Houve Taça em Moura. O Gil Vicente foi eliminado da prova. Numa espécie de réplica da histórica luta entre israelitas e filisteus, Davi venceu Golias. A pedrada letal saiu da “funda” de Drogba Camará, autor do golo que deu a vitória ao “exército” alentejano, comandado por Rui Maside.
Texto e fotos Firmino Paixão
E esta foi a primeira grande novidade. O comando técnico do Moura entregue a Rui Maside, que no início da semana rendera Tiago Raposo, dispensado face à ausência de resultados positivos no Campeonato de Portugal. O técnico angolano, de 54 anos, antigo jogador do Braga, Vitória de Setúbal e Sporting, entre outros, treinou na época passada os Armacenenses e teve uma estreia triunfal em Moura, eliminando uma equipa da 2.ª liga profissional, colocando os mourenses na 3.ª eliminatória.
Quanto ao jogo em si, e à leitura que ficará para memória futura, dir-se-á que a equipa de Barcelos apresentou uma segunda linha que não foi capaz de confirmar o seu favoritismo. O Moura encarou o adversário com respeito e fez uma primeira parte de grande nível, período em que Drogba apontou o golo da vitória. O segundo tempo foi de domínio dos gilistas, com o Moura a defender com eficácia e o guardião Igor a brilhar entre os postes. Perto do apito final, o argelino Hanifi falhou o que podia ter sido o segundo golo do Moura, que seria castigo excessivo para os barcelenses. Triunfo justo da equipa que mais se empenhou em vencer a eliminatória. Drogba Camará, pelo golo que marcou, e Igor Landim, pelo punhado de grandes defesas, foram os heróis de uma partida onde se viu um Moura mais empenhado e acutilante.
No final da partida, o treinador local, Rui Maside, confessou: “Numa semana não se muda muita coisa, trabalhámos alguns processos defensivos e posicionamentos, mas estes jogadores e a cidade de Moura estão de parabéns”. E acrescentou: “Eu não vim fazer milagres, isto acontece porque eles têm qualidade”. Quanto à sua estreia vitoriosa, revelou: “É sempre bom entrar num clube a ganhar, ainda mais contra uma equipa da segunda liga, mas isto aconteceu porque os jogadores tiveram uma boa postura e muita entrega”. Olhando o próximo adversário, disse ainda: “Deus queira que seja um jogo, novamente, no nosso campo. Mas faremos tudo para ultrapassarmos mais esse obstáculo, seja qual for o adversário que nos couber em sorte”.
Jorge Casquilha, treinador do Gil Vicente, começou por pedir desculpa aos sócios e adeptos do clube minhoto, pelo que considerou ter sido a falta de empenho de alguns jogadores da equipa. Na abordagem à partida, comentou: “Jogámos contra uma equipa que deu a vida pelo jogo, nós não demos e acabámos por ter um dissabor que não estava nos nossos planos”. E concluiu: “O grande problema deste jogo não foi o que o Moura fez, mas o que nós não fizemos, e eu fico mais triste pelo comportamento da maior parte dos atletas que não aproveitaram esta oportunidade e passaram ao lado do jogo, por isso, felicito o Moura, porque se bateu bem, foi uma equipa fantástica, humilde e trabalhou até à exaustão, o que nós não fizemos”.
O sorteio da próxima eliminatória, já com as equipas da 1.ª liga, realizou-se na tarde de ontem. Quanto ao Vasco da Gama de Vidigueira, teve uma deslocação frutuosa a Bragança, venceu por 3-2 no terreno do Vimioso e prossegue na prova, contrariamente ao Almodôvar, derrotado por 1-0 nos Açores, fechando assim a sua participação na prova, onde permanece igualmente o Lusitano de Évora.
O Campeonato de Portugal regressa no domingo, às 15 horas, com o castrense no terreno do Sporting Ideal (Açores) e o Moura, de novo a jogar em casa, com a formação do Louletano.
Fonte: http://da.ambaal.pt
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