quinta-feira, 2 de março de 2017
Carlos Barbero fez história
Carlos Barbero, ciclista da Movistar Team, líder das equipas do World Tour, quebrou a tradição da Volta ao Alentejo em Bicicleta, triunfando na última edição desta prova, feito que já tinha conseguido em 2014.
Texto e fotos Firmino Paixão
O sprinter espanhol Carlos Barbero, 25 anos, natural de Burgos (Espanha), ciclista que nesta época se estreou com a camisola da Movistar Team, fez história na Volta ao Alentejo em Bicicleta, tornando-se o primeiro corredor a vencer a “Alentejana” por duas vezes. Barbero quebrou uma tradição que persistiu durante 34 edições, uma particularidade, em provas etapas, que era exclusiva mundial da Volta ao Alentejo.
O ciclista da Movistar Team começou a esboçar este triunfo logo na etapa inaugural da prova, em castelo de Vide, com um terceiro lugar na geral. O italiano Rinaldo Nocentini foi o vencedor, mas a ameaça de Barbero ficou latente. E ao segundo dia de esboço passou a desenho, Barbero foi segundo em Portel e pintou a sua silhueta de amarelo, a cor da liderança na geral individual, um tom de que não mais abdicou, resistindo a todos os ataques e tomando a iniciativa de, ele próprio, atacar e, progressivamente, aumentar uma vantagem inicial de três segundos, para os 16 com que chegou à meta final, riscada no empedrado na praça do Giraldo, “sala de visitas” da cidade Património Mundial.
“Quebrar esta tradição era algo que eu queria muito, era muito importante para mim”, disse Carlos Barbero no final da etapa, enquanto cumprimentou, um a um, todos os colegas de equipa, e afirmou: “Sem o esforço e sem a ajuda dos meus companheiros não teria sido possível, foram fantásticos ao longo da corrida”. Não venceu nenhuma das cinco etapas, mas bem tentou, por isso, a sua regularidade nos finais da etapa (dois segundos, dois terceiros e um quinto lugar) conferiu-lhe também a conquista da classificação por pontos (camisola preta). O troféu da montanha tinha sido, virtualmente, entregue na tirada inaugural ao colombiano Aldemar Ortega (Manzana) que conservou a camisola castanha até à meta eborense, enquanto o prémio da juventude (camisola branca) foi destinado ao holandês Jasper de Laat (Metec), que fechou o pódio atrás do italiano Nocentini. O melhor ciclista português, Edgar Pinto (LA Metalusa) classificou-se no 7.º lugar, a 31’’ do vencedor. A vitória por equipas coube aos norte-americanos na Axeon Hagens Berman, seguidos da colombiana Manzana e do Sporting/Tavira, a melhor formação nacional.
No rescaldo desta edição da “Alentejana” Joaquim Gomes, diretor de organização, afirmou: “Foi uma edição cheia de sucesso, a que se juntou a particularidade de, finalmente, a praça do Giraldo nos ter dado uma trégua neste fantástico final de etapa, sem chuva, porque tem um piso empedrado e, embora estejamos preparados para enfrentar qualquer percurso, era razoável desejar que este sui generis final na praça do Giraldo pudesse ocorrer num dia que hoje, finalmente, acabámos por ter e que nos proporcionou fechar esta edição da volta com chave de ouro”.
Quanto à justiça do triunfo de Carlos Barbero, Gomes disse: “Claro que foi justo, é um corredor que sabíamos que, mercê das bonificações que ia conquistando nos finais da etapa, aliás, ele encarregou-se mesmo, para ter alguma margem de segurança, de lutar pelas bonificações até nas metas volantes, e acabou por ser um grande vencedor da ‘Alentejana’”. E destacou: “Como se imagina, ele representa aquela que é a líder das equipas do World Tour, e ter Movistar a ganhar a Volta ao Alentejo, como aconteceu no passado com a Banesto, por via de Miguel Indurain, arrasta notoriedade para a prova e isso acaba por se inserir perfeitamente na estratégia de aumento de notoriedade para o futuro”.
E o futuro será a 36.ª edição em 2018. O que será então possível acrescentar à prova para lhe dar ainda mais qualidade, mais competitividade, mais emoção e mais espetáculo? “Podemos, eventualmente, apostar numa etapa de contrarrelógio, mas precisarei de me socorrer de outros argumentos, porque o que tem norteado as nossas escolhas tem passado muito por uma excelente parceria com as comunidades intermunicipais, e isso exige, em termos técnicos, que o percurso possa criar a maior mancha possível nas quatro sub-regiões do Alentejo, como aconteceu neste ano, com cerca de 35 municípios envolvidos. Mas temos um conjunto de possibilidades e o Alentejo, com certeza, tem argumentos para corresponder aos desafios que se colocarão no futuro”, concluiu.
Vencedores de etapas:1.ª Etapa - Portalegre/castelo Vide: Rinaldo Nocentini (Sporting/Tavira)
2.ª Etapa - Monforte/Portel: Jacob Ariensen (Metec)
3.ª Etapa - Mourão/Mértola: Juan Benavides (Manzana)
4.ª Etapa - Odemira/Alcácer do Sal: Logan Owen (Axeon Hagens)
5.ª Etapa - Ferreira do Alentejo/Évora: Juan Benavides (Manzana)
Geral individual:1.º Carlos Barbero (Movistar), 20.28.04 horas (média 41,223 km/hora). 2.º Rinaldo Nocentini (Sporting Tavira) a 16’’.3.º Jasper de Laat (Metec), a 25. 4.º Krister Hagen (Team Coop), a 28. 5.º Edward Dunbar (Axeon) a 29.
Fonte: http://da.ambaal.pt
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