sábado, 1 de julho de 2017
Mara Guerreiro é uma talentosa futebolista que não esconde a ambição
“O futebol é a minha vocação e jogar na seleção do meu país é um dos meus sonhos”, confessou Mara Guerreiro, de 13 anos, uma talentosa jogadora da equipa de infantis do Clube Desportivo de Beja. O seu treinador não tem dúvidas de que “esta menina terá futuro na modalidade”.
Texto e foto Firmino Paixão
Mara Guerreiro nasceu em Beja há 13 anos, frequenta o 7.º ano na Escola Básica 2,3 Mário Beirão. Cresceu num ambiente propício a que nela despertasse o gosto pelo futebol. O pai, Hugo Guerreiro, um dos seus ídolos, carismático capitão do Desportivo de Beja, jogou futebol cerca de 25 anos, tendo representado outros clubes como a Zona Azul, o Sporting de Cuba, o castrense, o Atlético de Reguengos e o Despertar, emblema onde encerrou a carreira. Não admira, então, que tenha sido esse o primeiro clube a acolher a ainda muito jovem e já promissora atleta. “Tinha seis anos quando comecei a jogar à bola com o meu irmão, depois a minha mãe levou-me para o Despertar. Entretanto o Desportivo de Beja fez uma equipa de futsal que era suposto ser masculina, mas ficou mista, e eu fui para lá, no entanto, como não existia competição, mantive-me no Desportivo mas na área do futebol, porque também era permitido fazer equipas mistas”. Mara tem consciência do seu talento e da forma como a sua competência futebolística sobressai entre os colegas de equipa, por isso, confessa que outro dos sonhos é conseguir licenciar-se em Desporto, “naturalmente, na área do futebol, mas mantendo a atividade de jogadora e, no futuro, poder jogar na seleção do meu país. Quem sabe, ainda sou muito jovem, mas tenho de acreditar que um dia esse sonho se possa concretizar”. A jovem bejense reconhece que este seu gosto pelo futebol “foi algo que aconteceu de uma forma natural. Sempre gostei de jogar à bola com o meu pai e com o meu irmão (Pedro Guerreiro, juvenil do Sporting de Cuba), e ganhei gosto pela modalidade. Ter crescido num ambiente de futebol, com um pai que foi durante muito tempo um grande futebolista, e o irmão mais velho também jogador, foi algo que me inspirou e que me fez gostar de futebol”, por isso, tem no pai o seu ídolo principal, mas há outro. Cristiano Ronaldo, perguntámos? “Não, o Neymar Júnior, jogador do Barcelona”, surpreendeu-nos Mara. Aprecia o Despertar, mas o Clube Desportivo de Beja, clube que há mais tempo representa, é o emblema da sua paixão e aquele que lhe deu projeção para ser chamada às seleções sub/13 e sub/16, quer de futebol, quer de futsal: “Foram bons momentos, guardo boas recordações desses jogos em que participei representando o meu distrito”, confessa. De resto, apoio não lhe falta. Os pais e o irmão “apoiam-me em tudo o que for preciso, vão ver os meus jogos, motivam-me muito, e o meu pai, principalmente, com a experiência que tem de tantos anos de futebolista, alerta-me quando faço alguma coisa menos bem, é sempre o primeiro a deixar uma crítica, naturalmente construtiva e na perspetiva de que eu evolua melhor. É como se tivesse um treinador no campo e outro em casa”. Mas virá o tempo em que a atleta deixará de poder competir em equipas mistas, por isso, já olha para o futuro: “Quando chegar a essa altura, se a equipa feminina do castrense ainda estiver em atividade, poderá ser uma oportunidade para prolongar a minha carreira desportiva. Não sei como será o futuro, mas quero muito continuar a jogar futebol”. Não surpreende, por isso, que Nélson Teixeira, seu atual treinador, afirme que “a Mara gosta tanto de futsal como de futebol, ela quer é jogar à bola. É daquelas meninas que desde muito pequenina deu a perceber que tinha talento para o futebol. Lembro-me dela, talvez com os seus seis anitos, com uma bola debaixo do braço a acompanhar irmão. Hoje é uma jogadora com muita qualidade”. No entanto, deixou um alerta: “Haverá uma altura em que a Mara terá de fazer uma opção, porque, este ano, teve um desgaste brutal com a sua presença em seleções de futsal e de futebol feminino e a própria atleta ressentiu-se desse esforço, teve lesões e esteve algum tempo parada”, portanto, preconizou o técnico, “está na altura de se começar a pensar, não no imediato, mas naquilo que ela poderá realmente fazer daqui para a frente. Claro que, se lhe perguntarem, ela quer sempre estar em todas, mas, na minha opinião, a Mara tem de trabalhar numa perspetiva de futuro, porque, se Deus quiser, vai ter um grande futuro na modalidade”, concluiu Nélson Teixeira, treinador deste talento à flor da relva que é Mara Guerreiro.
Fonte: http://da.ambaal.pt/n
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