Numa incursão pelos bairros da periferia de Beja, rumo à estrada, percorro os escassos quatro quilómetros que o separam da cidade, faço um justificado stop e centralizo literalmente arraiais no Penedo Gordo. Historicamente recorro a censos de 2011 e os dados recolhidos dizem que o aglomerado possuía, nesse tempo, 1 167 habitantes. Pesquisando os seus primórdios desportivos, sabe-se que naquele aglomerado populacional os jovens erigiram outrora desalinhados campos térreos, sem condições, sendo que a necessidade em pontapear uma bola extravasou emoções e pausadamente lá foram desbravando pressupostas intempéries que resvalaram, mais tarde, para a competição. Em finais da década de 1970, e princípios de 1980, a comunidade desportiva local pegou num alforge e nele concentrou um rol de jovens jogadores que fizeram furor no antigo campeonato distrital do Inatel. Recapitulando esses idos, a equipa do Penedo Gordo atuava, oficialmente, com o nome da Casa do Povo, mas todas as diligências eram emanadas da recém criada Associação Cultural e Desportiva, fundada a 8 de junho de 1977. José Rato Martins, sócio n.º 1, acompanhado por Inácio Sousa, José Guerreiro, Manuel Isaías Alexandrino, Francisco Ferreira e José Ferreira, entre outros aventureiros, lançaram a semente à terra e a sementeira foi pautada por uma excelente colheita. Nos anais da história da associação concentram-se imaculáveis crónicas que, a espaços, levam o leitor a esbarrar em realizáveis recantos desportivos. Dizem os cardápios que no começo da agremiação a realização de peças de teatro, que visavam a angariação de fundos monetários, foram uma inquestionável razão para reforçar uma tesouraria a contas com perecíveis dificuldades. O dinheiro, escasso, ditava ordem a um grupo de dirigentes que almejavam convincentes sucessos futuros. E foi precisamente com essa enorme vontade em vencer que, do Penedo Gordo, surgiram ecos de jovens valores que, mais tarde, se fixaram no futebol regional. Agora, numa profícua constatação à visibilidade deparada, observa-se que o Penedo Gordo continua a marcar pontos no fenómeno futebolístico distrital, sendo que a equipa, nas últimas três épocas, se mantém efusiva no escalão principal da AFBeja. Ímpetos de euforia dão conta que a autarquia bejense terá projetado a construção de um relvado sintético naquele espaço mundano que deixa a população local excessivamente orgulhosa. Hugo Burrica, atual presidente da direção, valida a merecida decisão camarária, dado que opção, agora conhecida, é, sem dúvida, aquela que faz sentido e que merece, justificadamente, reparo de uma maior importância. Num abreviar de uma decisão que me parece inteiramente acertada, alvitro a ideia que num futuro próximo o Penedo Gordo será merecedor de indeléveis novas infraestruturas que o tempo irremediavelmente congratulará.
Fonte: http://da.ambaal.pt/
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