E como se não bastasse, a dupla que concorre em sociedade pela "Asas do Litoral Alentejano", de Boavista dos Pinheiros, conquistou em simultâneo a medalha de prata na I Exposição Mediterrânica de Columbofilia.
"Não estava nada à espera e estou quase nas nuvens", confidencia ao "SW" Nelson Ramos, 40 anos, soltando de imediato uma gargalhada de satisfação. "É claro que ficámos contentes. Mas não estávamos à espera, porque há muitos pombos que fazem menos quilómetros que os nossos. Pensei que esses tivessem melhores resultados", acrescenta Valter Rosalino, 34 anos.
O título nacional e a medalha mediterrânica conquistada pelos pombos de Nelson & Valter (é assim que esta sociedade é conhecida no meio) surgiu depois de, em Dezembro de 2017, os dois já terem vencido a exposição distrital. Resultados nunca antes alcançados entre os columbófilos do concelho e para os quais a dupla que tem a sua colónia de 110 voadores e cerca de 40 reprodutores em Vale Figueira, perto da Zambujeira do Mar não encontra "grandes segredos".
"Eles são tratados todos da mesma maneira, daí que o segrede é eles serem mesmo bons", conta Valter Rosalino a rir. "São 365 dias de trabalho e dedicação", complementa Nelson Ramos, reconhecendo não ser habitual alguém do Alentejo Litoral "conseguir ganhar alguma coisa". "E do nada estamos lá em cima", nota.
Depois das conquistas distritais e nacionais segue-se mais uma temporada, onde a dupla sonha em ganhar (pelo menos) o título distrital na classe Sport Fundo. E já em 2019 virão as Olimpíadas, agendadas para a Polónia, onde os pombos agora premiados irão discutir as medalhas com "atletas" de todos os pontos do mundo.
"Uma medalha seria bom, mas nas Olimpíadas é muito mais difícil. Os países de Leste costumam 'limpar tudo'. Mas queremos ficar nos primeiros 10 classificados, o que já era bom", adianta Nelson Ramos. "No Nacional também pensava que era difícil e fizemos primeiro, segundo e terceiro [lugares] Vamos ver como corre", sublinha, por seu lado, Valter Rosalino.
Há muito que Nelson Ramos e Valter Rosalino são apaixonados por columbofilia. O primeiro começou quando lhe apareceu em mãos um pombo-correio. "Comecei a tratar dele e a partir daí fui arranjando mais. E comecei a concorrer", conta. Já o segundo despertou para a modalidade ainda pequeno, juntamente com um primo. "Começámos a arranjar pombos para o monte do meu avô e foi aí que tudo começou", lembra.
Ambos começaram por concorrer nas provas de columbofilia sozinhos, mas em 2009 acabou por nascer a sociedade Nelson & Valter, que compete no calendário distrital através da "Asas do Litoral Alentejano". Uma parceria que tem dado bons resultados e onde os pombos são a principal prioridade.
"Todos os dias tratamos deles", garante Valter. "Os principais cuidados são com a limpeza, alimentação e ver se eles têm saúde. Temos estar muito atentos a algum que possa aparecer doente", remata Nelson.
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