sexta-feira, 5 de maio de 2017
O cavalo em destaque na Ovibeja
A importância do cavalo na vida do homem remonta à antiguidade, logo que entendida a utilidade que o animal teria no seu dia a dia. Um sentimento reforçado pelo domínio árabe na Península Ibérica, um povo que adorava os equinos e que aperfeiçoou as raças.
Texto e foto Firmino Paixão
Não admira que as atividades equestres que anualmente sobem ao programa da Ovibeja tenham uma especial participação de público. A 34.ª Feira do Alentejo teve um variado programa desportivo, com o cavalo como figura central. Equitação para todos, dressage (ensino), equitação de trabalho (ensino maleabilidade e velocidade), saltos de obstáculos e maratona de atrelagem. E se mais não houve, nomeadamente o horseball, foi porque o tempo não o permitiu, ou melhor, as previsões pessimistas dos meteorologistas que anunciaram chuva forte para a região, o que deixou as equipas apeadas de um evento onde cabe “todo o Alentejo deste mundo”.
Rui Rosado, responsável pela empresa Equievents Prime Sports, com sede em Sobreda da Caparica, foi o rosto de todos os eventos desportivos que decorreram nesta edição de 2017 da Ovibeja, que o reguenguense fez questão de qualificar como “uma feira do mundo”: “É uma referência nacional e internacional e esperamos que ela se mantenha por muitos mais anos”, disse. Por isso, continuou, “faz todo o sentido que integre estas provas desportivas, porque os cavalos fazem parte do campo, da lavoura, fazem parte da nossa cultura, todos os criadores de ovinos e bovinos estão ligados aos cavalos e muitas pessoas já aqui vêm exatamente para ver os cavalos, para disfrutarem destas modalidades equestres”.
O cavalo é, assumidamente, um parceiro essencial ao ser humano, e se mais razões não existissem sustentemo-nos na atividade de abertura do certame, um momento de “equitação para todos”, especialmente dirigido aos utentes do Centro de Paralisia Cerebral de Beja, para quem, está comprovado, é uma excelente terapia. “Existem grandes estudos sobre essa questão, têm existido grandes evoluções de portadores dessa deficiência através da equitação, em que se socializam mais com as pessoas e eles próprios interiorizam esse sentimento”, confirmou Rui Rosado.
Outro momento em cartaz foi a dressage, que Rosado explicou como sendo “uma prova de ensino que tomou esse nome após a internacionalização, foi uma prova pontuável para o Campeonato Regional do Alentejo, digamos que foi uma pré-seleção para outras provas nacionais e internacionais”. Já na equitação de trabalho, uma modalidade em que Portugal tem ótimos resultados, “somos campeões do mundo e campeões da Europa, temo-lo sido várias vezes consecutivas”, explicou, adiantando: “Tivemos mais de 20 conjuntos, nas três vertentes, é o número ideal até em termos de ajuizamento, foi muito bom e as provas correram muito bem”.
O Concurso Nacional de Saltos, por sua vez, teve um número de concorrentes aquém das expectativas e o Open de Horseball não baixou ao “picadeiro D. Diogo Passanha Braamcamp Sobral”, contrariedade que Rosado explicou: “Os concorrentes viram uma previsão de chuva intensa nestes dias para o Baixo Alentejo e fazer competição desta natureza à chuva é mau, é perigoso, porque os pisos ficam escorregadios e os cavalos podem cair, então, as pessoas assustaram-se com as previsões meteorológicas de muita água para a região de Beja”. E lamentou: “Isso prejudicou-nos um bocadinho no cumprimento do programa e na participação de mais concorrentes. O horseball, por exemplo, que é uma disciplina com grande adrenalina e onde as montadas correm muito, seria perigosíssimo praticá-lo com chuva, mas é um desporto muito contagiante, que as pessoas adoram ver”.
O programa fechou com a maratona de atrelagem, outra das modalidades que aqui esteve em competição, “uma prova em que as equipas têm que passar pelo meio dos obstáculos sem lhes tocar e no menor tempo possível”. E o balanço, à parte as referidas contrariedades, foi positivo, garantiu o organizador, reconhecendo que nesta região “as pessoas estão a interagir muito bem com as atividades equestres que integram o programa quer da Ovibeja, quer da RuralBeja, algo que é importante para a região, para a economia e para os criadores e em termos de espetáculo também”.
Fonte: http://da.ambaal.pt/
Sem comentários:
Enviar um comentário