“Quando comprei uma moto a sério existiu um primeiro pensamento virado apenas para o lazer, para disfrutar apenas do prazer de andar de moto, mas as coisas evoluíram, o caminho tornou-se mais fácil e, num segundo momento, percebi que a possibilidade de competir estava ali muito perto”, revelou o motociclista Jaime Coelho, natural de Pias, que tripula uma Suzuki 600.
Texto e foto Firmino Paixão
O jovem disputa as corridas da Copa Dunlop Motoval, um circuito de provas que se vão repartindo pelos autódromos de Portimão e Estoril, e reforça a ideia de que o faz com uma enorme paixão: “A minha paixão pelas motos estará sempre à frente de tudo. A paixão é fundamental, as qualidades vão aparecendo com a intensidade dos treinos, é uma rotina que se cria”. E assegura: “Temos que andar cada vez mais rápido, sempre com o intuito de melhorar, com o pensamento de na próxima volta fazer melhor do que na anterior, saindo bem das curvas para ganhar tempo na totalidade da volta, sempre com a intenção de melhorar os registos anteriores”.
Jaime Coelho apresenta-se como “um jovem de Pias, com 30 anos, apaixonado pelas motos já há bastante tempo”: “Comecei a gostar de motos há muitos anos, nem sei como nem porquê, porque mais ninguém na família gostava de motos e de repente nasceu em mim esta paixão”.
O interesse pela modalidade surgiu quando comprou a sua primeira moto a sério. Nessa altura “juntei-me a uns amigos e fomos experimentar andar na pista, através das promoções do Action Team, o clube dos leitores da revista ‘Motociclismo’. Temos bastante facilidade aqui à nossa volta, temos três autódromos, dois em Portugal, Portimão e Estoril, e outro em Jerez de la Fonteira, em Espanha”.
No início, a moto era apenas uma ferramenta facilitadora de um fim de semana diferente para disfrutar entre amigos, contudo “no ano passado surgiu a oportunidade de competir. Os organizadores dos ‘Track Days’ (dias de pista), juntamente com a Federação Portuguesa de Ciclismo, puseram de pé esta copa, uma competição com um preço de inscrição mais acessível, dirigida a amantes da velocidade que estavam a iniciar-se na vertente competitiva, os chamados rookies (estreantes). Esse foi o momento chave”, sublinha o piloto. “O percurso foi bastante facilitado e como o sonho estava lá, partimos para a aventura. Os resultados hão de aparecer, porque o primeiro ano é sempre um tempo de aprendizagem, sendo certo que aprendemos muito e melhorámos bastante os nossos tempos”, acrescenta.
Quando se falou de apoios, Jaime Coelho foi perentório: “A minha mulher é o meu pilar, é o meu apoio imprescindível na pista, trata de todas as burocracias, para que eu esteja, apenas, focado no essencial de cada corrida. Não tenho um grande grupo de colaboradores atrás de mim, tenho algumas pessoas que me ajudam”, mas não esqueceu também outros apoios: “Principalmente na empresa da família, onde tenho facilidades mecânicas para a manutenção da moto antes das corridas”. Depois, outro fator essencial: “Tenho um pai que me apoia a 100 por cento nesta atividade, se não fosse ele tudo isto seria impossível, mas outros patrocinadores serão, naturalmente, bem-vindos”. Jaime Coelho trabalha numa empresa familiar ligada ao ramo dos combustíveis, pneumáticos e mecânica geral.
Com alguns troféus já na vitrina, explica que a Copa Dunlop Motoval é um conjunto de seis provas: “Já disputámos quatro, as próximas serão no Autódromo do Estoril, nos próximos dias 14 e 15 e nos dias 28 e 29 deste mês. É um circuito com 25 pilotos, em duas categorias, uma até aos 850 cc 3, outra para motos a partir daquela cilindrada”.
O jovem pinense é incondicional admirador do campeoníssimo italiano Valentino Rossi, que considera a sua grande inspiração: “É o senhor das motos e das pistas, não há outro como aquele”. O piloto alentejano desvaloriza os riscos associados à modalidade: “É muito mais arriscado tentar fazer o que eu faço numa estrada, pondo em perigo tudo o que estiver em redor. Isso é muito mais perigoso”.
A Suzuki 600 em que acelera nas pistas, acima dos duzentos e tal quilómetros por hora, nem foi a sua primeira moto, como explicou: “Comprei primeiro uma Ducati, já há uns anos, costuma dizer-se que é a Ferrari das motos, essa foi a moto de estreia. A Suzuki foi uma oportunidade de negócio que apareceu ao mesmo tempo que surgiu esta copa que estou a disputar. É uma moto diferente, mais versátil, maneja-se melhor, não é tão dura como a Ducati”.
Jaime Coelho tem em mente atingir o estatuto de piloto do campeonato nacional de velocidade, uma ambição legítima de um jovem apaixonado pelas motos, mas, se a paixão não for suficiente, surgirá um dia, por certo, o talento que se esconde atrás dessa paixão, sentimento que associa à adrenalina da alta velocidade.
Fonte: http://da.ambaal.pt
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