispersos e a sede da associação é em Beja. Um puzzle difícil de reunir?Esse é talvez o maior desafio. Realmente eu sou apologista de que hoje, com as novas tecnologias, as distâncias têm uma tendência a ser melhor ultrapassadas, mas não deixam de ser distâncias, portanto, isso é uma preocupação que temos. Mas temos que fazê-lo, porque é essa a expressão geográfica, essa é a natureza da nossa região e foi importante também termos pessoas de vários locais para podermos, efetivamente, vamos chamar-lhe assim, podermos pôr todos a bordo e navegarmos com mais força.
Fonte: http://da.ambaal.pt/
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